CAMPANHA. Que se pode esperar nos próximos dois dias. De certo só debate, carros de som e caminhadas
Se estreita bastante o espaço para a campanha eleitoral nesse segundo turno. Há pouca coisa a fazer que ainda não tenha sido feita, sempre considerando que os candidatos e seus apoiadores agirão na conformidade da legislação. É importante dizer isso pois a época transborda de boatos, inclusive, embora o exemplo triste do primeiro turno, a divulgação de falsa(s) pesquisa(s).
Deixando de lado as suposições, confira o que é certo.
1) debate da noite desta sexta-feira, na RBS-TV. Começa depois da novela e não pode passar da meia noite, conforme a lei. Não se descarta a divulgação de alguma nota posterior com cada candidatura anunciando ser a “vencedora” do confronto televisivo. Sim, melhor não duvidar dessa possibilidade, inclusive porque há antecedentes nem tão remotos assim.
2) Até sábado às (iniciando no mínimo às 8 da manhã) 10 da noite, a cidade será tomada por carros de som, não se descartando, em locais fixos, alto-falantes e amplificadores, todos propagandeando as candidaturas e seus jingles, sem falar na possibilidade de outras mensagens faladas.
3) Até sábado, também com 10 da noite como horário limite, podem ser feitas carreatas, caminhadas, passeatas e distribuição de material gráfico, o popular santinho. Há grande chance de as duas candidaturas finalistas – Jorge Pozzobom/Sérgio Cechin e Valdeci Oliveira/Helen Cabral – realizarem todas essas atividades, algumas delas ao mesmo tempo.
AGORA, O QUE É INCERTO: a divulgação de pesquisas. Houve duas registradas, mas nenhuma divulgada (AQUI). É bastante improvável que isso aconteça. Há, até, a suspeita de que o registro no Tribunal Superior Eleitoral tenha sido feito para tentar venda posterior, na medida em que os dois institutos que garantiram esse direito no TSE não conseguiram vender o seu levantamento a qualquer interessado. Mais: não é impossível, muito pelo contrário, que sequer tenham sido realizadas as entrevistas que embasariam a(s) pesquisa(s).
Fazer registro para tentar venda posterior. Não sei se faz sentido. As duas campanhas têm seu levantamento interno, não sei como é feito o serviço, mas conhecem os números. Quem está atrás não tem interesse de divulgar pesquisa, logo não compraria. Quem está na frente, numa campanha de recursos escassos, não gastaria o dinheiro, não tem motivo. Também não tem tanta importância assim.
Ninguém aguenta mais. Chega. Acho que nem os candidatos. Bendita hora que “ganhamos” a possibilidade de ter segundo turno. Aliás, o segundo turno tinha de ser votado no máximo em duas semanas. Não precisava reabrir a publicidade política. Só o tempo de reprogramar as maquininhas e deu.
As promessas continuam. Nunca vi tanta facilidade e criatividade para prometerem mundos e fundos para tanta gente. Mas ninguém fala do acerto das contas públicas e do pagamento das dívidas. Só promessas de mais despesas.
Como somos medíocres em cobrar a coisa certa, todo mundo querendo regalias, benefícios, ajudas, investimentos, mas ninguém quer pagar a conta.
Até a imprensa ajuda “esquecendo” de cobrar deles a realidade das contas. Vi por acaso uma parte da entrevista que o Valdeci deu na RBS às 19horas, o apresentador cobrou coisas minúsculas do candidato: “por que não apareceu a bandeira do PT na campanha?”. Ridículo. Santa Maria tem coisas mais importantes para saber do candidato.
O setor jornalístico dessas grandes empresas não têm alguém mais antenado? RBS, terás mais uma chance no último debate para cobrar a realidade dos fatos, das dívidas, do acerto de contas, saber deles quem realmente sabe como as contas estão. E quando “viajarem na maionese” prometendo o que não lhes cabe ou que não tem previsão orçamentária, cobrar deles de onde vai sair o dinheiro, na real, não serve o…. “vamos buscar”.