Transporte: caos urbano – por Máucio
O trânsito caótico deixou de ser um fenômeno exclusivo das capitais brasileiras. Atualmente qualquer cidade de porte médio vive situação semelhante. E não levará muito tempo para que se atinja um grau de paridade, caso o tranco continue o mesmo.
Estamos carecas de saber que o modelo de desenvolvimento que privilegia o automóvel em detrimento ao transporte coletivo é a principal causa desta realidade. Este padrão adotado acaba colocando os governos numa sinuca de bico. Para que não haja onda de desemprego na indústria automobilística, baixam-se os impostos e, por conseqüência a oferta de novos carros continua de vento em popa colocando, semanalmente, centenas de novas unidades a circular por todo o país. O setor solta foguetes – inconsequentes – porque as vendas continuam aquecidas e batem sucessivos recordes.
As melhorias na infraestrutura das cidades superlotadas de carros, no entanto, andam a pé. Com investimentos lentíssimos e projetos insuficientes os municípios não conseguem acompanhar nem de longe o ritmo desenfreado do comércio de automotores, incluindo aí, não esqueçamos, as motocicletas.
É óbvio que por trás de tudo isso está o poderoso lobby e os lucros vultosos das montadoras, todas elas estrangeiras, diga-se de passagem. Só que é uma lógica suicida, porque este estado de coisas tem data marcada para o colapso final. Qualquer adolescente minimamente consciente pode chegar a essa conclusão. Enquanto isto, para variar, grande parte da mídia coloca-se alheia ao problema, sem tomar posição a respeito. Mostra os engarrafamentos, mas não reflete sobre a causa.
Alguns paliativos já foram tentados e outros estão ainda estão em uso: alternância de liberação de veículos com placas pares ou impares; adoção de zonas com estacionamentos pagos e até mesmo implantação de pedágio urbano para rodar nas áreas centrais. Nenhuma dessas opções, no entanto, altera a questão central do problema, a matriz do transporte urbano nacional. Ela é calcada no modo individual, por algumas razões acima expostas.
Que governo terá coragem e cacife para tocar neste assunto? Será que a campanha presidencial desse ano incluirá esta pauta? Veremos, mas creio que se algum candidato falar nisso será apenas por demagogia. No entanto, como sou um pouco otimista, espero que eu morda a língua.
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