SAÚDE. Nutrição e imunidade: a relação entre a alimentação e a defesa do corpo contra a Covid-19
Importância das frutas frescas na alimentação: fonte de nutrientes e vitaminas
Por Lilian Streb / Acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana (*)
Enquanto a vacina da Covid-19 não chega para todos, a solução é não descuidar das medidas de prevenção para não se infectar. No entanto, caso isso aconteça, é crucial estar com a defesa do organismo em dia para enfrentar os possíveis efeitos da doença, e a nutrição é a peça chave disso tudo. Ninguém está livre da doença, por isso é importante reforçar a imunidade e as defesas do organismo. É nessa hora que a consciência de quem não leva uma boa alimentação começa a pesar.
O sistema imune do corpo humano está diretamente ligado à ingestão de alimentos e hábitos saudáveis. É por meio da alimentação que o corpo se fortalece recebendo energia, vitaminas e sais minerais, o que faz com que ele funcione melhor ou pior. Tudo o que comemos reflete não só na nossa imunidade e na defesa do organismo, mas também na forma como nos recuperamos de algo, na regeneração dos tecidos, no peso, disposição, energia e tudo que está atrelado à saúde e ao corpo.
Segundo o IBGE, a alimentação saudável é uma condição para manter uma boa saúde e o bem estar. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) recomenda a ingestão de verduras e hortaliças pelo menos 25 vezes por semana, e no mínimo cinco frutas e cinco hortaliças, porém, em 2019 apenas 15% dos brasileiros tiveram sua alimentação enquadrada no que a PNS recomenda.
A Covid-19 é uma doença que está diretamente relacionada ao funcionamento do sistema imune e à capacidade do organismo em reagir de forma positiva ou negativa ao vírus. Como nosso sistema imune é impactado pela qualidade dos nutrientes que ingerimos, então os cuidados com a alimentação podem fazer diferença na luta contra esta doença. Por isso, nutrir bem o corpo e mantê-lo saudável é crucial para que o sistema imune seja fortalecido e para aumentar as chances de ter respostas positivas ao vírus caso seja infectado.
Uma análise do estudo NutriNet Brasil, executado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade de São Paulo, indicou que durante a pandemia houve um aumento no consumo de frutas, hortaliças e feijão. Isso pode estar relacionado ao fato de terem acontecido mudanças nas rotinas de muitas pessoas em decorrência do Coronavírus, fazendo com que muitos organizassem suas atividades e seus horários de formas diferentes e consequentemente, fazendo mudanças na alimentação.
Quem passava o dia inteiro fora, por exemplo, e teve que aderir ao home office, passou a poder preparar suas refeições em casa e consumir alimentos mais frescos. A preocupação em reforçar a imunidade e melhorar a defesa do corpo como tentativa de se defender da Covid-19 pode estar entre uma das causas que levou os brasileiros a escolher melhor os alimentos na hora de se alimentar.
Para que as pessoas se alimentem melhor em tempos de pandemia, a nutricionista Cassiana Della Pace, 28 anos, recomenda a ida frequente à feira, buscando consumir mais alimentos naturais, desembalar menos e descascar mais. Tentar ter uma hortinha em casa, deixar os industrializados de lado e tentar fazer dos naturais a principal fonte de alimentação também são hábitos importantes que devem ser praticados.
A alimentação saudável influencia o nosso corpo como um todo, fazendo com que tenhamos um sono de qualidade, sejamos mais produtivos tendo mais energia para fazer as atividades, proporciona vitalidade e tudo isso resulta, no fim, em um sistema imunológico mais forte. A nutricionista Cassiana explica que a relação da alimentação com a imunidade é muito forte e importante, e que tudo que ingerimos tem influência na defesa do organismo.
“O intestino é uma das coisas que mais influencia, pois é o lugar que mais recebe bactérias, então quanto melhor ele funcionar, mais conseguirá eliminá-las. O Zinco, por exemplo, trabalha bastante no nosso sistema imunológico, sistema neurotransmissor, é responsável por muitas ligações no nosso cérebro, pela questão da locomotividade, da conexão do corpo, cicatrização, sendo um mineral bem importante que pode ser consumido através das carnes, castanhas, nozes, amêndoas, linhaça e muitos outros alimentos, auxiliando então na prevenção de várias doenças e na imunidade, já que tudo está interligado”, explica Cassiana. Ela ainda comenta que os shots matinais com própolis, cúrcuma e limão, por exemplo, também são ótimas opções e podem reforçar a imunidade.
Os principais grupos de alimentos que auxiliam na defesa do organismo são as vitaminas e os minerais, cada um com uma determinada função. Os carboidratos simples, principalmente os açúcares, são os que mais destroem as defesas do organismo.
“Os doces fazem com que o nosso corpo perca muito tempo fazendo a absorção deles, ao mesmo tempo que eles não tem nada a oferecer, não possuem nenhuma função na imunidade, não auxiliam o corpo em nada. Um doce não tem nada de vitaminas e de minerais, por isso, são os que influenciam a imunidade de forma negativa”, explica a nutricionista.
A vitamina C é a principal em questão de defesa do corpo, pois apresenta alta quantidade de antioxidantes e ajuda na resistência e no metabolismo. Ela pode ser encontrada em frutas cítricas como laranja, limão, abacaxi e bergamota, por exemplo. Porém, também existem outras vitaminas importantes, como as vitaminas do complexo B, a vitamina D, e a E.
Os melhores alimentos para uma nutrição balanceada são os que não possuem rótulos, ou seja, frutas, verduras, saladas e produtos que “estragam rápido” por conterem alto valor biológico e não conterem conservantes, ao contrário dos industrializados, que podem ficar por um bom tempo nas prateleiras dos supermercados por conter um prazo de validade longo.
“Entretanto, alguns produtos empacotados podem conter nutrientes de qualidade e serem classificados como bom alimento, por isso é importante sempre conferir os valores da tabela nutricional impressa na embalagem”, ressalta Cassiana.
Escolha bem, ou escolha mal, cada alimento ingerido leva para dentro do corpo o que oferece nutricionalmente. Os ultraprocessados resultam em uma baixa resposta imunológica, pois são pobres em nutrientes, vitaminas e minerais. Além disso, eles resultam em uma maior probabilidade de obter doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes, doenças essas consideradas preocupantes quando associadas à Covid-19, e que classificam seus portadores como grupo de risco, pois aumentam a necessidade de internação, a possibilidade de intubação e o risco de morte.
Segundo o Ministério da Saúde, para equilibrar os nutrientes, as vitaminas e os antioxidantes, é recomendado ingerir cinco porções de legumes e frutas por dia, reforçando assim a imunidade. Com hábitos alimentares saudáveis e equilibrados, os tecidos, órgãos e células que formam todo o sistema imunológico conseguem funcionar bem, garantindo uma maior defesa do corpo humano. Ah, e não esqueça: nem só de comida vive o organismo. Beber água com frequência é muito importante, sendo fundamental para o sistema imune.
(*) As duas ilustrações que acompanham este texto isão de Emanuelle Shaiane da Rosa
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