O desaparecimento de duas Santa Maria – por Roberto Fantinel
“Dor. Desespero. Raiva. Tragédia. Perda. Drama. Saudade. Falta. Revolta”
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Após ler e ver centenas de notícias sobre a morte de mais de 500 mil brasileiros em decorrência da Covid-19, fiquei pensando muito sobre o que isso quer dizer, sobre o que desperta em cada um de nós e sobre o que isso vai gerar nas próximas gerações.
O primeiro impacto é o número. É como se duas cidades do tamanho de Santa Maria desaparecessem. Quase não dá para acreditar. São cinco Maracanãs lotados em silêncio total. É como se, a cada dia, durante um ano inteiro, cinco tragédias da boate Kiss se repetissem. E não tem palavra que descreva tudo isso.
Dor. Desespero. Raiva. Tragédia. Perda. Drama. Saudade. Falta. Revolta. Em nenhuma delas cabe o sentimento que vivemos todos os dias. Dizem que o tempo dá conta de tudo. Mas desta vez acho que não. Nem o tempo tem o poder de acalmar o coração daqueles que perderam familiares, amigos, colegas, ídolos…
Vamos ter de reaprender a viver com tudo isso. E, especialmente, com o desaparecimento das pessoas. Sim, porque a partida dessas pessoas em função da pandemia se deu de forma violenta e inesperada. As pessoas desaparecem, não morrem. Não nos despedimos. Não temos os rituais de despedidas. E quando a vida voltar ao normal, aí sim nós daremos conta da falta da presença daqueles de quem não pudemos nos despedir.
Temos milhões de curados? Sim! Mas isso não apaga e não diminui a dor que as mais de 500 mil vidas perdidas provocaram. E que ainda vão provocar por anos, décadas.
Que o tempo nos ensine a conviver com tudo isso. Porque curar não vai. A todos aqueles que perderam alguém especial, minha solidariedade e carinho. Aos que, como eu, venceram, sigamos gratos pela dádiva obtida. E todos nós: cuidado nunca é demais.
(*) Roberto Fantinel é deputado estadual pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Ele escreve no site, semanalmente, aos sábados.. Nesta semana, excepcionalmente, o texto é publicado no domingo.
Nota do Editor: a foto que ilustra este texto é uma reprodução da internet.
‘[…] o que desperta em cada um de nós […]’, ‘nós’ quem cara pálida?
O que vai gerar nas proximas gerações? Cadê a bola de cristal?
Tragédia da boate Kiss, tirando as familias, os acusados, os supersensiveis e os hipocritas (que simulam ter uma qualidade ou sentimento que não tem, é o que diz o amansa burro;) já ficou para trás,
‘[…] o sentimento que vivemos todos os dias […]’, de novo, sabe o que a população sente? De que jeito?
Resumo da ópera: um amontoado de lugares comuns, sinalização de virtude. Mostra mais uma vez que ‘votar em politicos da região’ é uma tremenda cascata. A Dona Francisca o que é de Dona Francisca;