JEITO DE VER. Dentre os beneficiários do Bolsa-Família, 40% seguem miseráveis. Mas, e os outros 60%?
Um copo com metade dele cheia de água pode estar meio cheio ou meio vazio. Você decide. É o que faz a mídia (este sítio inclusive) a todo momento. Tome-se um exemplo concreto. O jornal O Estado de São Paulo solicitou determinado levantamento para o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pela gestão do Bolsa-Família, o principal programa de transferência de renda do governo.
Conforme o jornalão paulista, o número de famílias (beneficiadas pelo BF) que permanecem em situação de extrema pobreza, alcança 40% do total. É um número significativo o suficiente para merecer o destaque (negativo) proposto pelo veículo de comunicação.
Mas, cá com meu bestunto, pergunto: e os outros 60%, que melhoraram de vida e ajudam a produzir para o Brasil, não seriam mais importantes? Bueno, mas isso é eu que penso. Não o Estadão. Quer saber o enfoque dele? Leia a reportagem assinada por Marta Salomon. A seguir:
“Mais de 40% dos beneficiários do Bolsa-Família continuam miseráveis
A presidente eleita, Dilma Rousseff, não terá dificuldade para encontrar a pobreza absoluta que ela prometeu erradicar até o fim do mandato, como um dos principais compromissos da campanha. Quase 5,3 milhões de famílias – a grande maioria dos brasileiros que permanecem na condição de miseráveis – já são beneficiárias do programa Bolsa-Família, de transferência de renda.
O valor pago mensalmente pelo Bolsa-Família, que varia de R$ 68 a R$ 200 para as famílias que vivem em pobreza mais aguda, não é suficiente para pouco mais de 40% dos atendidos pelo programa superarem a miséria. A condição de pobreza extrema é definida pela renda de até R$ 70 mensais por pessoa da família, segundo as regras do programa; miseráveis são pessoas que vivem com renda de até R$ 2,30 por dia.
O número de famílias que permanecem na extrema pobreza apesar de receberem o benefício do Bolsa-Família aparece em levantamento inédito do Ministério do Desenvolvimento Social, feito a pedido do Estado. Nos últimos anos, o ministério vinha se recusando a divulgar esse tipo de informação…”
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