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OLHAR DE FORA. Michel Temer no fio da navalha

O prazo para a definição (ou reversão) do impeachment da presidente afastada e os desafios para o presidente provisório, Michel Temer
O prazo para a definição (ou reversão) do impeachment da presidente afastada e os desafios para o presidente provisório, Michel Temer

Por TALITA BEDINELLI, com foto de Reprodução (publicado ANTES da demissão de Fabiano Silveira, ministro da Transparência), no jornal EL PAÍS

Faltam apenas 65 dias para que os destinos de Dilma Rousseff Michel Temer sejam definidos, se o cronograma apresentado nesta semana pelo relator da Comissão do Impeachment, o senador tucano Antonio Anastasia, funcionar. Segundo a previsão feita por ele, que ainda precisa ser aprovada pela comissão na próxima reunião, em 2 de junho, o Plenário do Senado decidirá em 2 de agosto se Rousseff perderá definitivamente seu mandato. Se confirmado, o país decidirá seu futuro três dias da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio.

Esses pouco mais de dois meses serão, portanto, essenciais não apenas para a defesa de Rousseff. Eles também marcam o prazo que o atual presidente em exercício tem para provar que consegue dirigir o país para fora da crise econômica atual, adotando medidas fiscais firmes a ponto de agradarem o mercado, mas não o suficiente para que insuflem as ruas. Tudo isso numa corrida aparentemente às cegas contra o tempo porque, a qualquer momento, as investigações da Lava Jato podem atingir sua base de apoio ou o próprio coração do Governo. A luz amarela foi acendida nesta semana, com a queda de  Romero Jucá, braço direito de Temer -ele acabou exonerado do Ministério do Planejamento depois de o jornal Folha de S.Paulo revelar conversas que sugeriam uma articulação para interromper as investigações. E a ansiedade seguiu com a revelação escalonada de mais áudios ao longo dos dias.

Para que Dilma Rousseff seja afastada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem a favor do impeachment. Na votação de admissibilidade do processo, em 12 de maio, 55 senadores foram favoráveis à abertura da investigação. Isso significa que a petista precisaria, além de manter os votos que obteve, em tese convencer ao menos dois parlamentares a mudarem de posição. Uma margem muito apertada. E, apesar de esta fase do processo ser o coração jurídico do processo, com a apresentação de provas sob a presidência do Supremo Tribunal Federal, a decisão será necessariamente um reflexo da balança política. “Quem votou pelo afastamento de Dilma nem imaginava coisas como estas que se viu nas gravações”, escreveu no Twiiter nesta semana o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), um dos votos pró-impeachment considerados voláteis.

“É um período curto em que Temer precisa conseguir muita coisa. Ele tem o grande desafio de se colocar como a solução da crise econômica. É uma janela de tempo crucial para ele mostre que não se trocou seis por meia dúzia”, explica João Augusto de Castro Neves, diretor da América Latina da consultoria de risco político Eurásia Group. Segundo os cálculos da consultoria, que considera questões como o apoio da população e o tamanho da base aliada de Temer no Congresso, há, neste momento, 80% de chances de o Senado votar pelo impeachment de Rousseff, mas a situação é tão delicada que essa estimativa pode se alterar a qualquer momento…”

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Um Comentário

  1. Crise econômica é o que interessa. Crise política é problema dos políticos, da classe política. Só querem saber do poder para auferir vantagens, bancarem os executivos com dinheiro público.
    Dilma pode até voltar, só que será um desastre. Imaginar que sairiam eleições gerais é alucinação. A incompetenta é tão sem noção que concede entrevista para um jornalão e afirma: “”Temos que defender o nosso legado”. No mundo maravilhoso do PT, nada acontece por culpa deles. O sonho é voltar ao poder, reaparelhar o pouco do Estado que foi limpo, tirar Eduardo Cunha, comprar o baixo clero, controlar a imprensa e patrolar o Congresso para melar a Lava a Jato. Medida provisória do acordo de leniência só com participação do executivo ainda está lá. Projeto de lei do deputado petista do RJ que proibe delação premiada de investigado preso ainda tramita no Congresso.

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