CIDADE. SM celebra São Jorge/Ogum com extensa programação e procissão a partir desta quarta, 23
Celebração integra calendário oficial de SM e ainda encerra a Ronda de Ogum

Por Camila Lourenci / Da Assessoria de Comunicação do Evento
O dia 23 de abril é celebrado por milhares de devotos como a data consagrada a São Jorge – figura sagrada no catolicismo e, nas religiões afro-brasileiras como a Umbanda, sincretizado com o orixá Ogum. Guerreiro, justo e protetor, ele representa a luta por caminhos abertos e a superação das adversidades. Em todo o país, a data é marcada por celebrações que unem fé, tradição e resistência cultural.
Em Santa Maria, a comunidade se prepara para a Procissão de São Jorge – Ogum Guerreiro, que chega à sua 22ª edição entre os dias 23 e 25 de abril. Organizada pelo Templo de Estudos Umbandistas e Afro Ogum das Matas e Mãe Iansã (TEUA), a celebração se tornou, desde 2024, parte oficial do Calendário de Eventos do Município — um marco importante na valorização das expressões religiosas de matriz africana na cidade.
A edição de 2025 será ainda mais simbólica: marca também o encerramento da Ronda de Ogum, uma mobilização coletiva de 12 casas de umbanda de Santa Maria, que desde o dia 31 de março recebeu a imagem do orixá. Ao longo de três semanas, cada templo foi anfitrião de sessões espirituais abertas à comunidade, com a presença de representantes de outros terreiros. Mais do que uma celebração religiosa, a Ronda consolidou-se como uma demonstração de união, acolhimento e afirmação coletiva da fé.
As atividades têm início na quarta-feira, 23 de abril, às 7h, com o tradicional Romper da Alvorada na Praça Saldanha Marinho, seguido de programação durante todo o dia.
“Todas as atividades são um convite aberto à comunidade de Santa Maria – independente de religião – para vivenciar a espiritualidade de São Jorge/Ogum e conhecer as tradições da Umbanda. É um convite para entender, perguntar, tirar suas dúvidas. Ao ocuparmos os espaços públicos queremos mostrar que os terreiros são lugares de paz, união e fraternidade que é o lema da Umbanda”, reforça Pai Rogério de Ogum, dirigente do TEUA.
São Jorge e Ogum: entre a fé e a resistência
A imagem de São Jorge montado em seu cavalo branco, enfrentando o dragão, é uma das mais reconhecidas do cristianismo. Padroeiro de soldados, cavaleiros, escoteiros e protetor dos que enfrentam injustiças, ele representa coragem e fé inabalável.
No Brasil, é sincretizado com Ogum, o orixá da guerra, dos caminhos e da tecnologia. Essa conexão entre o santo católico e o orixá é fruto do sincretismo forjado durante o período colonial, quando os povos africanos escravizados utilizavam figuras cristãs para manter seus cultos vivos sob repressão.
Celebrar Ogum hoje é também um ato de memória, de resistência e de afirmação cultural.
Ronda de Ogum: uma construção coletiva entre terreiros
A Ronda de Ogum nasceu como uma iniciativa conjunta entre 12 casas de umbanda da cidade, com o objetivo de fortalecer os vínculos entre os terreiros e ampliar o acesso da população à espiritualidade de Ogum.
“A Ronda de Ogum é um evento de grande significado para a religião, simpatizantes e comunidade em geral. É um resgate a um legado que os antepassados nos deixaram. É um resgate ao Ogum Peregrino, quando, nos anos 80 e 90, grandes babalorixás, ialorixás, caciques e terreiros de Santa Maria realizavam esse movimento”, conta Thomaz de Almeida, presidente do CEU João Batista.
Durante a Ronda, a imagem de Ogum percorreu templos de diferentes bairros, promovendo sessões abertas e trocas entre dirigentes e médiuns. A atividade teve início no Templo da Luz Divina, com encerramento programado para o dia 23 de abril, na Praça Saldanha Marinho.
À noite, às 19h, acontece também a Caminhada para Ogum — um cortejo espiritual público, com saída da praça (local de chegada do Ogum) em destino ao Clube Comercial, onde será realizado uma Sessão Coletiva, a partir das 20h30.
“Durante muitos anos, as terreiras de Santa Maria estavam voltadas apenas ao trabalho interno, dentro de suas comunidades. A proposta da Ronda é promover integração, reconexão e visibilidade para a Umbanda e as religiões de matriz africana. Combater a intolerância com visibilidade: para que possamos vestir o branco, usar nossas guias e manifestar nossa crença sem medo”, destaca Fabrício Vargas, cacique e dirigente espiritual do Templo da Luz Divina.
Programação da 22ª Procissão e atividades do TEUA
O Templo de Estudos Umbandistas e Afro Ogum das Matas e Mãe Iansã (TEUA) realiza, entre os dias 23 e 25 de abril, a 22ª edição da Procissão de São Jorge – Ogum Guerreiro, com uma série de ações religiosas, culturais e sociais abertas ao público.
- 23 de abril (quarta-feira)
O dia começa com o Romper da Alvorada, às 7h, na Praça Saldanha Marinho, onde a imagem de São Jorge permanecerá exposta até o fim do dia. Ao longo do dia, haverá descarregos com bate-folhas, aplicação de reiki com arrecadação de alimentos não perecíveis. As atividades ocorreram junto a Ronda de Ogum. - 24 de abril (quarta-feira)
No espaço do templo, será realizado ao meio-dia Marmitex Solidário com Churrasco de Ogum, à noite a casa realiza a Gira de Exu na Energia de Ogum Megê, aberta à comunidade. - 25 de abril (quinta-feira)
A programação começa, às 7h, com a carreata para a rótula da Av. Paulo Lauda, onde a imagem de São Jorge permanecerá ao longo do dia, onde será oferecido à comunidade descarregos bate-folhas, aplicação de reiki com arrecadação de alimentos não perecíveis. Às 20h30, tem início a 22ª Procissão de São Jorge – Ogum Guerreiro, que segue até o templo, encerrando com a Sessão em Homenagem ao Orixá.
“Há 22 anos realizamos essa procissão. Este é o primeiro ano em que as atividades se estendem por três dias. Isso nos permite alcançar mais pessoas, compartilhar nossa fé e fortalecer o que acreditamos. É uma forma de expandir nosso trabalho e nossa espiritualidade”, conclui Pai Rogério.
Serviço:
O quê: Encerramento da Ronda de Ogum – Caminha para Ogum
Quando: 23 de abril às 19h
Onde: Saída da Praça Saldanha Marinho a caminho da Sessão Coletiva que será realizada no Clube Comercial, às 20h30.
Realização: Templo da Luz Divina, CEU João Batista, Sementeira de Pai João de Angola, Templo de Iansã e Rainha das 7 Encruzilhadas, CE 7 Falanges de Umbanda, Templo de Xangô e Oxum, Filhos do Vento e do Mar, Casa da Mãe Oxum, Ilê Axé Ogum Onirã, TEUA Ogum das Matas e Mãe Iansã e Jangadeiros de Iemanjá.
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