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Propriedade intelectual como inclusão social – por Luciana Manica

Faço hoje um texto mais consciente e reflexivo. Acabamos de selecionar nossos representantes nos poderes executivo e legislativo municipais. Queremos tudo, mas talvez não façamos nada. Há quem diga: “- Falas por ti Luciana”.

Na verdade, acreditamos que estamos sempre em dia com o setor público, mas o fato é que pensamos apenas no nosso, seja no nosso dinheiro, no nosso bem-estar, na nossa saúde, na nossa felicidade, segurança, educação, e assim por diante. Claro que uns dormem tranquilos (por acharem que estão quites apenas pagando os zilhões de impostos); outros nem tanto, mas não são menos culpados, pois se algo não vai bem (seja o que for), é nossa responsabilidade!

Vamos virar a página e agir considerando a sociedade? Comecemos, primeiro, a ter um pensamento mais coletivo e menos individualista. Isso vale para tudo. Está na moda o “desapego” em detrimento do consumismo injustificável, por exemplo. Segundo, dê um passo, aja para o bem do coletivo, e não apenas para o seu bem. Parece complexo, mas a partir do momento que você ampliar seu olhar, para além do seu umbigo, verá um povo sedento de tudo, contribua com sua parte.

E a propriedade intelectual, onde fica? Fica como ferramenta de inclusão social. Se você é um técnico em informática, trabalhe sobre um software livre, contribua com o seu conhecimento. Se você não entende nada de algoritmos responsáveis pela construção do código fonte, fiscalize e exija dos poderes públicos a contratação desse tipo de ferramenta em detrimento do software proprietário, de titularidade de grandes empresas, normalmente multinacionais que geram gasto de milhões para os cofres públicos.

Se você é um inventor, certamente já está trazendo seu benefício para um salto tecnológico. Mas mesmo que tenha sido pego de surpresa pela tão anunciada crise econômica, aposte na oferta de licença pública caso não possa explorar a patente, coloque preço na sua criação, permita o usufruto por terceiros mediante pagamento. Não deixe morrer a sua invenção, precisamos de mentes inquietas para trazer soluções para as nossas necessidades e você precisa ser valorizado! Ou melhor, valorize-se!

E você, que apostou todas as fichas numa marca bacana e está vendo tudo, menos público adquirindo seu produto ou serviço?! Quem sabe não é hora de refletir sobre a possibilidade de fazer um estudo de mercado e redirecionar para outra clientela? Quem sabe você tem o trunfo na mão, mas explora na região errada. Talvez a criação de uma franquia seja a sua solução. Precisamos de empreendedores, arrisque!

Ou, ainda, você que compõe letras de músicas, preza pela cultura da sua região ou de seu país, que desenvolve artigos, dissertações, teses, que domina a arte da pintura, da escultura, ou da arquitetura. Materialize sua obra! Proteja de forma a ter reconhecida sua autoria, põe na rede e apareça!

Todos nós temos algo a contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país. Faça a sua parte! Tudo por um mundo melhor!

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