Primeiros cinemas – por Bianca Zasso
O que leva alguém a fazer um filme? Grana? Isso talvez valha para Hollywood ou em grandes produtoras. Vaidade? Há caminhos mais fáceis e menos demorados para alimentar certos egos. Paixão? Resposta certa. Sim, mesmo que você não nomeie como, é a paixão que faz a gente buscar recursos, arrumar uma câmera e juntar um povo para contar uma história.
E isso pode acontecer em todas as fases da vida, mas convenhamos que os hormônios da juventude (estou velha, eu sei) são ótimos incentivadores da imaginação. A quarta edição do Festival Internacional de Cinema Estudantil (Cinest) começou terça-feira, no auditório da Cesma, com um seminário sobre Cinema, Educação e Acessibilidade, tema que permeia o festival desde os seus primórdios. Nesta quinta e sexta, sempre a partir das 14h, filmes de estudantes de escolas e universidades de todo o Brasil serão exibidos gratuitamente. Basta chegar e se deixar levar pelos jovens roteiros.
Este ano, tenho o prazer de ser jurada da Mostra Universitária, que conta com alguns filmes realizados em Santa Maria. É sempre bom ver nossas ruas como cenários na tela grande mas, desta vez, é especial. Isso porque um dia eu fui uma garota que achava que queria fazer cinema. Ser adolescente e achar coisas demais, vocês sabem. Pensei que iria levar os bairros e o nome da cidade onde nasci para o mundo estando atrás das câmeras. Só que, desde aqueles tempos sonhadores, era do papel e da caneta que eu gostava. E foram muitos blocos preenchidos com ideias de roteiro e muitos, mas muitos comentários sobre como o cinema me tocava, me fazia pensar o mundo e a mim mesma. Um belo e complexo dia a ficha cai e a agente descobre que é na crítica e não na direção que a gente será feliz. Mamãe e papai sabem que correm o risco de olhares confusos ao dizerem que aquela garotinha que eles colocaram no mundo é crítica de cinema. Não pensem que foi mais fácil para mim. A própria palavra “crítica” demorou para sair da minha boca ao lado da palavra “eu”. Eu precisei de apoio, de estudo, de grandes tombos, várias tentativas e um coletivo cheio de amor (obrigada, Elviras!!!) para escolher o caminho mais difícil. Ainda tropeço e sei que será assim até o fim.
Ver transformados em imagens o que um dia foi uma ideia na cabeça de um estudante é sempre motivador. São vários os temas, as cores, os estilos de câmera. Há falhas? Elas fazem parte e são as melhores professoras. Espero que essa seja a primeira de muitas das minhas participações no Cinest. Se os concorrentes são jovens cineastas, eu também sou uma jovem crítica, apesar dos fios brancos no cabelo e de já escrever neste espaço há quase seis anos. Temos muito em comum. Temos muito que trocar. Prestigiem!
CINEST – Festival Internacional de Cinema Estudantil
Até sexta, a partir das 14h, no auditório da CESMA (Rua professor Braga, nº 55)
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