Rio de janeiro continua lindo! – por Marionaldo Ferreira
“Enquanto o Estado for só polícia, viver nessas comunidades será resistir”

O Rio de Janeiro é aqui. É nas cidades que as pessoas moram. As políticas públicas precisam chegar nas pessoas que trabalham e produzem. Como especialista em desenvolvimento humano, observo que a vida em comunidades onde faltam farmácias, escolas, mercados e segurança revela uma ferida profunda: a ausência do Estado como promotor da dignidade. Nessas localidades, o poder público aparece apenas na forma de repressão – pela polícia – e quase nunca como parceiro do cuidado, da formação ou do desenvolvimento.
Esses espaços são marcados por uma rotina de sobrevivência. As pessoas acordam cedo não para perseguir sonhos, mas para garantir o básico – água, comida, um deslocamento seguro. A ausência de equipamentos essenciais, como escolas e unidades de saúde, rompe o ciclo do pertencimento e da esperança. A criança cresce sem referências de futuro; o jovem se vê sem caminhos; o adulto, sem alternativas. A comunidade se torna um lugar onde o tempo passa, mas a vida não avança.
Quando o Estado não educa, não cuida e não gera oportunidades, ele terceiriza sua função civilizatória à força policial. A presença do fuzil substitui a da caneta, e a política pública dá lugar à ronda. Isso gera medo, ressentimento e um sentimento coletivo de abandono.
Mas mesmo nesses territórios esquecidos, há potência. A solidariedade entre vizinhos, o cuidado espontâneo das mães da rua, o jovem que ensina outro a ler, o pequeno comércio que se mantém pela confiança – tudo isso mostra que o desenvolvimento humano começa de dentro para fora. O que falta é um Estado que reconheça essa força e a potencialize com políticas reais de educação, cultura, saúde e trabalho.
Desenvolver uma comunidade é mais do que construir infraestrutura; é devolver o sentido de pertencimento. Onde há escola, nasce cidadania. Onde há mercado, há dignidade. Onde há farmácia, há cuidado. Onde há segurança verdadeira – que é fruto da justiça social -, nasce o futuro.
Enquanto o Estado for só polícia, viver nessas comunidades será resistir. Quando ele se tornar presença, será possível viver com plenitude. Acontece que para alguns gestores municipais, as pessoas são apenas números e votos. Para mudar essa mentalidade é preciso mais cidadania. Estamos longe do ideal e nem sei se chegaremos, mas o que sei é que se não mudar de atitudes, seremos sempre fazendo as mesmas coisas e querendo coisas diferentes.
(*) Marionaldo Ferreira é especialista em governança pública, mentor de líderes e consultor em gestão e captação de recursos para municípios. Atua na formação de servidores e agentes públicos e é autor do livro Governança Pública e Suas Possibilidades.






Resumo da opera IV. Antigamente os politicos tinham noção de que corpos tiravam votos. Agora descobriram que no minimo não acontece mais, talvez até de votos.
Resumo da opera III. O mesmo discurso de 20 ou 30 anos atras. Com uma ‘sociologia’ feita a distancia pelo que se le na midia cumpanhera tradicional.
Resumo da opera II. ‘Como especialista em desenvolvimento humano,[…]’. Sim, especialista. Kuakuakuakuakua! Carteiraços que impressionam ninguém.
Resumo da opera. Mercados, farmácias e demais estabelecimentos na Penha e demais favelas pagam proteção para as organizações criminosas. Compensação não existem assaltos la dentro.
‘[…] é devolver o sentido de pertencimento. Onde há escola, nasce cidadania.’ Google mostra a lista de mercados na Penha. Pertencimento é mimimi. Pessoal da cidade adota ‘palavras bonitas’ que significam nada para a maioria e ficam repetido ad nauseam.
‘ A ausência de equipamentos essenciais, como escolas e unidades de saúde, […]’. Penha tem uma UPA e o Hospital Estadual Getúlio Vargas.
‘[…] comunidades onde faltam farmácias, escolas,[…]. Basta entrar no Google e verificar a lista de farmacias que existem na Penha. Escolas idem.
A historia começa com Brizola. Não decretou a proibição da entrada da policia nas favelas. Mas criou empecilhos mil. Extinguiu o Curso de Operações Especiais Policiais do Bope. Ele foi governador no periodo 1983-1987 e no periodo 1991-1994. No meio o governo Moreira Franco. Que aparece na foto do primeiro fuzil apreendido numa favela carioca.