Imigração Judaica e história de Santa Maria: legado de resistência e superação – por Marco Jacobsen
“Santa Maria foi uma das principais cidades onde os judeus se estabeleceram”

No dia 18 de março, marca-se um capítulo crucial na história da imigração judaica no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, onde o legado dos imigrantes continua a ser celebrado até hoje.
A imigração judaica no Brasil foi um reflexo das intensas perseguições sofridas pelos judeus na Europa Oriental, especialmente na Rússia e na Polônia. Buscando escapar da violência e da intolerância, muitos judeus migraram para o Brasil no final do século XIX e início do século XX.
O Rio Grande do Sul, com suas terras férteis e uma política de incentivo à colonização, se tornou um dos destinos mais importantes para esses imigrantes, que ali fundaram comunidades que prosperaram apesar das adversidades. Santa Maria foi uma das principais cidades onde os judeus se estabeleceram, especialmente com a criação da Fazenda Phillipson, que recebeu seus primeiros imigrantes em 1904.
A chegada dos judeus a Santa Maria foi um ponto importante para a cidade e para o estado, pois esses imigrantes trouxeram consigo não apenas sua força de trabalho, mas também sua cultura, tradições e uma vontade inquebrantável de construir uma nova vida. A Fazenda Phillipson se tornou um símbolo dessa trajetória de luta e superação, onde os judeus conseguiram transformar a terra em um local de desenvolvimento agrícola e de preservação da identidade judaica.
Entretanto, como em toda história de resistência, os judeus também enfrentaram desafios. Em Santa Maria, não foi apenas o processo de adaptação que demandou coragem, mas também a constante luta contra o preconceito e a intolerância. Apesar de todas as dificuldades, a comunidade judaica conseguiu, ao longo dos anos, consolidar suas raízes e garantir seu espaço na história da cidade e do estado. O reconhecimento dessa história, especialmente em tempos recentes, continua sendo essencial.
Recentemente, foi criada uma rota turística que visita a imigração judaica no Rio Grande do Sul, conhecida como a Rota Judaica do Rio Grande do Sul. Este projeto visa resgatar a memória histórica de um povo que, mesmo diante de perseguições, conseguiu se estabelecer e prosperar. A rota passa por locais como a Fazenda Phillipson, em Santa Maria, além de cidades como Quatro Irmãos, Erebango, Putinga e Erechim, todos com importantes marcos da imigração judaica.
A Rota Judaica não é apenas uma viagem turística, mas um meio de preservar a memória de um povo que, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, não apenas sobreviveu, mas contribuiu ativamente para o crescimento econômico e cultural do Rio Grande do Sul. Essa rota, que traz à tona a história de luta e resistência dos judeus no estado, é também uma oportunidade educativa para as novas gerações, para que os atos que no passado já ocorreram na nossa UFSM nunca mais se repitam.
A rota turística não só revela a importância da imigração judaica para o Rio Grande do Sul, mas também serve como um lembrete de que a preservação da memória histórica é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e tolerante.
(*) Marco Jacobsen é administrador, professor e assessor na secretaria municipal de Parcerias, na Prefeitura de Porto Alegre.
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