É POLÍTICA. A partilha do poder santa-mariense e a dura briga por mais espaço – por José Mauro Batista
A choradeira de filiados do PP que ficaram de fora do governo Pozzobom/Cechin e que, inclusive resultou na renúncia do vice-presidente da sigla, conforme o site noticiou essa semana, é apenas parte de um problema comum na política: a disputa por espaço, ou em outras palavras, por cargos.
Pressionado, Mauro Bakoff, um dos principais articuladores da chegada do PP ao Paço Municipal, jogou a toalha sem, porém, deixar o partido. Como é funcionário estadual concursado, Bakoff garante não depender de cargos e prefere ficar nos bastidores.
Mas ele não é o único pressionado. E aí é que está o problema. O vice-prefeito Sérgio Cechin, por exemplo, e é natural, sofre muito mais pressão pelo cargo que ocupa. Há correligionários e até filiados de outras siglas aliados reclamando que o gabinete do vice pepista não recebe mais ligações de gente querendo uma boca.
A mesma situação é enfrentada por outros graúdos que estão no poder, como o presidente da Câmara, Admar Pozzobom (PSDB), irmão do prefeito Jorge Pozzobom, e pelo líder do governo, Manoel Badke (DEM). E para esses, mesmo os eleitos, também não é fácil lidar com tantos pedidos e descontentamentos. Mais difícil fica para alguns dirigentes, como o presidente do PP, Luiz Gonzaga Trindade, que, por conta de sua posição partidária, conseguiu chegar a secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico.
Gonzaga pede paciência aos colegas de partido. O presidente do PSDB, Alexandre Lima, titular da Controladoria e Auditoria Geral do Município, vai direto ao ponto. Com o corte de cargos determinado pelo prefeito, que resultou na redução de 10 secretarias, não há espaço. E sustenta que todos os partidos sabiam disso desde a campanha eleitoral.
“Temos limites em relação à folha de pagamento e nenhum partido se manifestou contrário. É óbvio que existe descontentamento, mas são de pessoas e não dos partidos. E o interesse maior se sobrepõe aos interesses pessoais”, esclarece. Por fim, o dirigente tucano diz que “é compreensível e que faz parte da política”. Está dado o recado de dois dos principais dirigentes da aliança partidária que governa Santa Maria.
DIRETAS:
* A nomeação de Fabiano Pereira, ex-deputado e ex-candidato a prefeito de Santa Maria, para a Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento, parece mesmo que não vai vingar. Até o próprio partido de Fabiano, o PSB, sabe que a resistência seria de ninguém menos que o governador José Ivo Sartori.
* Conforme a reportagem do site apurou, o motivo seria o fato de Fabiano, enquanto deputado estadual por seu antigo partido, o PT, “ter batido muito no PMDB”. Também pesaria muito, talvez mais ainda, a condição de Fabiano como secretário de pasta similar no governo do petista Tarso Genro.
* O cargo, no entanto, continuaria à disposição do PSB estadual. Ou melhor, do maior líder da sigla, o ex-deputado Beto Albuquerque. Ou seja, estaria aberta a vaga para outro nome do PSB.
* Barraco armado na Câmara de Vereadores, na sessão da última quinta-feira, não é o primeiro nem será o último envolvendo a atual legislatura. Aliás, esse tipo de “debate” tem sido recorrente nas últimas legislaturas. O que não significa nenhum julgamento de quem quer que seja. Que cada um, inclusive o e(leitor), tire suas próprias conclusões.
* Para quem está por fora, o site publicou na sexta-feira, o bate-boca na tribuna envolvendo os vereadores Daniel Diniz (PT), da oposição, e Manoel Badke (DEN), líder do governo. E o presidente da Casa, Admar Pozzobom (PSDB).
* A gota d´água foi a tramitação de uma Moção de Congratulações de Diniz, ao final aprovada por todos. Ele discordou da forma como a matéria tramitou e acusou o bloco governista de estar patrolando a oposição, hoje restrita a cinco dos 21 parlamentares.
* Dois milhões de reais (isso mesmo!) é o que a prefeitura de Santa Maria conseguiu economizar em termos de aluguel na atual gestão.
* Dois 21 vereadores santa-marienses, 13 optaram por adotar o “nome político”. Isto é, o apelido usado nas urnas. Em alguns casos, como documentos oficiais, prevalece o nome da certidão de nascimento. Mas no geral, o uso da alcunha está liberado.
* A moda do “nome” pelo qual o vereador é mais conhecido teve início na legislatura passada, quando alguns edis passaram a acrescentar a profissão ou cargo ao nome ou ao sobrenome. Coronel e doutor, por exemplo. Antes disso, eram raríssimos os casos.
* Moacir da Rosa Alves, ex-coordenador regional adjunto de Saúde, pretende acrescentar mais uma sigla partidária em seu currículo. Ele que passou recentemente pelo DEM e pelo PSD, estuda dois caminhos: PP e o pequeno PSC. Para tentar concorrer nos próximos pleitos.
* Moacir, aliás, passou a integrar o Projeto Lucas, iniciativa da Igreja do Evangelho Quadrangular voltada para a área de saúde. Um grande evento está sendo programado para o próximo 2 de abril, na Praça do Mallet.
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