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Pela boca. Lula paga por ter falado demais. E agora tem que se explicar. Não precisava

A divulgação do “pacote” para incrementar o crescimento econômico deveria ter acontecido nesta quinta, precedida de uma reunião do Conselho Político – ao qual os detalhes seriam apresentados. Ficou tudo para janeiro, é o que se diz a partir do Palácio do Planalto.

O adiamento, porém, não é o maior problema. A questão é que o Presidente, num arroubo, anunciou sua vontade – e a promessa veio em conseqüência – de ver o país crescer pelo menos 5% ao ano, a partir de 2007. Esqueceu, porém, de “combinar com os russos”. Ou, trocando em miúdos, não conversou com a equipe econômica, e seus principais auxiliares e conselheiros para essa área. E agora obriga-as a criar medidas capazes de sustentar a promessa.

É, pelo menos, o que deduzo da análise feita pelo jornalista Kennedy Alencar, na coluna “Pensata”, publicada na Folha Online, braço de internet do jornal Folha de São Paulo. Será isso mesmo? Leia você, e tire tua própria conclusão:

”Pacote é tiro no pé

Depois de descer ao inferno político do mensalão e do dossiegate, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reelegeu no segundo turno com votação esmagadora – 60,83% dos votos válidos. Pesquisa Datafolha o apontou como o presidente mais bem avaliado da história do país. E o levantamento CNI-Ibope revelou que Lula chegou ao final do primeiro mandato com o melhor índice de avaliação do seu governo.

Ora, estava bom demais. Era preciso criar algum fato negativo, tropeçar nas próprias pernas. E Lula não hesitou. Com ajuda do voluntarismo dos defensores do “fim da era Palocci“, caiu em duas armadilhas: prometer meta de crescimento de 5% ao ano e elaborar um pacote para “destravar” a economia.

Na semana passada, Lula desembarcou dos 5%. Passou a cogitar taxa menor em 2007 para o PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país em um ano).

Na manhã de terça-feira (19/12), Lula manifestou dúvida em relação ao anúncio do pacote na quinta. Achava que algumas coisas não estavam amarradas. Sabia que seria politicamente desgastante o adiamento. Mas, na quarta, adiou mais uma vez o prometido pacote. Avaliou que pior seria vê-lo destruído pela mídia, transformando-se num fato negativo ainda maior neste final de ano.

De acordo com ministros, Lula não está convencido de que as medidas destravarão a economia. Acha que poderia sinalizar afrouxamento fiscal em excesso. E julgou que algumas medidas eram apenas idéias (simplesmente não existiam).

Menos mal que tenha adiado. Melhor do que anunciar um pacote inconsistente. Intuitivo, Lula bancou um salário mínimo de R$ 380, desautorizando o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com isso, fica bem com o povão. Reforça seu capital político e ganha tempo para tentar sair da enrascada em que se meteu.

Após a recaída voluntarista, Lula redescobriu que foi a sua política econômica, com seus acertos e erros, que lhe permitiu atender aos pobres nos últimos quatro anos e obter a aprovação que obteve nas urnas e nas pesquisas…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página da Folha Online na internet, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult511u284.shtml

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