CÂMARA. Reunião da Comissão de Saúde marcada por discussão ríspida: Deili Silva x André Domingues
Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Thais Hoerlle/AICV), da Equipe do Site
A coleta domiciliar de lixo foi o tema da reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, realizada na manhã de quinta-feira (21), na Câmara de Vereadores. Porém, o assuntou ficou em segundo plano frente ao climão gerado a partir de uma discussão entre a presidente da comissão, Deili Silva (PTB), e o vereador André Domingues – Deco (PSDB).
A pauta determinava que, entre 8h30min e 9h, seriam ouvidos os representantes da Sustentare Saneamento, que presta o serviço de recolhimento de lixo nos bairros; e, entre 9h e 9h30min, era a vez da Conesul Soluções Ambientais, que atua na coleta de contêineres. Ficou estipulado que cada vereador teria três minutos para formular perguntas seguidas de respostas.
Após a apresentação da primeira empresa, a presidente falou por cerca de cinco minutos explicando como se desenvolveriam os questionamentos e também formalizando suas perguntas. Na sequência, Deco se inscreveu para falar, mas ficou indignado quando foi avisado que teria apenas três minutos. Deili, porém, disse que o convidado tinha vindo de Porto Alegre e, caso o parlamentar necessitasse de mais tempo, poderia fazer as considerações que julgasse pertinentes após a reunião.
O encontro prosseguiu com a fala de Valdir Oliveira (PT), que fez uma pergunta em poucos segundos. Contudo, enquanto a empresa respondia o petista emendou outro questionamento. Nesse instante, Deco faz sinal no relógio indicando que os três minutos já haviam sido ultrapassados. Constrangida, Deili convidou o tucano para uma conversa no corredor.
Estranhando a demora no retorno de ambos, um dos vereadores que participava da reunião relatou ao site que saiu da sala e encontrou Deili chorando no corredor. Conforme relatos, a discussão foi ríspida e o restante do encontro precisou ser ministrado pelo vice-presidente da comissão, Vanderlei Araujo (PP), já que a petebista estava muito abalada.
“Pouca coisa”, diz Deco
Deco confirma que a discussão teve início devido ao pouco tempo que teve para fazer questionamentos aos convidados.
“Ela me deu somente três minutos de fala e não deu tempo de fala para o Valdir, que já tinha falado seis minutos quando eu questionei uma divisão equânime no tempo de fala de cada um. Nunca tinha visto esta imposição de tempo para realizarmos nossas perguntas. Penso que se foi imposto para mim, deveria ser também imposto para os demais”, relatou Deco.
O parlamentar afirma que é contundente em suas falas, porém sempre respeitoso. Considera o fato como ‘pouca coisa’ e disse que quer bem a Deili.
“Creio que a razão da sensibilidade de hoje possa estar relacionada a outro tema que desconheço. Só pedi tratamento isonômico. Não dá para deixar o Valdir ficar falando dez minutos e eu só três. Mas como disse: coisa pouca”.
Deili aciona assessoria jurídica
Ao longo do dia, pessoas próximas à Deili incentivaram a petebista a realizar um registro policial, uma vez que consideram o ato do tucano uma possível violência moral e psicológica. Por enquanto, a parlamentar resolveu não tomar nenhuma atitude, embora admita que tenha sofrido um abalo emocional.
“Estamos analisando a situação junto a nossa assessoria jurídica. Não estamos aqui falando apenas de uma questão legal. É um fato que envolve a abordagem a uma pessoa e, principalmente, o abalo emocional sofrido pela maneira do tratamento que, até o momento, ainda está sendo digerido”, afirmou Deili.
Onde já se viu controlar tempo de pergunta para qualquer vereador.
A coisa que mais se desrespeita na CMVSM é TEMPO. Reuniões e audências nunca comeam no horário, num claro desrespeito a quem chega no horário.
Um vereador poderia criar uma regra interna obrigando que TODAS reuniões comecem na hora marcada, sempre, que em cada tipo de reunião o tempo de pergunta e de resposta seja definido previamente. Tem evento na CMVSM que a pergunta dura mais que a apresentação feita.
Violência moral e psicológica só na Maria da Penha. Não é o caso, até onde sei. Sobra a regimental quebra de decoro.
Mais uma novela com roteiro ruim no Casarão da Vale Machado.