A mídia está divulgando, desde perto do meio dia desta quarta-feira, uma série de notícias fragmentadas. Não está errado, digo desde logo. Foi uma opção editorial válida e que inclusive pode ajudar bastante na difusão dos dados.
Me refiro ao resultado, pra lá de grandão em termos de quantidade de informações, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) relativa a 2009, feita pelo IBGE. Há avanços indiscutíveis na vida do brasileiro. Mas que embutem, mais do que isso, na modesta opinião claudemiriana, a possibilidade concreta de se planejar corretamente o próprio crescimento do País e sua gente.
Entre outros dados se fica sabendo, por exemplo, que aumentou a escolaridade dos trabalhadores. E isso tem, sim, o seu significado. Como também a ampliação do trabalho com carteira assinada, nos últimos seis anos. E um sem-número de outras informações.
O sítio do IBGE, até porque não é um jornal, traz uma vasta reportagem sobre o PNAD – com um resumo de tudo quanto foi coletado, aferido e analisado. Creia, vale a pena ler. É um retrato e tanto do Brasil de hoje. Confira, a seguir:
“PNAD 2009: rendimento e número de trabalhadores com carteira assinada sobem e desocupação aumenta
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 mostra avanços em diversos indicadores, como o aumento do percentual de empregados com carteira assinada, de 58,8% em 2008 para 59,6% em 2009. O rendimento mensal real de trabalho também permaneceu em elevação, com aumento de 2,2% entre 2008 e 2009, e a concentração desses rendimentos, medida pelo Índice de Gini, continuou se reduzindo, de 0,521 para 0,518 (quanto mais perto de zero, menos desigual é a distribuição). Além disso, o trabalho infantil prosseguiu em queda (em 2009, 4,3 milhões de pessoas de 5 a 17 anos trabalhavam, contra 4,5 milhões em 2008 e 5,3 milhões em 2004), e a escolaridade dos trabalhadores continuou em alta. Em 2009, 43,1% da população ocupada tinham pelo menos o ensino médio completo, contra 41,2% em 2008 e 33,6% em 2004, e os trabalhadores com nível superior completo representavam 11,1% do total, frente a 10,3% em 2008 e 8,1% em 2004.
Por outro lado, o mercado de trabalho brasileiro, como ocorreu na maioria dos países, sentiu os reflexos da crise internacional. Em relação a 2008, houve aumento de 18,5% na população desocupada (de 7,1 para 8,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade), sobretudo entre os mais jovens, e crescimento da taxa de desocupação, de 7,1% para 8,3%, invertendo uma tendência de queda nesse indicador que se mantinha desde 2006. A população ocupada, estimada em cerca de 92,7 milhões, não se alterou significativamente frente ao ano anterior (aumento de 0,3%), e o nível de ocupação caiu de 57,5% para 56,9%.
A PNAD 2009 investigou 399.387 pessoas em 153.837 domicílios por todo o país a respeito de temas como população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimento, tendo setembro como mês de referência.
Em relação às condições de vida da população, a pesquisa mostra que vem aumentando o acesso a serviços como abastecimento de água por rede geral (de 42,4 milhões em 2004 para 49,5 milhões em 2009), coleta de lixo (de 43,7 milhões em 2004 para 51,9 milhões em 2009), iluminação elétrica (de 50,0 milhões em 2004 para 57,9 milhões em 2009) e rede coletora ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto (de 29,1 milhões em 2004 para 34,6 milhões em 2009). O acesso a bens duráveis, como máquina de lavar, TV e geladeira, também vem crescendo, bem como o percentual de residências que têm computador (34,7% em 2009), Internet (27,4%) e telefone celular (78,5%)…”
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