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CORSAN. Câmara de SM inicia o debate sobre municipalização dos serviços de água e esgoto

Parlamentares demonstraram sua insatisfação com o serviço prestado

Helen Cabral é a proponente da Frente em Defesa da Municipalização dos Serviços de Água e Esgoto (Foto TV Câmara/Reprodução)

Por Maiquel Rosauro

Os vereadores de Santa Maria aprovaram, por unanimidade, na sessão desta quinta-feira (6), a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Municipalização dos Serviços de Água e Esgoto. Embora nem todos os edis sejam favoráveis a retirar a Corsan do município, ficou claro em todas as manifestações o descontentamento com os serviços prestados pela empresa.

A iniciativa foi proposta pela vereadora Helen Cabral (PT) em razão das constantes reclamações dos santa-marienses.

“Precisamos apontar um norte, uma saída para o povo de Santa Maria. Não podemos compactuar com a falta de abastecimento”, disse Helen.

Valdir Oliveira (PT) defendeu a reestatização da Corsan, ato que uma empresa que já foi pública, mas que foi privatizada, retorna ao patrimônio do governo.

“Esse assunto já ultrapassou todos os limites de tolerância e compreensão do povo de Santa Maria”, disse o petista.

Lorenzo Pichinin (PSDB) apontou que o trabalho da Corsan é um descaso com Santa Maria e defendeu a revisão do contrato celebrado com a Prefeitura.

“O que a Corsan está fazendo com a nossa população é uma vergonha. Eu recebo todos os dias, nas redes sociais, mensagens de cidadãos que recebem contas abusivas”, disse Pichinin.

Tubias Callil (PL) relatou pensar da mesma forma que Helen e defendeu a municipalização dos serviços prestados pela Corsan.

“Eu defendo uma autarquia que possa contratar os serviços. Eu sou desses que defendem o serviço e inclusive privatização, mas não posso fingir que nada está acontecendo, principalmente, em Santa Maria”, disse Tubias.

Luiz Fernando Lemos (PDT) disse que a qualidade do serviço entregue pela Corsan, hoje, é inferior ao que era no passado.

“Isso é uma questão de saúde pública, de saúde mental, as pessoas têm a dívida e, às vezes, têm que financiar, parcelar ou vender e deixar de fazer alguma coisa para pagar a água. É um grande absurdo”, disse Lemos.

Luiz Roberto Meneghetti (Novo) afirmou que a população não quer discutir a municipalização ou quem presta o serviço, mas a qualidade do serviço.

“A questão tarifária e o atendimento dado pela Corsan traz o cenário que a gente vive hoje”, disse Meneghetti.

Marcelo Bisogno (UB) disse que foi contrário à privatização da Corsan, que era uma estatal lucrativa para o Estado.

“Quando a Corsan era pública tínhamos, pelo menos, esse resultado (financeiro). Hoje, o lucro não fica mais com nosso cidadão, com nossa comunidade”, disse Bisogno.

Alexandre Vargas (Republicanos) relatou que todos os vereadores estão sendo cobrados pela situação da Corsan.

“Eles não estão notificando a respeito do fumacê”, disse Vargas.

O fumacê é uma ação realizada pela Corsan que consiste em aplicar fumaça não tóxica nas entradas das tubulações para verificar se há ligação direta da rede pluvial à rede cloacal. Quando verificada a irregularidade, o proprietário da residência é notificado a providenciar a drenagem adequada da água da chuva.

Givago Ribeiro (PSDB) afirmou que o serviço da Corsan enquanto estatal não estava bom e que é preciso cobrar melhorias da empresa.

“É o momento de nos colocarmos ainda mais neste debate e elevarmos o nível de cobrança”, disse Givago.

Werner Rempel (PCdoB) fez duras críticas à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), responsável por fiscalizar a Corsan.

“A nossa Casa não pode parar nunca, deve ir até o fim, segurar essa questão pela mão. Ou a Agergs faz seu trabalho ou teremos que implodir a Agergs também”, disse Rempel.

Votação nominal

Helen pediu votação nominal para a formação da frente, o que resultou em 18 votos favoráveis e zero contrários. Tubias e Meneghetti foram os únicos que solicitaram justificativa de voto.

O vereador do PL disse que a discussão precisa ser ampla e que não importa a sua origem (seja de um partido de esquerda ou direita). Já o parlamentar do Novo disse ser contrário à municipalização, mas salientou que a população quer um serviço de qualidade.

De olho

Helen registrou, no microfone de aparte, a presença do superintendente institucional da Corsan/Aegea, André Finamor, nas galerias da Casa durante as discussões sobre a criação da frente parlamentar.

“Ficou a tarde toda aqui, fotografando, filmando. Só espero que não tenha sido para intimidar que essa frente parlamentar não saísse. Mas eu peço ao superintendente que tenha essa mesma disposição para cancelar todas as contas abusivas e multas irregulares da população de Santa Maria”, disse Helen.

Protesto

Pela manhã, cerca de 50 pessoas participaram de um protesto em frente à Corsan, na Rua Coronel Niederauer. Os vereadores Valdir Oliveira, Helen Cabral, Tubias Callil, Luiz Fernando Lemos, João Ricardo Vargas (PL) e Alice Carvalho (PSol) estiveram presentes.

Cobranças

Durante a sessão plenária, o presidente da Câmara, Admar Pozzobom (PSDB), relatou que foi criado um grupo de WhatsApp com a presença da maioria dos vereadores e que estavam sendo realizadas cobranças àqueles que não participaram da manifestação pela manhã.

O tucano disse que, embora nem todos estivessem presentes no ato, todos os 21 parlamentares querem uma solução para os problemas.

“A Casa Legislativa de Santa Maria está a favor da população de Santa Maria, não concordamos com as cobranças abusivas que a Corsan está fazendo”, disse Admar.

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