LITERATURA. “As Cinco Tumbas de Gumersindo Saraiva”, o livro, e a história esquecida dos gaúchos
A obra de Ricardo Ritzel que resgata episódios épicos do Rio Grande do Sul
O livro “As Cinco Tumbas de Gumersindo Saraiva” é, antes de tudo, o resgate de histórias esquecidas do Rio Grande do Sul, mas que, de uma forma ou outra, se perpetuaram passadas de geração em geração e ajudaram, e muito, a costurar este tecido social que chamamos de tradição gaúcha.
São 25 capítulos com histórias e personagens que começam com Andresito e a “Liga de los Pueblos Libres”, tão sonhada por Artigas, passam por Netto, Canabarro e Niederauer em plena Guerra do Paraguai, focam em plano detalhe o período revolucionário rio-grandense, que vai de 1893 a1930, e chegam até a guerra aérea no céu italiano na II Guerra Mundial pelos olhos de um gaúcho de Santa Maria .
E, sim, o mais famoso general maragato, Gumersindo Saraiva, é o grande personagem do livro por uma simples constatação: sua vida e morte são mais interessantes e fantásticas que qualquer ficção. E sem dúvida alguma!
Assim como de Aparício Saraiva, Juca Tigre, Firmino de Paula, Adão Latorre, Pinheiro Machado, Flores da Cunha, Honório Lemes, Felipe Portinho e outros tantos que fazem parte da obra e nos contam uma outra história desses pagos. Aquela que não está nos livros escolares e nem na historiografia oficial, mas permaneceu viva e contada de pai para filho, de geração a geração há mais de século.
Destaque também para o capítulo “Mulher, gaúcha e maragata”, que aborda a participação feminina nos conflitos revolucionários. Uma das faces mais abafadas das revoluções do sul brasileiro e que também se revelam com tanta ou mais coragem que as de seus maridos e companheiros.
Enfim, “As Cinco Tumbas de Gumersindo Saraiva e outras histórias de guerras gaúchas” é um daqueles livros que o leitor, ao começar, não vai conseguir mais parar antes do último ponto final. É história pura contada de uma forma simples e magnética por um jornalista, mesmo sem deixar de citar todas as fontes, como qualquer bom historiador.
As Cinco Tumbas de Gumersindo Saraiva e outras histórias de guerras gaúchas, de Ricardo Ritzel; Martins Livreiro Editora; 208 páginas – 2021.
A obra pode ser adquirida direto com o autor pela sua página no Facebook, no site da editora (www.martinslivreiroeditora.com.br) e, devido a pandemia, em breve nas melhores livrarias.
A seguir, você confere o prefácio do livro, escrito pelo editor deste site:
“O fascínio da história gaúcha não escorada na versão oficial
Por Claudemir Pereira
Há um naco da história gaúcha, que vai do final do século XIX até, mais ou menos, a Revolução de 30, que me deixa fascinado. Existe farta bibliografia, mas é dispersa. E você, que se interessa por ela, precisa ir cavando, aqui e ali, para ter a curiosidade intelectual agraciada.
Desconfio, mesmo, que o período, que dura aí por uns 40 anos, é pouco (se é) tratado nas escolas – que, não raro, apenas reproduzem a história oficial de outro momento, ainda anterior, que vai da Revolução Farroupilha à Guerra do Paraguai. Isso sem falar na dificuldade de incluir os gaúchos que vivem além fronteiras sul e oeste do Estado.
É por essas razões que, de repente, descubro no Facebook, postagens do colega e amigo Ricardo Ritzel, que além de tudo é cineasta (afora enxadrista excepcional), tratando justamente de questões que a mim apaixonam. Gumersindo Saraiva, veja só, é até tema de filme que ele dirige, além de motivo para textos na rede social. Isso um, imagina o punhado de outros personagens que recebeu e ainda recebe destaque.
Prestei atenção, de vez que gosto do trabalho dele há bom tempo e não sabia dessa abordagem que ele fazia com paixão e muito estudo, para além das cartilhas ensebadas do tradicionalismo histórico. Me senti tão representado que ousei fazer o convite para que escrevesse também para o www.claudemirpereira.com.br, espaço plural, democrático, que mantenho há 15 anos na grande rede.
Para satisfação inicial do editor e posterior de um punhado significativo de leitores, Ricardo Ritzel aceitou. E, desde então, vai aí algo como meio ano, engrandece o site, aos finais de semana.
Pois, agora, mais que isso, amplia o público com o trabalho que você pode conferir, e que são uma releitura daquilo já disponível no site. Ganham todos. Mas, especialmente os leitores. Eles têm, agora, mais uma chance de conhecer a fascinante (e não escorada na leitura oficial) história de uma porção significativa de tempo do Rio Grande do Sul.”
