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Homo Sapiens Utópico – por José Renato Ferraz da Silveira

“Muitos sonhadores ... vão desejar que o ano inteiro se converta em Natal”

Se a terra das palavras semeassem sonhos“. Paula OZ

Li que em algumas regiões das Minas Gerais, falar que alguém é “sistemático” é chamá-lo de insano recorrendo ao eufemismo.

Sabemos que uma pessoa sistemática é alguém que segue à risca as regras que lhe são impostas e as que ela mesmo cria. São organizadas, metódicas, cuidadosas, rigorosas, críticas a tudo e a todos. São os “donos da verdade”.

Provavelmente você já lidou e se relacionou com alguém sistemático.

Em alguns momentos desse convívio é certo que você já deve ter se irritado ou se aborrecido com essa “criatura intransigente”, ao ponto de ser considerado um “chato” igual a ele.

Na realidade, sistemáticos ou não, somos sujeitos a instabilidades graças às fases solares e lunares, aos ciclos de criação e destruição, ao amor e ao ódio (mas ele vai negar tudo isso).

O sábio rei Salomão nos advertiu que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.

Contrário a esse pensamento, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade afirmou: “que o Natal é a zona do ano em que parece que as chuvas penetram e amolecem o coração do homem (…) o ano se compõem de 10 meses, imperfeitamente no resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal”.

Muitos sonhadores (como eu e tantos outros) – dessa forma – vão desejar que, pelo desenvolvimento dessa linha, e pela melhoria do ser humano, o ano inteiro se converta em Natal. Como isso é impossível (mudanças são sempre bem vindas), queremos que os valores natalinos de amor, união, fraternidade, irmandade,  respeito, cordialidade, urbanidade, compaixão, empatia, fé e esperança prosperem de manhã e à noite, de uma rua à outra, de continente a continente, mês a mês, dia a dia, ano a ano.

Esse é o desejo do Homo Sapiens Utópico, que escreve por aqui neste espaço (toda terça), e espera continuar provocando, estimulando e instigando mais e mais leitores sistemáticos ou não.

Por fim, caro leitor, feliz Natal e um Próspero 2025!

(*) José Renato Ferraz da Silveira, que escreve às terças-feiras no site, é professor Associado IV da Universidade Federal de Santa Maria, lotado no Departamento de Economia e Relações Internacionais. É Graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP e em História pela Ulbra. Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP

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9 Comentários

  1. Resumo da opera. Sociedade tem direito a seu ‘escapismo’. Uma minoria, os que tem fé, tem direito a sua data religiosa. É da lei. Aconselha-se aos/as sonhadores(as), terminadas as datas de fim de ano, acordar. E fazer algo de util. Produzir textos não conta.

  2. Quase escondido na midia legada. Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) invadiu (no sentido de entrar um recinto sem convite ou razão para la estar) diversos atacadões e supermercados para ‘exigir cestas basicas’. Tem cheiro de PSOL, um bando aparentemente de classe média (bem vestidos), muitos com excesso de peso. O que leva a pensar: ‘mas o governo não disse que a economia está uma maravilha!’.

  3. Alas, bom lembrar. Numa certa epoca virou moda a ‘melhor idade’ na aldeia e em outros lugares. Obvio que era coisa de classe media alta aposentada. Não tinha que pegar ficha no SUS para consultar o médico, não tinha que esperar exames ou consultas com especialistas, não tinha que pegar fila nas farmacias populares para retirar remedios.

  4. ‘Esse é o desejo do Homo Sapiens Utópico […]’. Kuakuakuakuakua! Pessoal é tão humilde que inventou uma subespécie propria, algo como ‘Homo Sapiens Utopicus’ (taxonomia exige o latim). Kuakuakuakuakua!

  5. ‘[…] queremos que os valores natalinos de amor, união, fraternidade, irmandade, respeito, cordialidade, urbanidade, compaixão, empatia, fé e esperança prosperem de manhã e à noite, de uma rua à outra, de continente a continente, mês a mês, dia a dia, ano a ano.’ Deveriam incluir ausencia de hipocrisia nos valores natalinos. De qualquer maneira o romantismo (que no Brasil é confundido com o amor romantico) deveria ser mais estudado nas escolas. Onde o foco são as teorias socialistas.

  6. ‘Muitos sonhadores (como eu e tantos outros) […]’ estão com a vida ganha. Cargo publico, salario garantido. Ou quatro centenas de processos/clientes no forum. Ainda resta uma parcela significativa, bobos alegres.

  7. ‘[…] ao ponto de ser considerado um “chato” igual a ele.’ Ser ‘policiado’ pelos outros é uma chatice. Ver as instituições deixando problemas sérios de lado para ‘ir na boa’ atras de coisas midiaticas também. Proibição do vinho do Gentili por exemplo, total absurdo. Persecução do Zurita por imitar um ‘jornalista’ da Globo. O politicamente correto que virou ‘woke’. Pronomes. ‘Lugar de fala’. A lista é grande.

  8. Pessoal da Torre de Marfim é bastante sistemático. Alas, progressos, já ficou definido que a ‘opressão do patriarcado’ não é falsificavel.

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