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Sem perdão – por José Renato Ferraz da Silveira

E então “o exército passou a prestar juramento de fidelidade a Hitler”

“O valor da propaganda em assuntos políticos e na psicologia de massas.

a) o impulso das massas para submissão aos líderes fortes;

b) a sedução que as massas sentem pelos argumentos diretos, transmitidos sem rodeios, inculcados de maneira confiante e autoritária.

c) as massas são sujeitas ao efeito psicológico da brutalidade;

d) as massas são despidas de senso crítico”.

Hitler era visceralmente xenófobo, nacionalista, antidemocrata, belicoso, e estava empenhado na luta por um partido fanático, pan-germanista, tão agressivo quanto seu próprio chefe. Em seu caminho para o poder, ele se mostrou astuto o bastante para fingir amor pela legalidade e a democracia, enquanto eles serviam à sua própria causa; ao mesmo tempo ele sabia correr todos os riscos que seu jogo perigoso lhe acarretava.

Hitler pensava, intimamente, ao ascender o poder em janeiro de 1933: “sempre considerei uma fraqueza de meus inimigos políticos que me deixassem escapar impune com tanta facilidade todas as vezes”. (Hitler recebeu apenas dez meses de pena leve na prisão de Landesberg pelo golpe da Cervejaria de 1923).

Dez anos depois, em 30 de janeiro de 1933, Hitler fez o juramento de Chanceler do Reich.

O governo que ele chefiava era dominado em termos numéricos por Papen e seus companheiros conservadores.

Apenas dois dos principais cargos do Estado foram para os nazistas, mas ambos eram posições-chave, nas quais Hitler insistiu como condição para o acordo: o Ministério do Interior, ocupado por Wilhelm Frick, e a própria chancelaria do Reich, ocupada por Hitler. Herman Göring foi nomeado ministro sem pasta do Reich e ministro provisório do interior prussiano o que lhe conferiu controle direto sobre a polícia na maior parte da Alemanha. Os nazistas podiam, assim, manipular a seu favor toda a situação doméstica da lei e da ordem.

Com a morte de Paul Von Hindenburg em 2 de agosto de 1934, Hitler se autoproclamou Führer do Povo e consolidou o seu poder. Hitler fundiu os cargos de Reichspräsident e Reichskanzler no novo título Führer und Reichskanzler, tornando-se chefe das forças armadas.

O exército passou a prestar juramento de fidelidade a Hitler. O resto da História a gente conhece.

(*) José Renato Ferraz da Silveira, que escreve às terças-feiras no site, é professor Associado IV da Universidade Federal de Santa Maria, lotado no Departamento de Economia e Relações Internacionais. É Graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP e em História pela Ulbra. Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.

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8 Comentários

  1. Resumo da opera III. ‘Sem perdão’ é muito megalomaniaco. Como se alguém estivesse preocupado com a opinião de quem afirma isto. Mais uma inadequação.

  2. Resumo da opera II. Montgomery, marechal britanico da WW2. Lider é alguém capaz de aglutinar pessoas em torno de um proposito comum e inspirar confiança.

  3. Resumo da opera. Esquerda tem um furor uterino para revirar o passado. Obviamente de forma errada;. Não tem ferramentas para interpretar o presente e nem para projetar um futuro. Esta epoca de transição é muito diferente de tudo o que aconteceu antes (robotica, inteligencia artificial, etc.) . Os mais adaptaveis politicamente sobreviverão.

  4. Alas, Hugo Chaves tentou um golpe num contexto de extremo descontentamento popular. Pegou cadeia, cumpriu dois anos, voltou, foi eleito e deu no que deu.

  5. Aspecto importante. O lider das SA rivalizava com Hitler. Este utilizou a SS e liquidou a primeira milicia. Nunca confiou no exercito. Por isto criou as Waffen SS. Apesar de juramentos, vide filme Operação Valquiria, tentaram mata-lo. Foi uma da meia duzia de tentativas do exercito.

  6. ‘O exército passou a prestar juramento de fidelidade a Hitler.’ Obvio que não é bem assim. Juramento foi alterado varias vezes. Primeiro era de lealdade ao povo e Reich alemão. Depois mudou para o povo e a patria. Depois para o lider do Reich e do povo. Pergunta é: para quem fez os tres, qual vale?

  7. ‘Hitler era visceralmente xenófobo, nacionalista, antidemocrata, belicoso, e estava empenhado na luta por um partido fanático, pan-germanista, […]’. Cacoete da esquerda, fulanizar os problemas. Não estava sozinho. Julgamentos depois da guerra tinha civis também. Ignoram, convenientemente, o contexto. O que eram, por exemplo, os Freikorps? Adolfo é mais um sintoma do que doença, não surgiu do nada como vendem alguns.

  8. Por partes como diria Elize Matsunaga. Existem hipoteses intrinsecas , a ‘psicologia das massas’ e dos individuos não mudou nada desde a metade do século passado. A ‘historia se repete’ como dizia Marx ou ‘não repete mas rima’ como dizia Mark Twain. ‘As massas são acéfalas’, burras basicamente. Pelo contrario, população não é criança, não é burra como gostariam alguns. A sociedade em rede funciona de forma diferente.

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