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Opinião forte. UFSM “se apequena dia a dia”, escreve o melhor dos blogueiros de Santa Maria

Nunca neguei: considero o professor universitário Ronai Pires da Rocha um dos sujeitos mais brilhantes criados nesta Santa Maria da boca do monte. O conheço desde 1979, quando, titular de uma “bolsa de trabalho” (era assim que se chamava o benefício, então) fui lotado na Coordenação do Curso de Filosofia. Era Ronai o coordenador e, portanto, meu chefe.

 

Nem os cinco anos de movimento estudantil fizeram tão bem à minha mente quanto aqueles seis meses na Filosofia. Mais que um auxiliar pouco qualificado (é o que eu era, reconheço, porque prescrito o “crime”), o que me interessou, lá, foi a possibilidade de me imiscuir nas aulas de “filosofia da linguagem” – eu que, à época, tentava ser advogado, coisa que se perdeu no tempo e nas circunstâncias que acabariam me levando ao jornalismo.

 

Data de então a minha admiração intelectual por Ronai. Não concordo sempre com ele. Dia desses, inclusive, tive que me explicar, nas proximidades de um dos cafés da cidade, para (tentar) fazê-lo entender as razões por que não tratava de determinado assunto. Mas isso não é um delito, por certo.

 

Pois o Ronai é um sujeito de fortes opiniões. E seu foco é a Universidade. Tenho o palpite: é dos pioneiros na blogagem santa-mariense. Acho que foi lá por 2006. Escreve como ninguém, na cidade. Repito: como ninguém. E não deixa pedra sobre pedra, quando trata de alguns temas.

 

Agora, ou até mesmo desde antes da Operação Rodin (salvo falha da memória claudemiriana), já mantinha posição crítica em relação à administração da UFSM. Mais, bem mais, da passada do que da atual. E coloca isso com muito jeito no seu blog. O exemplo mais recente, e que me leva a essa peroração, é a forma como Ronai repercute a suposta carta de Lair Ferst à governadora Yeda Crusius. Nela, a nossa Universidade é personagem de proa. Agora, confira você mesmo o que ele escreve. E aproveita  para, como eu, dar uma passada dia sim dia não no sítio do Ronai na grande rede. Vale a pena., Acompanhe o texto:

 

“Apófrico

Tirando essa grafia, “apófrico”, a suposta carta de Lair Ferst à Governadora que está sendo divulgada na internet pela ZH, está bem escrita e faz sentido no conjunto dos fatos que até agora sobrenadam em meio a tantas versões. De um lado, José Fernandes, Barrionuevo, João Luiz Vargas  e outros; de outro, Lair Ferst, que “tinha um bom relacionamento com o reitor da Universidade Federal de Santa Maria”, e por isso falou com ele “sobre as condições da universidade em tocar o referido projeto o que foi aceito”. Lair conta para a governadora que montou “toda a estrutura do projeto, desde a logística até a implantação efetiva do mesmo”. “Fui contratado pela Fatec”, “situação que ficou insustentável por não concordar com posições tomadas pelo Sr. José Fernandes”… Conclui ele: “Foi um golpe de mestre digno da máfia”, etc. 

A menos que Lair prove que a carta seja “apófrica”, fica cada vez mais sem volta a prova que a Ufesm foi feita de estacionamento gratuito para os interesses de dirigentes universitários que nunca tiveram a menor idéia do que pode ser uma Universidade. Foram anos e anos de magnífica predação do que deveria ser o espírito de Humboldt, do Cardeal Newman, de Darcy Ribeiro  e outros tantos.

Grande demais para Santa Maria, pequena diante de si mesma, a Ufesm se apequena dia a dia.

Veja bem a versão que nos traz a carta do Senhor Lair: um certo senhor das quantas, alheio aos quadros da Ufesm, um dia topeteia o magnífico e lhe vende um projeto de milhões; o magnífico convoca servidores, diretores, aspones e quetais e determina que executem o redentor serviço para ontem. E dá no que dá. 

Há uma cena complementar a essa, que todos conhecemos: dia após dia crescem os puxadinhos no campus, às custas de financiamentos de pesquisas que passam ao largo dos conselhos departamentais; os departamentos são apenas locais de lotação docente; o professor realizado tem estacionamento próprio na Ufesm e emula os antigos catedráticos; dinheiro, auxiliares, tudo lhes abunda, desde que…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da nota “Apófrico”, publicada por Ronai Pires da Rocha. Do mesmo autor, leia o melhor, disparado, texto que homenageia o sesquicentenário de Santa Maria: aqui.

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