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CÂMARA. As razões para a vitória do deputado gaúcho Marco Maia, na bancada do PT

O deputado petista gaúcho Marco Maia tem trajetória. Dentro e fora do partido. Ninguém chega, de graça, à vice-presidência da Câmara dos Deputados, nem tem influência no seu próprio partido, sem consistência ou, no mínimo, penetração na própria corrente interna.

Dito isto, também é inegável que foi exatamente essa correlação intestina, aliada à uma possível necessidade de mostrar força diante da Presidente eleita Dilma Rousseff, para que ela dê mais atenção aos parlamentares partidários, fator determinante para a vitória de Maia, na bancada do PT e que o levará, muito provavelmente, à Presidência da Câmara, a partir de fevereiro de 2011.

É exatamente acerca desse conflito intrapetista e sua decorrência imediata o tema de que trata o jornal O Globo, nesta quarta-feira. Vale conferir. A reportagem é de Maria Lima, em reprodução de Ricardo Noblat. A seguir:

Insatisfação com Dilma muda voto do PT na Câmara

A insatisfação de correntes petistas que perderam espaço na formação do Ministério da presidente eleita, Dilma Rousseff, e o descontentamento com o chamado “paulistério” provocaram uma reviravolta ontem na disputa interna do PT pela presidência da Câmara.

Em represália, todos se juntaram contra o até então favorito Cândido Vaccarezza(SP), líder do governo, aclamando como pré-candidato o pouco conhecido atual vice-presidente da Câmara, Marco Maia (RS). Vaccarezza era o candidato preferido de Dilma.

Ele contou votos até o último momento, mas, depois que o ex-presidente Arlindo Chinaglia (SP) retirou sua pré-candidatura em favor de Maia, Vaccarezza também retirou seu nome da disputa.

Maia é agora o candidato do PT para as eleições do dia 2 de fevereiro e deverá presidir a Câmara entre 2011 e 2012, sendo o terceiro na linha sucessória da Presidência da República…”

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Um Comentário

  1. 15/12/2010 – Folha/UOL – Blog do Josias
    Movido a fisiologismo, PT impõe a Dilma a 1ª derrota
    A implosão da candidatura de Cândido Vaccarezza à presidência da Câmara vai à crônica da transição como a primeira derrota imposta pelo PT a Dilma Rousseff.
    Preferido de Dilma e da direção do PT, Vaccarezza foi engolido pelo apetite fisiológico de grupos do PT desatendidos na composição do ministério.
    Cavalgando as insatisfações, Marco Maia, que iniciara a semana como azarão, tornou-se o candidato da legenda numa “votação” invisível.
    Estavam em jogo os votos dos 88 deputados que compõem a bancada do PT. Havia em Brasília apenas 79. Esram três os candidatos no páreo. Além de Vaccarezza e Maia, Arlindo Chinaglia.
    Esboçava-se uma disputa em dois turnos. Curiosamente, Maia era, entre os três postulantes, o que somava menos votos.
    Se levada às últimas consequências, a disputa resultaria num segundo round em que mediriam forças Vaccarezza e Chinaglia.
    Nesse cenário, Vaccarezza tendia a prevalecer sobre o rival. Ao farejar o cheiro de queimado, Chinaglia abdicou da disputa em favor de Maia, vitaminando-o.
    Produziu-se, então, a reviravolta. Vaccarezza foi à calculadora. Verificou que, dos 79 petistas presentes na Capital, 37 votariam nele e 42 optariam por Maia.
    Na contabilidade de Maia e Chinaglia, o vexame seria maior. Vaccarezza teria contra si um placar que roçaria os 50 votos.
    Ao se dar conta de que virara um ex-favorito, Vaccarezza tocou o telefone para o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Nessa conversa, jogou a toalha.
    Sem rivais, o ex-metalúrgico Maia, um apagado vice-presidente da Câmara, foi aclamado candidato oficial do petismo ao comando da Casa.
    Refazendo-se a trilha que conduziu ao triunfo de Maia, percebe-se um rastro de fisiologismo de fazer corar os profissionais do PMDB.
    Na federação de correntes que coabitam o PT, Vaccareza integra o grupo mais numeroso. Antes do mensalão, chamava-se Campo Majoritário. Depois, foi rebatizado: CNB (Construindo um Novo Brasil).
    Até a semana passada, Vaccarezza estava fechado com a segunda maior corrente do petismo: Mensagem ao Partido.
    O interesse da ‘Mensagem’, sob cujo guarda-chuva se abrigam Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, era o de acomodar Paulo Teixeira (SP) no posto de líder da bancada.
    Ao presentir que a saída de Chinaglia (do Movimento PT, terceira maior corrente) produzira uma mudança nos ventos, a turma da Mensagem ajeitou-se com Maia.
    O grupo de Tarso (governador gaúcho eleito) e de Cardozo (ministro indicado da Justiça) inclui vários petistas egressos de outra corrente: a DS.
    A sigla identifica a Democracia Socialista. Grupo miúdo, mas barulhento. Sob os dois reinados de Lula, geriu a pasta do Desenvolvimento Agrário.
    Um ministério que Dilma resolveu agora entregar a Maria Lúcia Falcón, petista apadrinhada pelos governadores Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE).
    Abespinhado, o aparelho da DS, que já torcia o nariz para Vaccarezza, decidiu dar o “troco” em Dilma e na direção do PT. Aderiu a Maia.
    Julgando-se subrepresentado na Esplanada, o PT de Minas Gerais também pegou em lanças contra o que chamou de “paulistério”.
    Descontente desde a eleição, quando o PT federal obrigou-o a digerir Hélio Costa (PMDB), o petismo de Minas direcionou oito votos para o cesto de Maia.
    A aversão a Vaccarezza, escora-se, também aqui, na inanição ministerial. Amigo de Dilma, o mineiro Fernando Pimentel foi à pasta do Desenvolvimento Industrial.
    Minas queria mais, contudo. Insinuara interesse na recondução de Patrus Ananias à pasta do Bolsa Família (Desenvolvimento Social). E nada.
    Em nova investida, o PT-MG indicou para o Ministério da Cultura um auxiliar mineiro de Lula que parece nem desejar o cargo: Luiz Dulci, atual secretário-geral do Planalto.
    A fome por cargos mastigou também a unidade do majoritário CNB, o grupo de Vaccarezza.
    Dois expoentes dessa facção –o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP) e o ex-líder Mauricio Rands (PE) – suaram a camisa contra o preferido de Dilma.
    Berzoini e Rands reforçaram a opção vitoriosa sem constrangimentos, já que Marco Maia, como Vaccarezza, também integra o CNB.
    De novo, há por trás do movimento, apetites não saciados. Rands queria ser ministro. Mirava na Cultura. Mas era candidato a qualquer pasta.
    Berzoini, empurrado por Lula para fora do núcleo decisório da legenda, irritou-se com a entrega da pasta da Previdência, antigo feudo de seu grupo, para o PMDB.
    Há dez dias, cercada de PMDB por todos os lados, Dilma e seus operadores queixavam-se da fome do sócio. Escutam agora os ruídos do estômago do PT.
    O apetite petista é antigo. Mas há uma diferença: Lula servia pratos feitos à sua legenda. Sob Dilma, o PT avisa que será diferente.

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