
Por Claudemir Pereira, Editor do Site / Com informações do jornal O Globo
A direção nacional do Podemos, a presidente Renata Abreu a frente, informou os dirigentes tucanos Marconi Perilo e Aécio Neves do desejo (imposição?) de comandar, com a indicação do Presidente, o partido resultante da fusão com o PSDB pelos próximos quatro anos.
A intenção foi repelida, como é possível conferir em reportagem d’O Globo. A ideia dos tucanos era um sistema de rodízio, “com mudanças a cada seis meses em um primeiro momento e depois como alternância a cada ano”. A sugestão não foi aceita pelo Podemos e assim se finaram as tentativas de fusão – que, aliás, já havia sido aprovada pelo PSDB há 10 dias.
As duas agremiações, que se diga, e como anota a mesma reportagem, têm hoje tamanho semelhante no Congresso. Na Câmara dos Deputados são 13 parlamentares do do PSDB e 15 do Podemos. Já no Senado, são três tucanos e quatro podemistas.
Como fica por aqui
O fato é que a volta a trás, se não for (mais um) jogo de cena, nesse puxa e afrouxa da fusão, traz uma importante consequência no Rio Grande do Sul e também em Santa Maria.
Para começar, o governador Eduardo Leite, que deixou o PSDB e assumiu o PSD, certamente contava com a adesão maciça de deputados, prefeitos e vereadores tucanos a sua nova sigla. Com a inexistência da fusão, há um inevitável refluxo. Pelo menos entre deputados e vereadores. Se antes, com um novo partido, bastaria dizer tchau e se mandar, agora, não.
No caso dos deputados, a troca de partido, se for o desejo, só poderá ocorrer em março de 2026, na chamada “janela da infidelidade” – período de 30 dias, seis meses antes do pleito. Já para os vereadores, a situação é ainda mais complicada. Se, como supunha, todos (ou quase todos) os tucanos locais acompanhariam Leite, isso agora só poderá acontecer, sem risco de perder o mandato, em março de 2028, daqui quase três anos.
Assim é que, a menos que algo novo ocorra (hoje uma situação aparentemente improvável), Leite só poderá receber no PSD tucanos sem cargo eletivo ou prefeitos e vices – pois esses foram eleitos em pleito majoritário.
No caso santa-mariense, para simplificar, o governador neopessedista não poderá contar com a chegada de três edis, mas terá a companhia do prefeito Rodrigo Decimo e dos não eleitos Jorge Pozzobom (ex-prefeito e hoje secretário estadual) e lideranças partidárias sem mandato, como os ainda presidente e vice da sigla, Guilherme Cortez e Alexandre Lima. Além desses, claro, todo os filiados sem mandato, tanto do PSDB quanto do Podemos.
Primeiro o lado positivo. Não muda nada na vida da população, é ‘noticia’ totalmente irrelevante. Problema deles. Segundo, Possochato et caterva mesmo acontecendo nada consegue aparecer no site, mesmo sendo irrelevante para o assunto. Ocupa um cabide no governo Dudu Milk e com um pouco de sorte não se elege mais. Terceiro, rodizio a cada 6 meses é ideia de jerico. Tinha (e tem) um restaurante famoso na urb cujos donos faziam um rodizio. Algo como ‘terças, quintas e sabados’ uma turma e ‘segundas, quartas, sextas e domingo’ outra turma. Resultado foi o padrão de comida oscilar para caramba e a bagaça acabou vendida (não só por isto, mas também).