CARNIFICINA. Trânsito da cidade mata quatro por mês. A maior parte nas rodovias. 30% são pedestres
Por RAUL PUJOL (texto) e DEIVID DUTRA (foto), no jornal A Razão
Mesmo com leis mais rígidas e campanhas de conscientização constantes, o número de acidentes e mortes no trânsito não cessa. Em Santa Maria, de acordo com dados do setor de estatística do DetranRS, de janeiro de 2010 a agosto de 2016, foram 279 mortes. Deste total, 42 eram pedestres idosos. Outro dado que chama atenção é que metade dos acidentes com mortes registrados no município aconteceram em rodovias federais (129 óbitos). A BR-287 é campeã com 71 mortes, seguida da BR-392 e da BR-158, com 33 e 25 vítimas, respectivamente.
O panorama de acidentalidade apresentado durante o 1º Seminário de Segurança no Trânsito e Direção Defensiva, promovido pelo 4º Batalhão de Logística do Exército e Centro de Formação de Condutores Verde Oliva, também elencou as vias mais perigosas do município. A Avenida Governador Walter Jobim lidera o ranking, com dez mortes. Em segundo lugar, está a Rua Venâncio Aires, com oito mortes, seguido pela Avenida Borges de Medeiros, Paulo Lauda e Rio Branco, com três mortes cada uma. Dos 91 acidentes fatais em vias municipais, 26 deles se concentram nesses cinco pontos (30 % do total). Os dados são referentes ao período de 2010 a 2015.
Entre as rodovias estaduais mais violentas estão a RS-287 e a RS-509. Dos 27 acidentes fatais em rodovias estaduais de Santa Maria, 22 deles se concentram nessas duas rodovias (81% do total).
O comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, general Giovany Carrião de Freitas, manifesta a preocupação da corporação com os números da violência do trânsito no Brasil e ressalta que os índices no Exército também são alarmantes. “Os índices são piores do que qualquer guerra registrada no mundo. É um conflito que não tem data. É minuto a minuto. A cada 20 minutos morre alguém no trânsito no Brasil”. Carrião diz, ainda, “que o Exército estende as mãos para todas as instituições para vencer essa guerra”.
O trânsito em dados
Ao contrário do resto do Estado, em que a noite e a madrugada concentram mais acidentes e mortes, em Santa Maria, 40% dos acidentes com mortes aconteceram no turno da tarde. A sexta-feira destaca-se entre os dias da semana que registraram mais acidentes graves.
As faixas etárias que mais se destacaram entre as vítimas de trânsito em Santa Maria são a de 25 a 29 anos entre os homens e a de mais de 65 anos entre as mulheres.
Cerca de 30% das vítimas no trânsito em Santa Maria foram pedestres. Esse percentual é maior que a média do Estado, de 20%. As vítimas motociclistas também ficam acima da média do Estado: são 26% das vítimas (24% no estado). Já os condutores de carros morrem menos 7% e seus passageiros em menos 4%.
O diretor-geral do DetranRS, Ildo Mário Szinvelski, alerta para os problemas da mobilidade urbana, que afetam a qualidade de vida das pessoas e têm diversos impactos sobre a cidade. “Podemos começar a mudar esse quadro com medidas simples como calçamento e sinalização adequados, melhor acessibilidade, infraestrutura para bicicletas e redução de velocidade nas vias”, aponta.
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Campanha de conscientização só serve para uma coisa: colocar dinheiro no bolso de publicitários.
Leis mais rígidas sem fiscalização constante só tem um resultado: não punem a grande maioria, mas quando pegam alguém terminam com a vida do sujeito. E o verdadeiro bode expiatório.