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TRABALHO. Jovens santa-marienses em busca de espaço no mercado. Saiba como isso pode acontecer

Carteira de trabalho: segundo a pesquisa “O impacto dos jovens nas organizações”, da Fundação Estudar, 80% dos jovens brasileiros ouvidos têm até cinco anos de carreira, 16% de cinco a dez anos, 1%, mais de dez anos e 3% dos questionados nunca trabalharam

Por PAOLA SALDANHA e ANDRESSA MARIN (com imagem de Reprodução), Especial para o Site

Contribuir com o sustento da família. Adquirir independência financeira. Encontrar seu lugar no mundo. Muitas podem ser as motivações. É na adolescência que o indivíduo tem suas primeiras experiências mais autônomas, entre elas, o emprego. De acordo com a pesquisa “O impacto dos jovens nas organizações”, realizada pela Fundação Estudar, em parceria com a consultoria A.karta, que ouviu 1.051 pessoas, de 18 a 25 anos, 72% dos entrevistados afirmaram estar empregados. Entretanto, a inserção do adolescente no mercado de trabalho requer algumas mudanças de hábitos e influenciam na sua postura profissional e pessoal.

Segundo Daniela Oliveira, psicóloga que já atuou como docente de educação profissional no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e desenvolveu trabalho com jovens aprendizes, o maior desafio enfrentado nesta primeira experiência profissional é a adaptação desse jovem as regras estabelecidas e também com os colegas de perfis diferentes do seu.

Luiz Gabriel Rodrigues, 17 anos, atua em jornada tripla. Desde fevereiro deste ano, se divide entre curso profissionalizante, aula e estágio

“É a convivência com pessoas diferentes dele, das quais ele não pode escolher, pois na vida fora do ambiente de trabalho como por exemplo, escola, grupos sociais, familiares, entre outros, ele escolhe estar próximo daquelas pessoas com as quais possui maior identificação ou afinidade. Já no ambiente profissional, esta escolha ficará mais difícil, pois ele será inserido em um ambiente já configurado” explica.

A psicóloga ainda salienta a importância desse processo no desenvolvimento do adolescente. “Cria e exercita recursos internos da convivência social, como o seguimento de regras, adaptabilidade, respeito a diferença em todos âmbitos, deferência (respeito a hierarquias), organização, processo comunicativo, enfim, várias competências a nível comportamental, que irão moldar sua identidade profissional e desenvolver sua maturidade para o trabalho” conta Daniela.  E é neste contexto de primeiro emprego que se encontra Luiz Gabriel Rodrigues, 17 anos.

Rodrigues atua em jornada tripla. Desde fevereiro deste ano, se divide entre curso profissionalizante, aula e estágio. “Minha rotina está mais puxada. Curso de manhã, estágio de tarde e aula de noite. Quando tenho prova eu estudo nos domingos”. Este é o primeiro emprego do jovem de carteira assinada. Após ser aluno do curso de Mecânica de Usinagem no SENAI pela manhã, Rodrigues desempenha o estágio em uma empresa de estoque de calçados à tarde – que conquistou por meio do Centro de Integração Escola Empresa (CIEE). E por fim, no turno da noite, retorna à sala de aula, como estudante do segundo ano do ensino médio.

O adolescente frisa que a rotina contribuiu para a construção de uma consciência das suas responsabilidades, ainda que os deveres pesem no seu cotidiano. “Estou tendo bastante responsabilidade com as minhas tarefas e aprendendo bastante. A parte ruim é que tenho pouco tempo pra me divertir, geralmente, chego cansado e prefiro ficar em casa. Parece que estou sendo adulto na adolescência”, relata Rodrigues.

Organizações na mediação jovem-mercado de trabalho

A rotina de Rodrigues está ligada a duas instituições que abrem espaço para o jovem no mercado de trabalho e contribuem para os primeiros passos na carreira profissional. O jovem é menor aprendiz no SENAI, organização que promove a formação em áreas da indústria, e pelo CIEE. A empresa cumpre a Legislação do Estágio que está regulamentada no Art. 98 da Lei nº 9.504/97.

Em Santa Maria, há um grande número de vagas para a área de educação, com destaque especial para o curso de pedagogia e administração, seguido pelo curso de Direito, além das vagas para ensino médio. Segundo Paulo Hepp, coordenador do CIEE, “A maioria dos estudantes não têm experiência profissional e por isso estão em busca da primeira oportunidade”.

Hepp também destaca que o conhecimento em informática é importante, mas na questão de Word, Excel e até mesmo PowerPoint. Muitos alunos tem conhecimento de informática apenas no que se refere ao uso próprio e de redes sociais, mas não compreende programas utilizados no dia a dia das empresas.

Quem busca aperfeiçoamento profissional em Santa Maria também encontra espaço no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). A instituição tem maior concentração de cursos na área de gestão e, principalmente, informática fundamental. Contudo, as vagas do SENAC também abrangem os setores de web design, design gráfico e técnico de segurança em trabalho.

Há, ainda, outros cursos oferecidos a distância – nas área de design, comercial, recursos humanos, meio ambiente, turismo e marketing. O SENAC atende alunos de 16 até 80 anos, que buscam formação, mas também prática e aperfeiçoamento.

“Alguns que já trabalham na área da informática que vem buscar formação e alguns que já terminaram sua graduação, na área de informática, em diversos cursos diferentes, vem buscar aqui no Senac a parte prática”, comenta Adriano Santolin, diretor do SENAC Santa Maria.

Para Daniela, este é um dos recursos que auxilia a inserção do jovem no mercado de trabalho. “Realizar cursos desde cedo, tais como programas de jovem aprendiz, é extremamente importante para que ele possa, além de adquirir conhecimento próprio da área de aprendizagem escolhida, exercitar valores fundamentais, desenvolver sua cidadania, senso crítico e conviver com outros jovens. Essa convivência é fundamental para conhecer suas principais potencialidades enquanto ser humano e profissional”, destaca a psicóloga.

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