COLUNA. José Mauro Batista, covid e o negacionismo a ser enfrentado com rigor (E NÃO SÓ) pelos governos
Máscara, vacina, negacionismo e paranoia
Por JOSÉ MAURO BATISTA (*)
A pandemia da Covid-19 trouxe um debate bastante polêmico que inclui questões ideológicas, políticas, econômicas, sociais e culturais. Ele ocorre nos meios científicos, acadêmicos e entre profissionais de saúde e chega até o restante da população por meio dos veículos de comunicação. O problema é que as redes sociais, que dão voz a todo mundo, servem mais para guerrilha ideológica e interesses políticos e econômicos do que para levar informação de fontes comprovadamente confiáveis.
Há uma onda negacionista incentivada, inclusive, por alguns governantes mundo afora e replicada por grupos extremistas por meio da divulgação de fake news. Além de negarem o perigo do novo vírus e da sua gravidade, os negacionistas atacam o distanciamento e o isolamento social e, até mesmo, o uso da máscara, tardiamente recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como meio de proteção.
Como até agora a maioria dos cientistas e especialistas recomenda a máscara como uma das armas preventivas, seu uso torna-se imprescindível. E, nesse sentido, quando a população não atende a esse apelo e ignora essa necessidade, o poder público se vê obrigado a implementar a obrigatoriedade com punição para quem a descumpre.
Executivo e Legislativo de Santa Maria agiram corretamente ao estabelecer multa para os cidadãos desobedientes, ressalvados casos especiais. É evidente que se trata de uma imposição, como toda a lei que torna algo obrigatório. Infelizmente, diante de uma pandemia não há como deixar de recorrer a medidas rígidas quando vidas estiverem em jogo.
Pior ainda é o movimento antivacina, que ganha corpo em vários países, entre eles Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Apesar de não ser uma coisa nova, esse movimento se revigorou na atual pandemia e, caso não contido, tenderá a se espalhar e a prejudicar milhões de pessoas. Esses grupos espalham mentiras, desconfiança e teorias da conspiração sobre a vacina, e não somente em relação à Covid.
Os surtos recentes de doenças que haviam sido contidas e erradicadas, como o sarampo, estão, em parte, diretamente ligados a fake news, conforme divulgado em 2019 pela OMS. No início do século passado, o Rio de Janeiro tornou-se campo de batalha com a deflação do que ficou conhecido como “Revolta da Vacina”, aliás, usada por adversários do governo da época para tentar derrubá-lo.
Estudo da Universidade de São Paulo (USP), divulgado esta semana pela Folha de S. Paulo, aponta que grupos antivacina brasileiros aumentaram em 338% o volume de noticias falsas no Facebook sobre futuras vacinas contra o novo coronavírus. O que chama a atenção é que somente 56 usuários teriam sido responsáveis por essa onda de mentiras. O temor de especialistas é que a disputa ideológica impulsione o negacionismo antivacina.
O pânico, por outro lado, pode levar a uma onda de paranoia prejudicial à própria prevenção. Todos devemos estar conscientes de que precisamos evitar aglomerações, buscar o distanciamento nos locais de circulação, manter hábitos de higiente e usar a máscara. E, evidentemente, quando uma vacina eficaz estiver disponível, buscar a imunização. Aos governantes, por seu turno, cabe enfrentar o problema, adotando o rigor sempre que necessário. Esse é o melhor caminho, aponta o mundo científico, para que possamos retomar a vida e a economia com segurança e sem ter que alternar períodos de fechamento e abertura de estabelecimentos.
(*) José Mauro Batista é jornalista. Até recentemente, editor de Região do Diário de Santa Maria. Antes foi repórter e editor do jornal A Razão. Escreve no site semanalmente, aos domingos.
Observação do Editor: A foto que ilustra esta coluna, sem autoria determinada, é uma reprodução do site de imagens gratuitas Pixabay.
Brando para articulista do site, já.
Todos sabem quem fez terrorismo na mídia no inicio do problema. Desconhecem o fator humano, para eles ‘humano’ é um conceito que se lê num livro.
Nos EUA 250 mil motoqueiros não cancelaram o encontro anual e máscara, distanciamento social, obviamente, é coisa da Rede Trouxa.
No Peru a policia faz batida em festa clandestina. Morrem 15 devido ao tumulto.
Na Alemanha fazem um experimento ‘cientifico’. Fazem shows de rock para plateia de 2 mil voluntários em condições diferentes. Situação normal, como se não houvesse doença. Distanciamentos sociais diferentes. Depois verificam onde as pessoas colocaram mais as mãos, qual foi a contaminação dos participantes. Por que ‘cientifico’? Obviamente festa de ‘alemão’ sem bebida não é parâmetro para o resto da humanidade, todo mundo sentado comportadinho como se estivesse na escola. Ou seja, ‘cientifico’ não é rótulo do indiscutível.
Ideologicamente o que está em jogo é a intervenção do Estado na esfera privada do cidadão. Até que ponto o contrato social permite intervenção. Obviamente para a esquerda o Estado pode tudo. Para outros não é bem assim. Agrava a situação o fato de não ter havido debate sobre o assunto.
Fake News é uma cortina de fumaça. ‘Temor de especialistas’, como se houvessem ‘especialistas em influencia do noticiário na população’, é totalmente sem base. O que se vê é a grande mídia perdendo espaço devido a uma mudança de paradigma, acelerada pela pandemia. Grandes conglomerados tentaram incorporar as redes sociais na programação, utilizar para aumentar a participação da audiência, mas não resolveu. Utilizando argumentos políticos tenta ‘enquadrar’ os novos meios. A balcanização da noticia (e até da transmissão de jogos de futebol) também não interessa os profissionais de comunicação social, a maioria não esta preparada para a mudança. Nem se fala dos alunos de graduação na área, irão para a guerra com um penico.
Alás, estão sendo lançados canais de streaming gratuitos lá fora, por exemplo. Única inconveniência são os comerciais. Que são direcionados com utilização de Big Data. Ou seja, até os canais de televisão a cabo estão condenados. O futuro é 5G e fibra ótica. Nada de assinatura. Eventos especiais cobrados à parte.
Polemicas existem, as controvérsias. Debate já acho difícil. Esta mais para embate de ideias, cada um afirma sua ‘verdade’ e ponto final.
Redes sociais dão voz a todo mundo, mas não é todo mundo que utiliza as mesmas. Caso alguém se depare com uma bolha (ou esteja numa) pode ter uma idéia muito errada das coisas, por isto é interessante dar um ou dois passos para trás e avaliar antes de entrar numa toca de coelho qualquer.
‘Negacionista’, todo mundo sabe onde o burro do leiteiro vai parar, é mais um rótulo inventado para desqualificar. Tática primitiva da esquerda.
‘Cientista’ e ‘especialista’ duas palavras que ‘gastaram’ o significado. Geralmente é alguém utilizando credenciais acadêmicas duvidosas escolhido por um(a) jornalista (que não são conhecidos pela capacidade cognitiva) para falar sobre determinado assunto. Como a promoção pessoal é grande na pandemia, maior ainda é a competição para falar sobre o assunto. Professores de educação física, traumatologistas, cardiologistas, neurocientistas, de repente todos viraram ‘cientistas genéricos’ ou ‘especialistas’. Importante é aparecer. Alás, epidemiologia é um patinho feio acadêmico (como ecologia ou estudos interdisciplinares), está longe de atrair os melhores alunos. Ultima grande pandemia aconteceu há mais de 100 anos.