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Única razão. PMDB/SM reúne diretório municipal com o objetivo de enquadrar Isaias Romero

Oficialmente, o PMDB de Santa Maria reúne seu diretório municipal hoje, a partir das 7 e meia da noite, para tomar posição em torno da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, que acontece amanhã.

 

Na prática, o encontro desta quarta tem um objetivo bem claro: enquadrar o recém-chegado Isaias do Amaral Romero, atual presidente do Legislativo e que tem dito que votará com o acordo que o elegeu e que comanda a Câmara desde o início da atual legislatura.

 

A questão toda é que o grupo que controla o Legislativo derrotou o PMDB, na primeira sessão de 2001. Mas, diga-se, então Romero era do PDT, do qual se mandou em setembro de 2007 rumo ao peemedebismo. E agora? Hein?

 

Agora, com o Romero ao lado, os peemedebistas vislumbram a possibilidade de derrotar o governo, tendo como parceiros o PP (que terá, salvo medida judicial de última hora, o acréscimo de Paulo Airton De Nardin em lugar do afastado, e governista, Júlio Brenner) e o PSDB de Jorge Pozzobom.

 

Pouparei o leitor dos detalhes regimentais que cercam a disputa – eles podem ser entendidos perfeitamente com a leitura da coluna Observatório, que publiquei sábado no jornal A Razão e republiquei aqui  mesmo, na manhã do mesmo dia. E que podem dar, mesmo, a vitória à oposição. O fato, agora, é outro: a relação do PMDB com Romero.

 

O caso é que o PMDB, ou boa parte dele ao menos, enxerga nessa situação uma boa chance de enquadrar Isaias Romero. Ele nunca foi exatamente um homem de partido. Não é avaliação deste observador, apenas, mas de todos quantos acompanham a trajetória do vereador. Começou no então PDS, passou pelo PPB e PP (sucedâneos do PDS) e chegou ao PDT, onde sempre foi questionado por seus pares. Exatamente por suas atitudes independentes – ele próprio costuma dizer que o que interessa é a opinião dos seus (dele) eleitores.

 

Pois, com o advento da fidelidade partidária, e o próprio Romero corre o risco de perder o mandato, que o PDT quer de volta na Justiça, ficou bem mais complicado ser “independente”. É o que o PMDB pretende mostrar-lhe, a partir da reunião de hoje do Diretório.

 

O objetivo é orientar (ou mandar, na prática) a bancada a votar unida. O que quer dizer, com chapa própria. Como ficará Romero? Não terá, em princípio, alternativa. Exceto seguir o que o partido determinar. Mas isso é o menos importante, para muitos líderes do PMDB.

 

Há quem não acredite ser o presidente da Câmara capaz de seguir a orientação, preferindo alegar que, quando fez o acordo, não era peemedebista e, portanto, não precisa seguir a orientação de agora. É o que se verá amanhã, na eleição para a Mesa Diretora.

 

ADENDO CLAUDEMIRIANO: há não poucos peemedebistas de importância na sigla que torcem para que Romero não vote com o partido. Vêem nisso uma boa chance de negar-lhe legenda para concorrer a vereador. Sim, tem isso, pode acreditar.

 

PALPITE CLAUDEMIRIANO: mesmo que Romero descumpra a decisão do Diretório Municipal do PMDB, a ser tomada hoje, não será expulso do partido – no máximo advertido. Por quê? Porque a eleição mais importante de 2008, na avaliação das maiores lideranças, a começar pelo deputado Cezar Schirmer, é a majoritária. E não se pode ter Romero como inimigo. Melhor contar com ele fazendo campanha para o candidato a prefeito. E, de mais a mais, impor uma derrota ao governo municipal na eleição para a Câmara não fará cócegas no PT, em Valdeci Oliveira e em seus aliados. Pela singela razão de que nada há de efetivamente estratégico para votar em 2008. Exceto um provável projeto de criação da Taxa de Iluminação Pública. Que, porém, só terá efeito em 2009, com o novo prefeito. Que, por que não, poderá ser exatamente Cezar Schirmer. Logo…

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