PARTIDOS. Por apenas três votos, Magali derrota candidato de Schirmer e é a nova presidente do PMDB
Por Maiquel Rosauro
Existe uma máxima no PMDB de Santa Maria que diz: “quem manda mesmo é o Schirmer”. Mas desde o início da tarde sábado (26), o velho ditado começou a perder força. O ex-prefeito e hoje secretário estadual de Segurança Pública não conseguiu eleger o seu candidato para a presidência da sigla.
A convenção municipal ocorreu na Câmara de Vereadores e mobilizou dezenas de peemedebistas desde as primeiras horas da manhã. No total, 116 filiados participaram do pleito que elegeu a chapa de consenso, Movimento Democrático, para o diretório (clique AQUI e confira a nominata completa).
Para a executiva, não houve consenso. Por volta das 13h, quando terminou a eleição para o diretório, os peemedebistas bem que tentaram chegar a um entendimento. Na tribuna, lideranças do partido se revezaram em afirmar que a sigla precisava de uma reconstrução.
Até três chapas eram esperadas para a executiva, encabeçadas por Antônio Valdir Padilha, Magali Marques da Rocha e Valmor Franciscato. Porém, Padilha não apresentou candidatura.
Nas rodas de conversa dos peemedebistas, Valmor era apontado como o favorito, já que tinha como apoiador Cezar Schirmer. Ele também recebeu o apoio do vereador João Kaus.
Já Magali, ex-candidata a vice-prefeita em 2016 na chapa com Fabiano Pereira (PSB), contava com o apoio do ex-vereador Claudio Rosa, e dos parlamentares Adelar Vargas – Bolinha e Francisco Harrisson.
Os nomes que compuseram as nominatas das duas chapas foram montados na hora e entregues em um papel à caneta para Tubias Calil, que dirigia a convenção. Coube aos pouco mais de 40 membros do diretório que seguiam na Casa eleger o novo presidente.
Durante o pleito, os apoiadores de Valmor mantiveram-se despertos pelo plenário, enquanto que o grupo que defendia Magali se aglomerava em uma mesa em volta da candidata. O primeiro sinal de que a campanha de Valmor estava naufragando ocorreu quando Schirmer foi embora, pouco antes de terminar a votação. O secretário de Segurança Pública cumprimentou seus pares e debandou pela saída lateral da Casa.
O resultado final foi apertado. Magali recebeu 24 votos contra 21 de Valmor. Ela assumirá a presidência do partido no lugar de Cezar Ghem, no biênio 2017/2019.
Ao final da convenção, Magali abraçou seu oponente e disse na tribuna que, daquele momento em diante, a eleição estava encerrada e que todos formam um único partido.
O site entrevistou Magali logo após o pleito. Confira abaixo.
Nova diretoria executiva do PMDB de Santa Maria
Presidente – Magali Marques da Rocha
1º Vice – Francisco Harrisson
2º Vice – Lenir Pires
Secretário Geral – Alaor Chagas
Secretário Adjunto – Adelar Vargas
Tesoureiro – Aldo Fossá
1ª Vogal – Cezar Ghem
2ª Vogal – Carmem Pacheco
Suplentes
Maria Helena
Marco Antonio Santos (Marquita)
Gardel Silveira
Wagner Bitencourt
Entrevista
“Não vi a necessidade de o Schirmer ficar dois dias fazendo campanha”, afirma Magali
Site – O que representa para a senhora estar a frente do PMDB?
Magali – Meu projeto é reorganizar o partido, fortalecer e construir com base na ética, união e no compromisso que temos com os governos do Estado e Municipal, o qual temos a secretária Marta Zanella (Cultura, Esporte e Lazer) na Administração. E também estou muito orgulhosa em ser a primeira mulher a dirigir o partido. Para mim é um orgulho saber que eu e as outras mulheres estamos em nível de igualdade com os homens.
Site – A eleição para a executiva foi apertada. A senhora tem o receio de estar recebendo um partido dividido?
Magali – Não. Tenho muito respeito e consideração pelo Valmor, que possui uma grandeza incrível e é um amigo particular. Não vi a necessidade de o Schirmer ficar dois dias fazendo campanha. Nem para a campanha dele, em que coordenei as duas, ele se envolveu tanto como nessa eleição. Este, para mim, é um momento ímpar. É saber que as pessoas que estão comigo e acreditaram na gente não vão se arrepender, pois estamos todos engajados e trabalhando juntos.
Site – O PMDB de Santa Maria terá candidato a deputado estadual ou federal em 2018?
Magali – Isso passará pela convenção partidária. E é sempre bom, que se não tiver candidato local, tenha candidatos regionais. A preferência é que seja local, mas o certo é Santa Maria vai sim indicar candidato.
É engraçado o PT ter dezenas de correntes internas se digladiando pelo poder no partido frequentemente. É engraçado o PSDB parecendo corvos em suas lutas internas, uns apoiando o Aécio, outros querendo defenestrá-lo de vez, outros beijando as mãos do Alckmin, não se tocando que ele não tem chance de convencer a sociedade para ser presidente. É engraçado o PMDB ter suas correntes internas também, umas querendo mandar mais que as outras. Na verdade todos os partidos agem assim. Mas por que é engraçado? Ora, os partidos não deveriam ser uníssonos, terem consenso interno para tudo? Esse joguinho de poder feitos pelas suas “águias”, querendo mostrar que as asas de alguns são maiores, voam mais alto e são mais lindas não é algo no mínimo questionável? Para que serve um partido, mesmo? Não deveria ser uma congregação de iguais com os mesmos objetivos?