Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Divulgação), da Equipe do Site
A Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma) tem um novo presidente. O bancário e escritor Athos Ronaldo Miralha da Cunha assumiu a função pela segunda vez (já dirigiu a entidade entre 2005 e 2009) e promete colocar em discussão uma tema que sempre rende bons debates na entidade: a venda de produtos para não associados.
Hoje a Cesma conta com 43.510 sócios cadastrados que podem adquirir e encomendar livros por um preço diferenciado, locar fitas de vídeos, comprar material escolar e de escritório, além de ter acesso a outros serviços. Para se tornar sócio, basta pagar uma única taxa de R$ 100 (que pode ser parcelada). Contudo, alguns diretores entendem que a Cesma deveria comercializar seus produtos para qualquer pessoa, independente de ser associado ou não.
“É uma questão polêmica, mas essa discussão será aberta nas próximas reuniões do conselho”, promete Athos.
O novo presidente é conhecido por ser um dos principais promotores da literatura santa-mariense, incentivando a publicação de livros de crônicas e contos com vários autores. Ele também já se aventurou em carreira solo, como na obra “Contos De Chumbo”, lançada em 2015.
Este convívio com o mundo das letras vai influenciar suas ações à frente da Cesma, sobretudo, no que diz respeito à cultura.
“Pretendemos incentivar todas as atividades culturais e cooperativistas que a Cesma estiver envolvida e seja organizadora. Com foco na literatura e cineclubismo”, declara.
Sem medo de polêmicas
O novo presidente da entidade não tem receio de tratar de temas polêmicos. Sua primeira gestão ficou marcada por censurar uma exposição com imagens eróticas no espaço Cesma Café, em dezembro de 2008. À época, Athos justificou que crianças circulavam pelo local, o que rendeu críticas, elogios, um longo debate virtual e até pichação.
Mas será que futuras exposições passarão por algum crivo da presidência?
“Embora o sistema cooperativista seja presidencialista, tanto na gestão junto com o Cassol e o Geraldo, como na que agora inicia, as decisões foram e serão todas colegiadas no âmbito da direção ou do conselho. Pois no meu modo de pensar o cooperativismo as estratégias devem ser definidas em colegiado, uma coordenação”, responde Athos.
Mandato de dois anos
Athos foi eleito e tomou posse em assembleia realizada em 6 de junho, que também elegeu para o cargo de vice-presidente, Luiz Ernani Bonesso de Araújo, e como secretário, Gilberto Wakulicz. O mandato é de dois anos, com a possibilidade de reeleição por mais dois anos.
Cultura
Embora a venda de produtos para os associados seja a razão de ser da cooperativa, a entidade sempre se destacou pelo apoio aos eventos culturais. A Cesma é uma das principais promotoras da Feira do Livro, do Cineclube Lanterninha Aurélio, do Cinest e do Santa Maria Vídeo e Cinema. Além disso, oferece Sala de Exposição em sua sede (Rua Professor Braga, 55) e Sala de Eventos para locação.
Só sei que na prática, por décadas, virou no mínimo uma concorrência questionável, logo numa cidade de muitos potenciais adoradores de livros e, principalmente, do ambiente de livrarias. Mais que comprar livros mais baratos, o que um adorador de livros queria no passado era ver os livros, folheá-los, dar uma lida rápida para sentir se valia a pena a compra. Esse ficou sem pai nem mãe com o fechamento de várias livrarias por causa dessa concorrência. Afugentaram as livrarias da cidade por anos. Virou um monopólio. E isso é sempre ruim, pois “cadê as livrarias” em profusão? Faz pouco que abriram uma ou outra, que vive “no peito e na raça”.
Agora a coisa está se invertendo de novo. Até quando a cooperativa vai durar com uma concorrente de peso, a Amazon e outras com os livros digitais mais baratos, e mais prático de comprar, ler e “carregar”?
Não sei se ajuda, mas no modo InPrivate funciona melhor.
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O regime é presidencialista, mas alterações no estatuto requerem assembléia geral extraordinária. Nada que não possa ser arranjado, mas a única advertência possível é a que segue: até ocorrer alteração estava funcionando bem.
Cooperativas quando “quebram” provocam o rateio das dívidas entre os associados. Sobras no exercício resultam no retorno aos associados, não sei como anda isto na Cesma. De qualquer forma, quando for início das aulas, a papelaria terá condições de atender o aumento de fluxo de pessoas? Associados acotovelando-se com não-associados?
Não é vedado por lei o atendimento de não-sócios por cooperativas. Muda a contabilidade (com custos, óbvio), o auferido com não-sócios é tributável. Logo o desconto não pode ser o mesmo (sem falar no aumento do movimento, vigilância, etc). Sem mencionar o impacto nas outras livrarias e nos sebos da cidade, detalhes não faltam. Não-associados poderiam encomendar livros? Se não pagaram a encomenda, quem paga?