Inovar é Cuidar: um conceito vazio ou a continuidade disfarçada? – por Marionaldo Ferreira

Nos discursos oficiais, frases de efeito têm o poder de mobilizar sentimentos e criar expectativas. “Inovar é Cuidar” é uma dessas expressões que, à primeira vista, soa como um compromisso com o futuro, mas que, ao ser confrontada com a realidade, revela-se um conceito esvaziado de significado prático.
Esse slogan, longe de ser uma ruptura, parece mais uma tentativa de se distanciar de gestões passadas sem admitir que, na essência, a atual administração é uma continuação do que já existia. Afinal, como inovar mantendo as mesmas práticas, as mesmas figuras e os mesmos processos que já estavam em curso?
A inovação pressupõe transformação genuína, mudança de paradigmas, coragem para romper com o que não funciona e buscar soluções verdadeiramente novas. Já o cuidado, por sua vez, é um compromisso permanente com a população, que não deve ser reduzido a uma estratégia de marketing, mas sim traduzido em ações concretas e efetivas.
Ao tentar vender a ideia de que estão inovando ao cuidar, os gestores atuais arriscam subestimar a percepção da sociedade. O cidadão sabe reconhecer quando a mudança é apenas cosmética – uma troca de embalagens para o mesmo produto. Por isso, talvez o caminho mais honesto e produtivo seja admitir a continuidade, reconhecer os acertos e, a partir daí, buscar aprimorar o que precisa ser corrigido.
A verdadeira inovação, nesse caso, talvez esteja justamente na transparência e na humildade de admitir que o processo de cuidar não começa do zero a cada nova gestão, mas é um esforço constante que deve ser fortalecido com responsabilidade e respeito à história recente da cidade.
Portanto, inovar é cuidar? Sim, mas apenas se essa inovação for real, enraizada na escuta ativa da população, na renovação de políticas públicas com base em evidências e na disposição para fazer diferente quando o que está posto já não atende mais às demandas da sociedade. Caso contrário, a frase seguirá sendo apenas isso: um conceito vazio que ecoa nos palanques, mas que não ressoa na vida das pessoas.
(*) Marionaldo Ferreira é servidor aposentado da UFSM. Tecnólogo em Processos Gerenciais, Especialista em Administração e Marketing, Psicanalista em formação e tem, também, MBA em Gestão de Projetos. Seus textos são publicados nas madrugadas de segunda-feira.
Resumo da opera. Cidade continua na mesma, estagnando. Se não tem candidatos realmente ‘inovadores’ é culpa dos partidos. E da população que não cobra. Maioria está no ‘sempre foi assim, vai continuar assim e está bom’.
O ‘é cuidar’ trata do gancho com a administração anterior. O ‘cuidar das pessoas’. Slogan vazio. Basta perguntar ‘qual foi a mudança fundamental na cidade durante a ultima “gestão”?’. Maioria vai ter que pensar muito para dizer alguma coisa, possivelmente citara alguma obra. Feita via ‘compensação’ de terceiros.
Marketagem de quinta categoria. ‘Inovar’ porque existe um ecossistema de picaretagem na urb. Nenhum espanto, existe em muitos lugares Brasil afora. ‘Inovação’, só porque o termo é moda, virou qualquer coisa. Alguns até colocam ‘angel investor’ no curriculo. Falta de noção de cidade interiorana. Ou falta de senso do ridiculo.