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JORNALISMO. Colunista Juremir Machado demitido do jornal “Correio do Povo”, por críticas a Bolsonaro

Jornalista já estava na empresa do “Grupo Record” há mais de duas décadas

Juremir foi demitido do jornal onde era colunista há 14 anos. Sua postura crítica é tida como o motivo (foto Arquivo Pessoal)

Reproduzido do jornal eletrônico Extra Classe, do Sinpro/RS / Texto de Marcelo Menna Barreto

O jornalista Juremir Machado anunciou nesta segunda-feira, 3, em seu twitter, que foi demitido do Correio do Povo, publicação que desde 2007 pertence ao Grupo Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), de bispo Edir Macedo. “O projeto de extrema direita bolsonarista não quer saber de pluralismo”, denunciou Juremir.

Há 15 anos a Unimed Federação RS patrocinava o sua coluna. Nesse ano de renovação de contrato, falou Juremir, o Correio do Povo declinou do interesse da Unimed. “O jornalista tem patrocínio, dá lucro e é demitido. Qual é a lógica?” ironiza.

Machado acredita que, sendo 2022 um ano de eleição presidencial, a ideia do veículo é centrar esforços na campanha de reeleição de Bolsonaro. “É um grupo bolsonarista. Sempre foi e me tinham como um comunista, coisa que inclusive não sou. Já fui demitido nos anos 90 da Zero Hora por uma forte pressão da esquerda”, lembrou ao frisar que se entende como um jornalista independente.

Machado diz que ele já era uma figura marcada no grupo. Ele chegou a ter um programa em horário nobre na Rádio Guaíba, também da Record. Em 2020, dez minutos antes de entrar no ar uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recém libertado dos cárceres da Lava Jato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), “mandaram derrubar”. Na ocasião, lembra Machado, chegou a temer “que todo mundo fosse defenestrado”.

Censura a Lula

Se não foi demitido imediatamente, meses após, em 28 de agosto 2020, Machado foi afastado da rádio Guaíba, mas permaneceu no Correio do Povo. “No episódio da entrevista com Lula, sobre a qual não pude falar quando saí da Guaíba, um cara se comportou como um gigante: Nando Gross. Estou em dívida com ele”, afirma.

Nando Gross foi diretor da Rádio Guaíba AM e FM até julho de 2020. Em setembro passado ele revelou ao podcast Porto Alegre 24 Horas que saiu da empresa por não concordar com práticas que considera inaceitáveis, como a censura e a difusão de fake news. Ao mesmo podcast, Gross confirmou: “Tive o constrangimento de cancelar uma entrevista com o Lula dez minutos antes, por exemplo. No caso do Lula, essa foi uma decisão que veio de cima”.

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3 Comentários

  1. Por fim, como muitos outros jornalistas com perto de 20 anos de casa (em outras empresas de outros ramos o numero é parecido), salários mais altos (o patrocinio dá uma porcentagem para o foliculário e outra para a empresa), caminho para o bilhete azul. Sem falar, sem citar nomes, nos que gostam de ‘bancar o galo’. Uma hora a conta chega.

  2. Quanto ao ‘comunista’ vale o mesmo que dizia o finado Brizola ‘tem couro de jacaré, boca de jacaré, pata de jacaré, olho de jacaré, como é que não é jacaré?’. Utilizar a rede dos bispos como plataforma para Molusco com L. parece provocação. Fica necessário lembrar um detalhe importante. Coisas que alguns gostariam que todos esquecessem. Logo depois do Mensalão (outro escandalo de corrupção, onde os ‘defensores da democracia’ compravam com dinheiro vivo apoio no Congresso) Molusco com L. deu entrevista no programa ‘Roda Viva’ da TV Cultura de SP. Embananou-se todo, entrou em mil contradições. De lá para cá entrevistas só em ambientes controlados com ‘gente de confiança’. Alás, Molusco com L. deu entrevista no Podpah podcast. Tinha mais gente tentando e no cenário dos podcasts os bastidores não são tão bastidores assim.

  3. Se o motivo da demissão fosse mesmo o afirmado na manchete não haveria problema nenhum. Coisas que não entram na cabeça dos periodiqueiros, passarinho que come pedra sabe do fiofó que tem. Cena do filme ‘Chato, o Rei do Brasil’. Protagonista invade a casa de donos de jornal porque ‘tem muitas ideias’. Resposta da personagem, mais ou menos nestes termos, ‘pois então abra o proprio jornal e implante suas ideias por lá’, Chateaubriand conseguiu dinheiro com Getulio e pagou sendo chapa branca por um tempo. Por que a ‘narrativa’ se sustenta até o segundo parágrafo? Juremir até onde se sabe nunca falou bem do Cavalão. Para quem não notou, governo não começou semana passada, foi há tres anos.

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