Memória ativa
Por ORLANDO FONSECA (*)
Numa fria e chuvosa manhã de agosto, no ano passado, um grupo de santa-marienses ergueu a sua voz, publicamente, para manifestar sua preocupação com o tema da preservação do patrimônio cultural de nossa cidade. Nascia assim o Coletivo Memória Ativa, como uma agremiação devotada à defesa dos bens históricos e culturais de Santa Maria, diante de uma insegurança jurídica provocada pelas mudanças no Plano Diretor.
Provocados e convocados pelo jornalista Marcelo Canellas, naquele momento, reuniram-se pessoas com um objetivo muito claro e uma disposição que, a partir de então, foram se consolidando com as reuniões semanais, os atos públicos e as contribuições com o poder público.
Aquele ato público estava marcado para a Praça Saldanha, mas o clima temperamental da nossa região empurrou-nos para debaixo da marquise de um banco, na esquina com a Acampamento. Na ocasião foi lido o Manifesto que indica as ações principais desse Coletivo: – Dar apoio ao COMPHIC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural); – Defender a lista provisória dos 135 imóveis tombados pelo Decreto Provisório, e apoiar o seu processo de tombamento definitivo; – Propor uma discussão ampla e democrática para constituir uma nova Lei Municipal de proteção ao Patrimônio Cultural e Pela adoção de mecanismos de amparo oficial aos proprietários de bens tombados.
O nome do coletivo foi surgindo com o tempo de atividade e de convívio. Memória Ativa se deve ao nosso entendimento de que a defesa do Patrimônio Cultural exige que seja, cada vez maior, o esforço da coletividade. Todos agindo em favor da autoestima cidadã, pois a alma da cidade são as pessoas, e é da história pessoal que se faz a história do Município. É da memória afetiva de cada um que se constrói a memória da cidade.
A nossa Missão é: Sensibilizar a comunidade de Santa Maria em prol da preservação dos valores do seu patrimônio cultural. Queremos que a nossa organização seja “reconhecida como entidade que busca inserir Santa Maria no circuito mundial da defesa do patrimônio cultural.” Para tanto, são valores que prezamos: Integridade, Liberdade, Diálogo, Identidade, Afetividade.
Através do esforço conjunto da sociedade civil, Poderes Executivo e Legislativo, podemos e devemos chegar a uma legislação capaz não apenas de dar proteção aos prédios, mas também trazer benefícios aos proprietários dos bens tombados.
É preciso também um esforço a fim de que a educação para a preservação do patrimônio cultural seja tema da formação de nossas crianças e jovens. Atividades que envolvem os conteúdos curriculares, aliadas a promoções da sociedade em geral, associações, empresas, coletivos. Com isso alcançaremos a perenidade dos nossos símbolos, referenciais importantes da nossa identidade.
(*) ORLANDO FONSECA é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.
OBSERVAÇÃO: A foto que ilustra esta crônica é reprodução do Facebook, e é o lançamento do coletivo na praça Saldanha Marinho (sob a marquise do Banrisul), em 1º de agosto de 2018.
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