Por Pedro Pereira / com fotos de Luiza Mielke/CEFD
A equipe masculina de voleibol da UFSM irá disputar os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) pela primeira vez na história, em Brasília, no mês de outubro. A vaga ficou com o time da Federal após a conquista dos Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) de 2024, no sábado (10), em cima da Feevale, de Campo Bom, que defendia o título. A competição aconteceu nas quadras do Centro Desportivo Municipal (CDM).
Além de terem levantado o troféu de maneira inédita, os representantes do Coração do Rio Grande não perderam um set o dia inteiro, vencendo todos os duelos por 2 a 0. Na primeira fase, o esquadrão bateu a AMF, de Restinga Sêca, e a UFPel, de Pelotas, e, previamente à consagração diante dos campo-bonenses, triunfou nas semifinais com uma vitória sobre a Unisinos, de São Leopoldo. As gurias terminaram com o vice-campeonato ao caírem para a UPF, de Passo Fundo, agora bicampeã.
Tanto no naipe feminino quanto no masculino, a grande final dos JUGs deste ano foi uma reedição da decisão da temporada passada. Para os guris da Federal, contudo, o resultado foi diferente – desta vez, a seu favor. Gustavo Kurkowski, capitão do plantel santa-mariense, admite que, antes da equipe entrar em quadra no sábado, existia um sentimento ruim entre os atletas em detrimento da derrota em 2023. Agora, a situação mudou: “matamos um fantasma na noite do sábado”, desabafou.
Evolução
Natural de Santa Maria, Kurkowski defende as cores da UFSM no voleibol desde 2018, quando ainda estava no segundo ano do Ensino Médio. Com exceção do torneio do fim de semana passado, as competições que o time disputa não são exclusivamente destinadas a jogadores com vínculo estudantil à Universidade. Ele, que pratica a modalidade desde 2010, passou a integrar o grupo a partir de um convite do antigo técnico Lucian Carvalho, que precisava de alguém para exercer a função de central.
“A quadra que nós usávamos, no Ginásio 1, não tinha condições de treino. A gente tapava os buracos com esparadrapos para conseguir trabalhar. Eu vejo uma melhora gigantesca em relação ao projeto e à infraestrutura que temos hoje em dia, o que muda muito o nosso empenho. Ainda temos uns problemas, mas as coisas estão melhores”, relembrou o atleta, atualmente aluno do curso de Educação Física – Licenciatura na instituição, e capitão do esquadrão – ao qual se refere como “família” – desde o ano passado.
Superados os obstáculos, a equipe se alinhou para o primeiro grande objetivo da temporada, que era carimbar a vaga aos JUBs. Na visão de Kurkowski, fazer parte do Circuito Sesc de 2024 foi muito importante – e seguirá sendo – para o elenco no que diz respeito a acumular experiência diante de grandes adversários. Apesar disso, conforme o coordenador do projeto de voleibol da UFSM, Lorenzo Laporta, já havia previsto, o time multicampeão da Feevale chegava em Santa Maria para ser o maior desafio do certame.
Pedra no caminho
O capitão da divisão masculina de vôlei da Federal explica que os rivais acabam tendo mais destaque no ambiente universitário pois jogam mais competições que os demais participantes e, consequentemente, têm mais períodos de treinamento. Somado a isso, os atletas têm uma estatura maior, conseguindo pular mais alto que os oponentes. “Fica mais pegado”, evidenciou o central.
Na temporada passada, os representantes da cidade bateram na trave e terminaram os JUGs vice-campeões justamente ao perderem para a Feevale. Kurkowski revela que, antes da equipe entrar em quadra, os jogadores estavam manifestando alguns pensamentos ruins com base na campanha de 2023. Porém, o próprio plantel conseguiu dar a volta por cima.
“Do último ano para cá, a gente melhorou um pouco ‘de cabeça’. Sempre tivemos um psicológico meio abalado no sentido de ‘perdemos um set, terminou tudo, agora complicou’. Neste campeonato, entramos com a ideia de que iríamos ganhar. A gente não queria passar por aquilo de novo. Temos uma baita equipe, uma baita comissão técnica. Não tínhamos outra opção a não ser ganhar. A era do medo acabou”, comentou o atleta, que garante o quanto jogar em solo santa-mariense, à frente de amigos e pais, impactou o título: “sem torcida, ia ser muito mais difícil. É diferente”.
Tabu quebrado
“No ano passado, a nossa volta para casa foi difícil. Neste ano, foi a vez deles”, assegurou o capitão. Passados os JUGs, Kurkowski conta que o resultado é somente fruto do trabalho realizado pelos guris da Federal. “Todos os fatores que definiram a nossa vitória foram sobre nós, nossos treinos e nosso desempenho em outros campeonatos”, disse, confiante.
Agora, o foco é na etapa nacional. “É tão bom poder falar isso. Foram muitos anos buscando e agora a gente conseguiu conquistar”, brincou o central. O jogador afirma que os treinamentos para os JUBs serão intensos, com a promessa de que o grupo “dará o gás” para representar a Universidade e o Rio Grande do Sul em Brasília. “Vamos continuar firmes e fortes para ganhar mais competições desse nível. É só o começo”, reiterou o jogador. A competição acontece dos dias 9 a 18 de outubro.
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