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CÂMARA. CPI mais longa da história do Legislativo de Santa Maria termina após 13 meses de trabalho

Relatório traz cinco recomendações, sendo quatro à Prefeitura e uma ao MP

Roberta, Tony e Badke estiveram à frente da CPI mais longa da história da Câmara de Vereadores de SM (Foto Bruno Tech/Arquivo)

Por Maiquel Rosauro

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades nos Pronto-Atendimentos Públicos de Santa Maria terminou nesta sexta-feira (3), data em que foi publicado seu relatório final. A CPI foi instalada há exatos 13 meses, em 3 de maio de 2021, e é a mais longa que se tem notícia na história do Legislativo santa-mariense.

O colegiado foi formado por Tony Oliveira (Podemos), presidente; Manoel Badke – Maneco (UB), vice-presidente; e Roberta Pereira Leitão (PP), relatora. A iniciativa surgiu em um momento de fragilidade do governo de Jorge Pozzobom (PSDB) na Câmara, ao mesmo tempo em que era protocolada a CPI do Shopping Independência. Dias depois ainda surgiria a barulhenta CPI da Covid-19, que ofuscaria os outros dois colegiados.

A proposta emergiu após Tony constatar problemas nas unidades de saúde, como falta de médicos e o longo tempo de espera para atendimento. A partir de apuração in loco, os vereadores encontraram pronto-atendimentos sobrecarregados, sobretudo, em função da pandemia. A investigação concentrou-se em oitivas com profissionais da saúde e pedidos de informação ao Executivo.

O relatório final tem 75 páginas. A maior parte do documento é composto por resumos das oitivas e descrição dos pedidos de informação. O relatório inicia, de fato, na página 57, onde Roberta faz uma análise de todo o trabalho realizado pela comissão.

A vereadora relatou as longas filas nas unidades em um momento que era recomendado o distanciamento social, ao mesmo tempo em que o horário de funcionamento era limitado, o que prejudicava o acesso da população ao atendimento.

Também é destaque o desinteresse de alguns profissionais em realizar plantão na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

“Os dados levantados pela comissão deixam claro que os médicos fazem parte de uma lista contatada por um grupo formado na rede social WhatsApp e que se disponibilizam a prestar o atendimento médico na UPA nos plantões necessários, se e somente se, for do seu interesse, o que resta evidente dificulta e muito a manutenção ininterrupta do serviço de atendimento médico”, diz trecho do relatório.

O estudo indica que o problema está na forma de contratação dos médicos plantonistas, via Consórcio lntegrado da Região Centro.

“A forma como esses profissionais médicos são recrutados implica na inconstância do fechamento das escalas e não traz absolutamente nenhuma garantia de que os serviços de pronto-atendimento poderão contar com os profissionais para preencherem suas escalas de atendimento”, diz o relatório.

Contudo, Roberta aponta que uma gestão eficiente pode resolver o problema. Ela cita o caso do pronto-atendimento Ruben Noal, no Bairro Tancredo Neves, que ao contrário do Pronto Atendimento Municipal e da UPA não enfrentou falta de médicos.

“Esse fato demonstra claramente que uma gestão eficiente é o suficiente para garantir que sempre existam médicos disponíveis nos plantões nas unidades de pronto-atendimento de urgência e emergência em Santa Maria, vez que mesmo durante a pandemia a falta de médicos não foi um problema no pronto-atendimento Ruben Noal”, alega o relatório.

O documento é finalizado com cinco solicitações, sendo quatro ao Poder Executivo e uma ao Ministério Público (MP).

À Prefeitura, a CPI recomenda a realização de estudo sobre o plano de carreira e salários ofertados aos médicos no Município, com o objetivo de tornar a carreira pública mais atrativa aos profissionais e solucionar a escassez de mão de obra na rede; substituir a fiscal de contrato com a Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), entidade que administra a UPA; realizar estudo para adequação da estrutura física do PA Ruben Noal; e estudos para viabilizar a ampliação dos horários em unidades básicas de saúde até as 22h.

Ao MP é solicitado o envio de uma cópia do relatório.

Para ter acesso ao documento, na íntegra, clique AQUI.

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Um Comentário

  1. Pelo que sei os médicos contratados através do Consórcio ganham mais que os médicos concursados. Os dos PAs ganham adicional de 70% de plantonista emaisoutras gratificações. Acho que falta é comprometimento. Mas o que me revolta é quererem resolver tudo dando ganhos pra quem se nega a trabalhar. Sou servidor administrativo, ganho muito mal, mas trabalho com seriedade e compromisso, pois o cidadão que depende do meu atendimento não pode ser desrespeitado. Mas se as coisas são resolvidas assim, com aumentos salariais, vamos ter que convocar greves para ser olhado pela administração publica e pela Câmara que não conhece nosso realidade.

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