CAMPO. Cidade produz 20 mil, das 184 mil toneladas de alimentos que consome. O excedente vem de fora
Por MAIQUEL ROSAURO (texto) e GABRIEL HAESBAERT (foto), no jornal A Razão
Santa Maria possui uma produção rural in natura que gira em torno de 20.720 toneladas anuais, o que inclui frutas, leite, ovos, hortifrutigranjeiros, frango, peixes, ovinos, flores e suínos. Embora seja uma produção expressiva, o município apresenta um déficit que gira em torno de 184.807 toneladas anuais. Ou seja, a demanda de consumo de seus 276 mil habitantes é superior a oferta local.
Conforme levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, a pedido do jornal A Razão, Santa Maria possui uma perda anual de R$ 627.683.200,00 ao importar boa parte de sua produção primária. Para chegar a este número foi considerado o valor médio da venda direta ao produtor.
O setor que possui a maior perda anual no levantamento da Secretaria é o de hortifrutigranjeiros. São mais de R$ 275 milhões enviados para fora do município, todos os anos, para adquirir legumes e verduras que poderiam ser produzidos em terras santa-marienses.
“Neste setor de hortifrúti, tudo que for produzido no município é vendido em Santa Maria mesmo”, admite o produtor Valdir Albuquerque.
O agricultor cultiva em sua propriedade, na Vila Rigão, alface, repolho, couve-flor, chicória, temperos, beterraba, cenoura e muito mais. Albuquerque começou sua produção em 1973 e hoje fatura cerca de R$ 500 por dia na venda direta aos consumidores.
“Quero chegar ao valor de, pelo menos, um salário mínimo diário no verão, quando também terei pepino, vagem e tomate. O problema de vender para os mercados são as redes que vêm de fora com oferta maior e preço mais baixo”, argumenta.
Qualidade é essencial
Conforme o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Rodrigo Menna Barreto, há condições para os pequenos agricultores desenvolverem um excelente trabalho no mercado local. Mas, para isso, é preciso profissionalismo.
“Há muito espaço para crescer e conquistar compradores. Porém, o mercado quer qualidade. É preciso padronização, escala de produção, abastecimento constante e preço”, afirma Barreto.
Para incentivar a produção rural, a Prefeitura investiu mais de R$ 2 milhões, entre 2009 e 2016. Aquisição de alevinos, pintos de corte, calcário e adubo orgânico foram algumas das ações do Executivo.
“A Feira dos Distritos, o Pátio Rural e o Caminhão do Peixe foram alguns dos projetos que criamos para incentivar a organização e a produção dos pequenos produtores. Buscamos assim uma mudança cultural no setor. Este é um quadro que conseguiremos reverter lentamente”, explica o secretário.
Outro ponto de preocupação é o êxodo rural. Encontrar meios de profissionalizar a produção dos pequenos produtores é essencial para manter os jovens nas propriedades rurais.
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