ECONOMIA SOLIDÁRIA. Na abertura, crítica política e também agradecimento de Schirmer à Irmã Lourdes
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos), da Assessoria de Imprensa dos Eventos da Economia Solidária (lá embaixo, acesse também material da Assessoria de Imprensa da Prefeitura)
O inconformismo com cenário político estadual e nacional dominou amplamente os discursos na abertura oficial da 23ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 12ª Feira Latino Americana de Economia Solidária. A cerimônia foi realizada no final da tarde desta sexta (8), em Santa Maria.
A coordenadora da Feira e do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, agradeceu a parceria com a Prefeitura de Santa Maria e com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para a realização da Feicoop. Ela também falou sobre a necessidade de políticas públicas para a realização do evento.
– Queremos fazer um grande apelo. Esta Feira chegará a seu primeiro jubileu em 2018, com a realização do 3º Fórum e 3ª Feira Mundial de Economia Solidária, e para isso precisamos somar forças com as três esferas de governo (municipal, estadual e nacional). É preciso uma política pública permanente, pois todos os anos começamos o evento sem nenhum recurso – argumentou a religiosa.
O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), agradeceu a irmã Lourdes pelo trabalho realizado ao longo dos anos.
– Faltam apenas seis meses para terminar o meu mandato e eu agradeço a senhora por ter me ensinado nestes últimos anos a importância cada vez maior da Economia Solidária – afirmou o chefe do Executivo.
O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, Luiz Carlos Fort (PT), falou sobre a transformação que a Economia Solidária promove nas pessoas e também anunciou que irá ajudar na captação de recursos para a Feira.
– Legalmente não podemos fazer uma parceria com a Feira, mas moralmente vamos garantir com o próximo prefeito R$ 200 mil para aplicar na Feicoop – prometeu o parlamentar.
Já o reitor da UFSM, Paulo Burmann, reafirmou o apoio da instituição ao Projeto Esperança/Cooesperança.
– Ao apoiar o Projeto, a UFSM busca cumprir um de seus principais papeis: o de estar inserida na promoção e desenvolvimento econômico e social de sua região e de seus país – alegou Burmann.
Suziane Gutbier, do Fórum Gaúcho de Economia Popular e Solidária (FGEPS), falou sobre a campanha realizada pela entidade a fim de levantar recursos para a realização da Feicoop e também sobre o fim do Conselho Estadual de Economia Solidária.
– Estamos tentando retomar o Conselho, mas ele não é efetivado por vontade política. O governo do Estado não nos respeita. Precisamos retomar tanto a Política Estadual de Economia Solidária quanto o Conselho – exaltou Suziane.
Rodrigo Nantes, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), explicou para o público que a entidade rompeu relações com o governo Federal, por não considerá-lo legítimo.
– As organizações e sociedades civis que possuem editais em andamento devem dialogar com o governo a partir de suas instituições. Amanhã (9) teremos uma assembleia maior que também irá tratar deste tema – relatou Nantes, destacando o Seminário Nacional de Economia Solidária e dos Movimentos Sociais do Brasil, que irá ocorrer entre 9h e 17h, no Lonão 2 “Sandra Magalhães”.
O diretor-executivo da Cáritas Brasileira, Luiz Cláudio Mandela, destacou os 60 anos da entidade, que serão comemorados em um congresso em Aparecida-SP, em novembro. Ele também reafirmou o compromisso da Cáritas com a Economia Solidária.
– Não vamos deixar o golpismo ameaçar este país. Acreditamos que a Economia Solidária é o pilar de uma outra sociedade. Golpistas e fascistas não passarão – disse Mandela.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Edegar Pretto (PT) falou sobre o projeto que pretende proibir a pulverização de agrotóxicos e também seguiu no tom crítico ao governo Federal.
– Os golpistas também são machistas. Eles não suportaram ver uma mulher no poder – destacou Pretto.
O deputado federal Raimundo Angelim (PT-AC), representando a Frente Nacional de Economia Solidária na Câmara dos Deputados, relatou o andamento do Projeto de Lei de Economia Solidária.
– A Economia Solidária é a economia que dá certo. Vamos fazer o possível para aprovar o quanto antes a Lei Nacional do setor – ressaltou.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) lembrou que a 23ª Feicoop está sendo realizada em um momento difícil.
– O momento em que vivemos é um momento de resistência democrática. O golpe é contra um projeto de sociedade – concluiu Pimenta.
Os deputados estaduais gaúchos Tiago Simon (PMDB), Jorge Pozzobom (PSDB), Luiz Fernando Mainardi (PT), Tarcisio Zimmermann (PT) e Valdeci Oliveira (PT) também compareceram ao evento.
Caminhada reuniu dezenas de participantes
A 12ª Caminhada Ecumênica pela Paz e Justiça Social, realizada um pouco antes da cerimônia de abertura, reuniu dezenas de participantes. O ato teve início em frente ao Santuário Basílica da Medianeira e terminou na entrada da Feicoop.
Uma homenagem a Dom Ivo Lorscheiter (1927-2007) e protestos contra o governo do presidente interino Michel Temer marcaram a caminhada.
A 23ª Feicoop é organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança, da arquidiocese de Santa Maria, com apoio de Cáritas, Prefeitura Municipal, entre outras instituições. O evento ocorre no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. A entrada é gratuita.
CLIQUE AQUI e confira a programação completa.
Horários de visitação
Sábado (9) – das 8h às 20h
Domingo (10) – das 8h às 18h
LEIA TAMBÉM
“Na abertura da 23ª Feicoop, Schirmer destaca a força do cooperativismo na transformação da sociedade”, de Ana Bittencourt e Carlos Nunes, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura (AQUI)
Esse deputado pimenta é uma piada, o que tem a ver Economia Solidária com golpe? Certos políticos calados são poetas.
Economia solidária pretende ser o futuro da humanidade mas não sobrevive sem montanhas de subsídios. Caso seja adotada mundialmente pediremos ajuda aos marcianos.