Por Kemyllin Dutra (texto e fotos) / Da Agência de Notícias da UFSM
Na tarde do último sábado (14), o Espaço Collab do Inovatec sediou a primeira edição da Copa UFSM de E-Sports. O evento contou com a participação de estudantes do Ensino Fundamental da Escola Marista, que disputaram um campeonato interno de EA Sports FC, renomeação da famosa série de jogos eletrônicos de futebol conhecida como FIFA.
Organizada pelo Núcleo de Implementação da Excelência Esportiva e Manutenção da Saúde (NIEEMS) e pela Pró-Reitoria de Extensão (PRE), a iniciativa visa a inclusão social e digital de jovens. A programação incluía a presença do atleta do Grêmio E-Sports Lucas Miguelles, mas o jogador foi diagnosticado com Covid-19 e não pode comparecer.
Conforme o professor do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), Luiz Fernando Cuozzo Lemos, um dos organizadores, a temática dos e-sports começou a ser pautada na UFSM em 2022. Desde então, o centro, com apoio da PRE, busca viabilizar e fomentar a participação dos estudantes nesse setor.
O professor explica que a ideia de realizar a Copa UFSM de E-Sports surgiu após as enchentes deste ano, com o objetivo de levar à comunidade esse contato com o mundo digital. “Estamos muito felizes com isso, pensamos que é um campo que abre novas portas. Hoje é brincadeira, é só um jogo, mas pode abrir portas para essas crianças no mundo do trabalho em áreas correlatas à tecnologia. Queremos ampliar a proposta”, menciona.
Conexões geram oportunidades
Uma das pessoas que integra o grupo de estudantes envolvidos com os jogos eletrônicos citado pelo professor é a bicampeã gaúcha de FIFA Elizabeth Neves. Acadêmica do curso de Educação Física da UFSM, ela começou a ter contato com jogos eletrônicos ainda na infância, quando jogava com seus primos.
A chance de desenvolver esse interesse profissionalmente apareceu em 2022, ano em que se consagrou vice-campeã na modalidade de futebol eletrônico nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). “Essa experiência só foi possível por meio da extensão da UFSM e que viabilizar o acesso a esse jogos é uma forma de descobrir novos talentos”, afirma.
No início deste ano, Elizabeth criou uma campanha de arrecadação para a aquisição de um console de última geração para participar de torneios amadores e manter a jogabilidade. O proprietário da loja Virtual Games, Emerson Gabriel Graeff, fortaleceu a ação com a diminuição do preço do item. Assim, nasceu uma rede de parcerias que conectou Elizabeth, Graeff e o professor do CEFD na missão de fazer a Copa UFSM de E-Sports acontecer.
Ex-aluno da instituição visitante, Graeff disponibilizou monitores e consoles do modelo Playstation 5 para que os jovens jogassem. Para ele, o ato é uma retribuição às oportunidades que recebeu no período em que estudou na escola. “Nem consigo descrever a sensação de trazer para crianças, que talvez não tenham condição, o contato com um console de última geração, o modelo mais vendido do mercado e com um dos jogos mais consumidos do mundo. É gratidão pelo que aprendi lá, não no esporte eletrônico que é novidade hoje, mas em outros esportes”, atesta.
Inclusão e diversidade em outro nível
Sobre o cenário feminino no mundo dos esportes eletrônicos, Elizabeth entende que, embora haja um crescimento gradativo, é preciso que as mulheres tomem esses espaços. “É mais natural que os meninos joguem, mas precisamos incentivar meninas a perderem a vergonha de se inserir no mundo dos jogos”.
O coordenador de esportes da Escola, Fábio Belous, explica que o convite, que veio através do ex-aluno, é uma vivência que pode incentivar os estudantes a almejarem novos rumos. “Trazer eles aqui mostra outras realidades, o que é importante para a idade deles e para o futuro. É totalmente diferente daquilo que a gente pratica nas escolas, só que vem crescendo. Inclusive, temos um laboratório na escola e temos alguns estudantes que estão indo para essa área de programadores”, relata o professor.
O aluno do quinto ano, Gustavo da Fontoura, passou por uma cirurgia no pé e teve que parar com o futebol por um tempo, mas considera a experiência uma maneira diferente de se divertir com os amigos. “É muito legal, consigo imaginar que sou eu ali. Mesmo que seja uma competição, a gente tá se divertindo e brincando junto. Agora que vai começar as férias, tem gente que vai viajar, não vai poder ficar junto com os amigos. A gente aproveita o máximo que pode”, declara.
Para o aluno do oitavo ano, David Vilson, transformar o ato de jogar para se divertir ou desestressar em profissão é uma possibilidade promissora. “É muito bom estar em um momento livre e só pensar em jogar, em estar no play e vivenciar quase a mesma coisa do físico. Fiquei pensando que, com uma profissão dessa, no futuro a gente pode ajudar nossa família jogando por eles. É um trabalho, tem cansaço, mas não exige tanto quanto o trabalho físico”, conclui.
PARA LER NO ORIGINAL, e conferir ainda outras imagens, CLIQUE AQUI.
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.