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DIA SEGUINTE. Processo do impeachment entregue por Cunha a Renan. Dilma e PT prometem resistir

Em declaração à imprensa, Dilma disse que ficou indignada com a aprovação da abertura do processo de impeachment
Em declaração à imprensa, Dilma disse que ficou indignada com a aprovação da abertura do processo de impeachment

A presidente Dilma Rousseff fez, na tarde passada, seu primeiro pronuciamento oficial após a decisão dos deputados, no domingo, de admitir o processo de impeachment contra ela. Mostrou-se indignada e se disse injustiçada com a decisão. Mas, como tem reiterado,não passa pela sua cabeça a renúncia.

Enquanto isso, rapidinho, Eduardo Cunha ENTREGOU o processo ao presidente do Senado, Renan Calheiros, tanto quanto ele e Michel Temer, o vice-presidente, do PMDB. Renan já disse que se reúne nesta terça-feira com os líderes partidários no Senado e vai tartar sobre a a proporcionalidade para compor a comissão especial, de 21 membros, a ser formada para analisar o documento e dar, ou não, seguimento ao processo.

E o PT. Já reuniu sua bancada e está de bronca com o que se avizinha no Senado, com a possível nomeação, por sugestão do PMDB, Romero Jucá, dos senadores Antonio Anastasia (PSDB) na presidência e a senadora Ana Amélia (PP), na relatoria. Vem CONFUSÃO por aí, porque isso feriria o regimento interno do Senado.

Mas, enfim, o que de mais importante aconteceu mesmo, nesta segunda, foi o pronunciamento oficial da Presidente ameaçada de impeachment. Confira no material da Agência Brasil. A reportagem é de Victor Chagas; a foto é de reprodução. A seguir:

Dilma se diz indignada com decisão sobre impeachment

Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do seu processo de impeachment, a presidenta Dilma Rousseff disse que se sentiu indignada e injustiçada com a decisão.

Ela reafirmou que o processo não tem base de sustentação, repetindo que não cometeu crime de responsabilidade. Dilma contou que assistiu a todas as intervenções dos deputados durante a votação e não viu “uma discussão sobre o crime de responsabilidade, que é a única maneira de se julgar um presidente no Brasil”.

“Injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime, e segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, disse.

Recorrendo à Constituição, a presidenta disse que o impeachment está previsto, mas “é necessária existência de crime de responsabilidade, para que a pessoa possa ser afastada da Presidência da República”.

Ao repetir várias vezes a palavra injustiça, Dilma disse que poderia bater em apenas uma tecla, de que não há crime, mas afirmou que é importante porque “é a tecla da democracia”.

“Os atos pelos quais me acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim e não foram considerados atos ilegais ou criminosos. Portanto, quando me sinto indignada e injustiçada, é porque a mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Atos baseados em pareceres técnicos. Nenhum deles beneficia a mim diretamente. Não são atos praticados para que eu enriquecesse indevidamente”, afirmou.

Fazendo menção indireta ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, ela afirmou que “aqueles que têm conta no exterior” presidiram o processo. Ela declarou que possui a “consciência” que não há ilegalidade nos atos que assinou e motivaram o pedido de impeachment.

“Não os fiz ilegalmente e baseado em nenhuma ilegalidade. Tenho certeza que sabem que é assim. Todos sabem que é assim”, disse…”

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