Do Site do Correio do Povo / Texto assinado por Guilherme Sperafico, com foto de Reprodução
A Polícia Civil espera concluir nesta semana o inquérito que apura o acidente com o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que deixou sete mortos em Imigrante, no Vale do Taquari, no dia 4 de abril.
Conforme o delegado responsável pela investigação, José Romaci Reis, o inquérito já está na última fase com a realização do relatório final. Nesta etapa, são analisadas a documentação enviada pela universidade, os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), os depoimentos das vítimas e das testemunhas.
“Temos que fazer uma análise profunda desse material todo, para fazer a responsabilização criminal, só que isso é pouco demorado. Além disso, temos quesitos complementares que solicitamos à perícia, que ainda não chegaram e estamos aguardando”, explica Reis.
Entre os documentos que ainda são aguardados pela investigação está o laudo que vai apontar a velocidade que o ônibus estava, antes de despencar em um barranco de 34 metros de altura. Além disso, a polícia espera por laudos complementares sobre os freios do veículo.
Entre as perícias já concluídas pelo IGP, estão, justamente, aquelas que apresentaram falhas nos freios. “O ônibus estava com as lonas traseiras totalmente gastas e inoperantes no lado esquerdo. Não tinha condição de rodar na estrada. Em uma área plana, até poderia resistir, mas em qualquer descida não resistiria”, detalha o delegado.
Com a conclusão de todos os documentos, a Polícia Civil vai definir se o motorista poderia ter evitado o acidente. “Temos que analisar se houve falha dele, ou não. Teria outra maneira de descer sem o freio de serviço, que acaba esquentando e, prejudicado como estava, não iria segurar o ônibus”, acrescenta.
Já em relação à responsabilização da UFSM, Reis aponta tendência de indiciamento. “As revisões não aconteceram de forma adequada, porque, se tivesse sido feito corretamente, não teria acontecido o acidente. A responsabilidade da universidade está bem clara. Até agora não tem nenhum documento que comprove que foram feitas revisões recentes”, afirma o delegado…”
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