Samba de uma nota só – por José Renato Ferraz da Silveira
“Feliz Ano Novo. Viva. Intensamente, corajosamente, apaixonadamente"
“Aprenda com aqueles que vieram antes de nós, os “Poetas mortos”, pois suas vozes ecoam como guias. E hoje, nós somos os “Poetas vivos”. Walt Whitman (1819-1892)
Toda passagem de ano parece um “samba de uma nota só” ao contrário.
Carregado de promessas (muitas não serão cumpridas), novos planos, novas metas e novos objetivos (pessoais e profissionais).
A atmosfera, as mentes, almas e corações ficam impregnados de prenúncios alvissareiros com a realidade batendo à porta.
A cada “acordar ou despertar” (réveillon) faz-se necessário refletirmos as palavras de Rubem Alves (1933-2014): “Resta quanto tempo? Não sei. O relógio da vida não tem ponteiros. Só posso dizer – carpe diem – colha o dia – como um morango vermelho que cresce à beira do abismo”.
Colhendo ou não o morango rubro que cresce à beira do abismo – com nossos sonhos, ilusões e escapismos – que em 2025, como escreveu um sábio e atento leitor: “façamos algo de útil”. Este sempre foi o nosso intuito.
Tenhamos um propósito mais elevado com a nossa família, bairro, município, estado e país. Contribua com algo! Seja generoso (a)! Seja caridoso (a)! Pense e aja positivamente! Tenha esperança… Portanto, vamos ousar mais!!!
Por fim, a música “Samba de Uma Nota Só” de Tom Jobim (1927-1994) e Newton Mendonça (1927-1960) tem um significado que aborda a importância de se concentrar no essencial, na verdade e no que é genuíno:
“A letra da música fala sobre a ideia de que a simplicidade não é sinônimo de falta de conteúdo.
A volta à “nota única” simboliza o retorno ao que é verdadeiramente importante, ao essencial na vida e nas relações.
A música conclui que aqueles que buscam todas as notas, ou seja, que tentam abraçar a complexidade sem foco ou clareza, acabam por não ter nenhuma”.
Como diz o poeta Walt Whitman: “não deixe a vida passar por você. Viva. Intensamente, corajosamente, apaixonadamente”.
Feliz Ano Novo para todos nós!!!
(*) José Renato Ferraz da Silveira, que escreve às terças-feiras no site, é professor Associado IV da Universidade Federal de Santa Maria, lotado no Departamento de Economia e Relações Internacionais. É Graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP e em História pela Ulbra. Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.
Pequeno problema é que o referido samba, salvo melhor juizo, não tem uma nota só. Tem um só tom, mas notas acredito que são duas. Mostra que a picaretagem brasileira não poupa nada. O resto são um amontoado de lugares comuns para encher linguiça.