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OLHAR DE FORA. No Correio do Povo: ‘Toxoplasmose deixa rotina de SM Tomada pelo receio e pela dúvida’

Cada vez mais, ainda que técnicos admitam que o momento mais crítico do surto já tenha acontecido, Santa Maria entre no mapa das informações negativas por conta do surto de toxoplasmose. Neste final de semana, por exemplo, uma reportagem especial disponível na versão online do Correio do Povo revela esse ponto de vista que…

Bem, melhor você mesmo conferir o trabalho assinado por Jessica Hübler e Renato Oliveira. A foto é de Alina Souza. Acompanhe:

Autoridades federais, estaduais e municipais não sabem qual origem do surto de Toxoplasmose que atingiu quase 600 pessoas na cidade

Toxoplasmose deixa rotina de Santa Maria tomada pelo receio e pela dúvida

A falta de informação e a incerteza sobre as causas e consequências do surto de toxoplasmose em Santa Maria, na região Central do Rio Grande do Sul, têm causado confusão e pânico. A população ainda não sabe se a fonte de contaminação é a água que chega às torneiras ou as hortaliças ingeridas, conforme informado recentemente pelo poder público, o que acaba afetando a rotina dos moradores. 

Há mais de dois meses uma doença misteriosa começou a ser investigada na cidade. Com os primeiros sintomas, os casos foram tratados “síndrome febril”. Em pouco mais de uma semana, o surto de toxoplasmose foi confirmado. Logo em seguida, veio o efeito dominó. Pelo menos 594 pessoas já foram diagnosticadas com a doença. A causa segue sendo apurada pelos órgãos de Saúde, municipais, estaduais e federal, por meio do Ministério da Saúde, que considera o surto como o maior do país até o momento. Na sexta-feira, uma coletiva de imprensa no município anunciou que, nas amostras de água enviadas para análise, foi encontrado um protozoário toxoplasma gondii. O organismo foi localizado em uma caixa d’água no Centro de Santa Maria. Apesar disso, a secretária de Saúde do município, Liliane Mello, disse que o DNA do protozoário é diferente daquele presente nos casos do confirmados do surto. Portanto, a investigação continuará. 

“O Ministério da Saúde esclarece que o surto de toxoplasmose no município de Santa Maria (RS) tem como mais provável causa a contaminação pela água, com possível contaminação de hortaliças como causa secundária. (…) Vale ressaltar que as outras possíveis causas comuns em casos de toxoplasmose foram eliminadas durante a pesquisa, como carne bovina, de frango e queijos, entre outros alimentos”, informou o órgão, por meio de nota.

Diversas reuniões e análises laboratoriais vêm sendo feitas, mas, até o momento, a população precisa conviver com a dúvida. Ainda em junho, o secretário estadual de Saúde, Francisco Paz, afirmou que as causas eram desconhecidas. Um dia depois, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse que a “culpada” era a água. A declaração foi duramente criticada por especialistas e envolvidos na investigação da doença.

Entre os bairros com maior incidência da enfermidade estão o Parque Pinheiro Machado e o Urlândia, ambos perto de um novo shopping da cidade. Uma moradora da região comentou que, em decorrência das obras realizadas no local, tubulações de água foram rompidas. Isto, segundo ela, poderia estar relacionado com a origem da doença, pois ocorreu no mesmo período. Para ela, amostras coletadas após dois meses não devem mostrar o que ocorreu na época. “A água é fluida, se os casos começaram a diminuir, pode ser que agora as pessoas não estejam sendo contaminadas.” 

Conforme o superintendente da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb, não há nenhuma obra específica que esteja no foco das investigações. “Temos a programação de cruzar os dados de todas as obras. Assim que conseguirmos esse levantamento, vamos começar o cruzamento e investigar se há relação.” Até o momento, as equipes possuem georreferência apenas das residências das pessoas diagnosticadas. “Isso não quer dizer que todos tenham se contaminado em casa, temos que entender se não foi no local de trabalho. Teremos um longo trabalho de investigação e, infelizmente, a qualificação dos dados demora.”

Segundo ele, as únicas causas já descartadas pela investigação são as carnes e os embutidos. “São itens que até podem estar associados à contaminação endêmica, mas foram descartados enquanto causadores do surto. Hoje os grandes suspeitos são a água e as hortaliças”, declarou. A possibilidade de uma ou mais obras da cidade estarem relacionadas com a origem do surto não foi descartada pelas equipes da Vigilância. 

Outro morador que preferiu não se identificar, e admitiu que prefere preservar o nome por medo, descobriu ter a doença em maio. “Até hoje não sei como fiquei doente, eu suava todas as noites, tive muita febre e cheguei a perder quatro quilos. Minha esposa e minha filha não estão contaminadas, mas eu estou e quero saber o quanto antes o motivo. Se for a água, não há dúvida: vou entrar na Justiça”, enfatizou. Ele disse que conhece muitas outras pessoas que contraíram a doença e preferem não falar sobre o assunto: seja pelo receio de um preconceito ou até mesmo pelo constrangimento. “Estão falando que é doença de gente suja, então muitos não querem comentar.”

Há quem diga que o surto de toxoplasmose “só pode ser mentira”. É o caso de Noedila Moreira da Costa, 82 anos. Ela comentou que não consegue levar o assunto a sério, justamente porque os responsáveis ainda não chegaram a uma conclusão. “Moro aqui faz 25 anos e nunca tinha ouvido falar de algo tão grave, prefiro não acreditar.” Para Noedila, é preciso desconfiar da demora…”

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Um Comentário

  1. Nada de novo. Discordo da manchete “receio e dúvida”. Vamos combinar que o preço do gás não é exatamente pequeno. Para a população de baixa renda ficar fervendo água não é barato. Não é absurdo supor que a maioria não está seguindo a recomendação.
    Atuação estatal como sempre é reativa. Aparece um problema novo e é um ‘Deus nos acuda’. Não existe burocracia para tratar do caso, não existe dinheiro ou rotinas. Não é culpa dos profissionais, se aparecessem casos de malária na aldeia seria a mesma coisa. Só porque nunca aconteceu acham que nunca vai acontecer.
    Outro aspecto são as universidades. Leischmaniose, toxoplasmose, febre amarela, sabe-se lá o que mais. Trabalhos de conclusão de curso poderiam ser mais práticos, sair da zona de conforto e do ar condicionado dos laboratórios.

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