O que dizem sobre o livro:
-“Parabenizo o autor pela obra e pelo tema escolhido, valorizando aspectos pouco divulgados da história do Rio Grande do Sul” por Rogério Araújo de Salazar (Pelotas), advogado, poeta, escritor e político.
-“Uma surpresa em cada página. A história galopando ao nosso lado, pelas ruas que nossos antepassados pisaram com tanta determinação não poderia passar despercebida por nossa geração. Uma obra para ser revisitada, sempre!”, por Ronaldo Lippold (Santa Maria), escritor.
-“O capitulo sobre o Andresito e o dos cinco sepultamentos são cinematográficos. Outro assunto que me chamou atenção; a ditadura positivista. Passamos anos estudando a revolução russa e outros fenômenos e não fizemos nenhuma análise dessa história que de certa forma arrastamos até hoje. Valeu Ricardo!” Marconi de Mattos (Estocolmo), jornalista, fotógrafo.
-“Estou lendo As Cinco Tumbas. Mais convencido do que nunca que o Júlio de Castilhos é quem inventou a fake news no RS” por Adeli Sell (Porto Alegre), escritor, político, professor.
-“Muito bom o livro do Ricardo Ritzel. Recomendo”, por Ivory Coelho Neto (Porto Alegre), promotor de Justiça.
– “Terminando a leitura de histórias militares gaúchas reunidas por Ricardo Ritzel, num ótimo trabalho”. Por Poti Silveira Campos (Porto Alegre), jornalista e escritor.
-“Obra muito recomendada para quem gosta da genuína história dos nossos antepassados, para quem admira a cultura e tradições do Rio Grande do Sul e para aqueles que se interessam pelos fatos históricos que forjaram nosso estado a través de batalhas e façanhas perpetradas por grandes e bravos homens e mulheres.”, por Juan Niederauer (Florianópolis), pesquisador, escritor
-“Uma abordagem instigante sobre a morte de Gumersindo Saraiva, o líder federalista da Revolução de 93. O livro é farto em informações acerca do mais sangrento conflito gaúcho, com uma apresentação gráfica primorosa da tradicional Martins Livreiro Editora”, por Iberê Teixeira (são Borja), escritor, pesquisador e advogado.
-“Obrigado, Ricárdo Ritzel. O livro faz ajustes históricos de histórias mal contadas”, por Ricardo Jobim (Santa Maria), advogado.
-“Um libro fantástico!“, por Gilberto Saraiva (Rivera-UR), tetraneto de Gumersindo Saraiva.
-“A memória está muito além da lembrança. Memória nos inspira para orientar o que somos e o que legamos. Memória, história… Nossa trajetória”, por Valéria Fabricio (Santa Maria), professora de Literatura, escritora.
-“Bela reunião de episódios de diferentes personagens, como o Comandante Andresito (oficial de Artigas), Antonio de Sousa Netto, Gumersindo Saraiva, entre outros. Também relatos do protagonismo feminino nesses embates violentos, como o de Amélia Saraiva organizando a libertação do marido, preso em Santa Vitória do Palmar, em 1890. Episódio digno de um romance de capa e espada”, por Vitor Biasoli (Santa Maria), escritor, historiador e professor.
– “Uma bela contribuição para o resgate de alguns dos personagens que povoam a memória do Rio Grande do Sul”, por Leonardo Da Rocha Botega (Santa Maria), historiador e escritor.
-“A leitura desta obra mexeu com meu imaginário. Uma aula de história e de pesquisa do meu amigo Ricardo Ritzel. Hoje fico aqui a imaginar as peleias e refregas que aconteceram aqui na “esquina de casa”, e agradeço ao escritor por trazer estas memórias com tanta qualidade”, por James Pizzaro (Santa Maria), Assistente Social santa-mariense.
– “Eis que recebo a sensação mágica de sentir a história gaúcha nas mãos, graças à pesquisa e ao talento do escritor e jornalista Ricardo Ritzel. Ao certo sorverei gole por gole dessa cacimba riquíssima!”, por Carlos Omar V. Gomes (Nicolau Vergueiro), poeta, compositor e advogado.
– “Uma surpresa mais que agradável o livro do Ritzel, é um daqueles que a gente não quer que acabe”, por Dirney Paulo (Uruguaiana), mestre de xadrez gaúcho.
Martins Livreiro sempre tem o problema do preço. Tiragem pequena, a edição é bem razoável, o papel é bom, mas, para meu bolso, os livros são caros, no sentido de ter outras prioridades para o orçamento. Mais ou menos como a banca da Calle Corrientes quando sai feira do livro.