MOBILIZAÇÃO. Centenas de professores e alunos da rede estadual participam de uma ‘Passeata Luminosa’
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos), da assessoria de imprensa do CPERS/Santa Maria
O 2º Núcleo do CPERS/Sindicato realizou na noite desta terça (31) uma Passeata Luminosa pelas ruas de Santa Maria. O ato contou com centenas de professores, agentes educacionais e alunos, que protestaram contra o governo Sartori (PMBD) e sua política para a educação.
A mobilização teve início às 17h, em frente ao Instituto de Educação Olavo Bilac. Vários professores vestiram togas e seguraram velas, simbolizando que a educação “está nas trevas”. A caminhada começou junto ao pôr do sol.
O ato passou pelas principais ruas do Centro, pelo Calçadão, Praça Saldanha Marinho, Avenida Rio Branco e foi finalizado na Rua Professor Braga, em frente ao Senac.
“A Passeata foi um sucesso, com grande participação de professores e alunos. Um ato como este mostra que a greve tem peso para seguir por ainda mais tempo”, destaca o diretor de Mobilização do 2º Núcleo do CPERS, Rafael Torres.
O mesmo entendimento tem a diretora do 2º Núcleo, Sandra Regio. Para ela, o impasse nas negociações com o governo do Estado amplia a mobilização da categoria.
“A greve continua por tempo indeterminado. Seguimos cada vez mais firmes e fortes”, afirma Sandra.
A greve dos professores estaduais foi aprovada na Assembleia Geral do CPERS, realizada em 13 de maio, em Porto Alegre. Em Santa Maria, seis escolas estão ocupadas por alunos (Cilon Rosa, Augusto Ruschi, Margarida Lopes, Tancredo Neves, Olavo Bilac e Maria Rocha) e outras dezenas estão paralisadas.
Na região, a greve também é forte em Formigueiro, Dilermando de Aguiar e São Martinho da Serra. A Escola Bom Conselho, em Silveira Martins, está ocupada pelos estudantes.
Razões para a greve:
– Parcelamento e atraso dos salários;
– Parcelamento do 13º;
– Não pagamento do Piso (defasado em 69,44%);
– Corte e congelamento de investimentos;
– Falta de professores e funcionários de escola;
– Aumento da carga horária para 16 horas sem aumento de salário;
– Sucateamento das escolas;
– Aumento da violência nas escolas;
– Arrocho salarial;
– Enturmações;
– Fechamento de turmas e escolas;
– Mudança curricular com redução de carga horária de disciplinas importantes;
– LDO com reajuste zero até 2018.
Ameaças do Governo Sartori:
– Entrega das escolas públicas a organizações sociais;
– Ataques ao Plano de Carreira e ao IPE;
– Reenquadramento para acabar com o Difícil Acesso;
– PL 257: condiciona a renegociação da dívida com a União desde que os Estados arrochem salários.
Reivindicações dos educadores:
– Mesa de Negociação;
– Cumprimento da Lei do Piso com garantia de 1/3 de horas atividade;
– Reajuste emergencial de 13,01% (2015) e 11,36% (2016);
– Calendário de reposição dos 69,44%, no Piso;
– Fim do parcelamento e atrasos de salários;
– Merenda para todos os estudantes da rede pública;
– Fim do atraso das verbas de manutenção;
– Garantia do IPE público e solidário;
– Garantia do Difícil Acesso.
A partir desse movimento, voltou a chover dinheiro nos cofres do Estado.
Greve no RJ já está batendo em três meses.
Parcerias Público Privadas em escolas estaduais estão sendo propostas no Mato Grosso.
PL 257 não afeta o RS, lei de responsabilidade fiscal estadual foi aprovada em janeiro de 2016.
Quais “disciplinas importantes” tiveram a carga horária reduzida?
RS está quebrado, explica o resto.