“Alguma coisa está fora da ordem” – por Michael Almeida Di Giacomo
O verso de Caetano Veloso e o crescimento exponencial da miséria no País
No sábado de aleluia, mais precisamente pouco depois das 20 h, um grupo armado invadiu o supermercado Inter, em Inhaúma, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, e incitou a população a levar alimentos e bebidas do estabelecimento.
As primeiras impressões sobre o fato levam os analistas a fazer uma relação de causa e consequência tendo por fundo o atual momento de carestia vivido em nosso país. A inflação crescente, o desemprego e a alta dos preços dos produtos componentes da cesta básica – são alguns dos pontos elencados para (tentar) justificar o ato em si.
Contudo, até o momento, parece ser uma ação isolada. Causado ou não pela situação de pobreza das pessoas, não menos importante é a certeza de que o saque deve servir de alerta às autoridades de segurança e, em especial, aos governantes do país.
A meu ver, parece que “alguma coisa está fora da ordem”, como canta Caetano Veloso – e que há uma desordem muito presente no nosso dia a dia.
E não é difícil de constatar. Uma breve caminhada em qualquer grande centro urbano do país é o suficiente para perceber que aumentou significativamente o número de pessoas em situação de rua. Nos espaços de maior circulação, tais como paradas de ônibus e estações de trem, é comum ser abordado por ambulantes a oferecer a venda de gêneros alimentícios, tais como bolos, doces ou frutas.
É a população que busca meios próprios para sobreviver, isso em um país no qual nosso ministro da economia parece estar há meses estacionado no posto Ipiranga abastecendo seu carro e comprando guloseimas na loja de conveniências.
Atualmente, ou desde sempre, o que vivenciamos é a total falta de competência do governo Bolsonaro em resolver o problema do desemprego, que no início de 2022, mesmo com a retomada das atividades econômicas – prejudicadas pela pandemia -, chega a 11, 2% no país, segundo o IBGE.
A mobilidade social, iniciada ainda no final da primeira década do século, na qual parecia que íamos consolidar uma economia de classe média, sofreu um revés nos últimos 10 anos com o aumento do número de pessoas a compor as classes D e E.
À medida em que o auxílio emergencial – benefício disponibilizado pelo governo federal durante o período pandêmico às famílias de baixa renda, ou sem renda alguma – foi sendo exaurido, o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza saltou para perto de 30 milhões de brasileiros, conforme levantamento realizado pela FGV-Social.
É o Brasil real que passa ao largo da agenda presidencial. A mesma agenda que privilegia o gasto de milhões de reais para que o presidente capitão, montado em sua moto, faça campanha antecipada à reeleição.
Para se ter uma ideia, a última motociata – realizada em São Paulo, dia 15 – reuniu cerca de 3.700 motos. Mas, nem tudo é glória na vida do capitão, pois em junho de 2021, na primeira motociata realizada na capital paulista, perto de 6.600 motos foram registradas no evento.
Parece que o alto preço da gasolina tem feito alguns “heróis” do mito repensar o fútil passeio e ficar de papo com o ministro Guedes no posto Ipiranga. Enquanto isso, o povo continua passando fome, o desemprego segue em alta e a eleição é a única pauta que importa.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Nota do Editor: a foto (sem autoria determinada) que ilustra este artigo é uma reprodução obtida na internet. Você a encontra AQUI.
Os dados são importantes mesmo fora do ambiente academico, caso contrario o debate vira um exercicio de ficção. Curiosidade, Cristina Kirchner responde a um processo de corrupção (pelo menos). Perdeu um recurso noutro dia e o feito prossegue. Tentou interferir no judiciario (inclusive com apoio do presidente), passar uma lei modificando o judiciario. Não conseguiu, mas não desistiu. Esta é a ‘democracia’ dos vermelhinhos. Enquanto isto a economia derrete, inflação alta, não conseguem ajuda do FMI e já prepara-se mais um aumento na carga tributaria. Só alegria.
Outro ponto são as plataformas produzidas em Rio Grande. Ja tentaram estabelecer uma industria naval pesada no Brasil pelo menos umas quatro vezes. Toda vez com dinheiro publico indo para o ralo. As plataformas de Rio Grande tinham custo maior. Mas este não era o unico problema. Atrasos nas entregas eram correntes (à la Calçadão de Santa Maria). Plataforma P-66 começou a ser construida em 2012 para ficar pronta em 2013. Só foi começar a produzir em 2017 (campo Molusco com L., o honesto). Oito cascos eram para ser entregues em 2015. O atraso da P-66, a primeira, foi tanto que a P-67 já teve que ter uma parte feita na China. Há alguns ‘juristas’ por ai com pouca afinidade com os fatos, não têm argumentos, refugiam-se na mentira. Não seria problema se não tivessem microfone aberto em emissoras ditas ‘serias’ em cujos quadros existem ‘jornalistas’ devidamente diplomados. O que lembra o antigo periódico ‘A Razão’ que não quebrou por um ato da Divindade, teve mão e a ‘competencia’ de muita gente na obra.
Eike Batista, aquele que ganhou 10 bilhões do BNDES durante o desenvolvimentismo petistas de Dilma, a humilde e capaz, negociou com os chineses não só entregar minerio de ferro. Tinha a mineradora MMX e conseguiu que uma pequena fração fosse entregue na Asia (não lembro o numero, mas era menos que 10%) como aço. Era necessario um investimento estatal adicional em ferrovias, o que nunca aconteceu (como a alucinação do Trem Bala, dinheiro jogado na sarjeta). E, mais importante, a capacidade instalada de siderurgia no mundo era excessiva desde o inicio dos anos 2000 pelo menos. Totalmente inviável.
Existe mais de uma maneira de resolver os problemas. Molusco com L., o honesto, eleito, vai implementar as alucinações ideologicas da esquerda ou vai dar um estelionato eleitoral utilizando a ‘composição politica’ como desculpa. Nada que a maioria não esteja cansada de ver. Havendo debacle, o que não é dificil, a população caçara vermelhinhos para pendurar pelo pescoço nos postes de iluminação publica. Simples assim.
Desemprego atual, governo Cavalão, é de 11,1%. Mas em 2020 chegou a 13,8% no trimestre maio a julho. Bateu o recorde de Dilma, a humilde e capaz, no trimestre janeiro a março de 2016 o indice de desemprego chegou a 11,2%. Sem pandemia e sem guerra da Ucrania, o unico desastre era o governo do PT.
Do RJ a grande midia publica 10%. O ataque ao supermercado foi ordenado pelo traficante Professor e pelo comparsa Pezão, ambos do Comando Vermelho. Catadores de milho midiaticos. ‘Carestia’ de analistas picaretas que formam narrativas com fins eleitorais. Não que a carestia não exista, mas o vicio de enganar os outros é pior que o do cigarro. Malandragem imbecil, basta puxar o smartphone do bolso e digitar uma frase no Google ou no DuckDuckGo ou no Brave (os dois ultimos para evitar censura; não é teoria da conspiração, no inicio da guerra procurando-se “problemas exercito ucraniano’ todos os resultados mostravam os problema do exercito russo, ou seja, tinha gato na tuba).