Você sabe quem mais alimenta os midiatas do apocalipse, aqueles que vêem uma crise em cada esquina? Em sua quase totalidade são os tais “analistas de mercado”, uma tropa de elite das grandes instituições financeiras. Que, cá entre nós, estão dando um cacho de bananas para a sociedade. Só querem, meeeeesmo, é aumentar o seu lucro.

 

E como tem quem os ouve, oh, se têm, na mídia grandona (e na que se acha), fica fácil espalhar teorias do seu próprio agrado. Mais que isso, o que é grave: alcançam, invariavelmente, seus objetivos. Tanto que estou longe de duvidar que o Conselho de Política Monetária não os atenda e, já nesse meio de semana, sob qualquer pretexto (sempre há algum disponível), aumente de novo os juros básicos da economia.

 

O movimento já pode ser percebido nos jornais e nos sítios de internet que tratam de economia. Pode dar uma olhadinha neles, nesta terça-feira, e confira. Enquanto isso, dê uma lida na reportagem publicada na segunda-feira, pelo jornal O Estado de São Paulo e já vai encontrar uma das desculpas favoritas dos especuladores de plantão: evitar um possível recrudescimento da inflação. Acompanhe:

 

 

”Declínio da inflação deve ter vida curta”

 

Depois de o IPCA ter alcançado em julho o nível ponto mais baixo neste ano, a inflação ao consumidor deve avançar no quarto trimestre, de acordo com o Goldman Sachs. Segundo a instituição, “o declínio da inflação ao consumidor deve ter vida curta”. Dados do IBGE mostram que o IPCA desacelerou para 0,28% em agosto, depois de avançar 0,53% em julho, diante da deflação dos preços dos alimentos. No conceito 12 meses, o IPCA ficou em 6,17%, ante a divulgação anterior de 6,37%.

A equipe do Goldman Sachs observa que os preços dos alimentos têm sido os principais condutores da moderação da inflação desde julho, mas prevê que, depois de agosto, o IPCA deve ter novo avanço, fechando 2008 em cerca de 7%. Entre outras coisas, o forte crescimento da demanda doméstica irá impulsionar a inflação no restante do ano, segundo a instituição.

O consultor econômico do banco Itaú, Joel Bogdanski, afirmou que a redução do IPCA de 0,53% em julho para 0,28% em agosto é uma indicação de que a bolha dos preços de alimentos aparentemente começa a desinflar, mas não há certeza de que a queda de tais cotações será mantida no curto prazo. “O cenário para as commodities é muito volátil e não é possível prever a tendência para os preços destes produtos para os próximos meses.”

Em razão dessa perspectiva incerta, ele ponderou que o Banco Central deve elevar os juros em 0,75 ponto porcentual na próxima semana. Contudo, ele destacou que a ata da reunião de setembro deve indicar que as decisões do Copom para outubro e dezembro deverão ficar em aberto…”

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Declínio da inflação deve ter vida curta”, de Malu Fernandes e Ricardo Leopoldo, n’O Estado de São Paulo.

Leia também a reportagem “Mercado prevê que juros subam para 13,75% ao ano nesta semana, diz BC”, de Alexandro Martello, no G1, o portal de notícias das Organizações Globo.