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SAÚDE. Na audiência pública sobre situação do IPE, usuários manifestam o seu temor pela ‘privatização’

Ameaça de descredenciamento de pelo menos 40 hospitais discutida em SM

Usuários manifestam temor de privatização do IPE-Saúde em audiência pública em Santa Maria (Foto Joaquim Moura/Divulgação)

Por Olga Arnt / Da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa promoveu, na noite de sexta-feira (10) em Santa Maria, por meio do Fórum Democrático do Desenvolvimento Regional, uma audiência pública para discutir a crise do IPE-Saúde. O encontro ocorreu na Câmara de Vereadores e contou com a participação do presidente do parlamento gaúcho, Valdeci Oliveira (PT), além de lideranças e servidores públicos de diversos municípios da Região Central.

O presidente do IPE, Bruno Jatene, iria se manifestar por meio virtual, mas não participou do debate, pois, momentos antes do início do encontro, recebeu a notícia de que sua esposa e filho sofreram um acidente de carro.

Descredenciamento

Responsável pelo atendimento de mais de um milhão de gaúchos, o IPE-Saúde enfrenta ameaça de descredenciamento de pelo menos 40 hospitais. Eles alegam que o reajuste do valor dos serviços prestados, anunciado pelo instituto, não compensa as perdas que vêm sofrendo e que o aporte de recursos oferecido pelo governo cobre pouco mais de 10% do total da dívida acumulada pelo estado com estes estabelecimentos.

Valdeci alertou que o impacto do descredenciamento não deverá se restringir aos usuários do IPE, mas atingir todo o sistema público de saúde do Rio Grande do Sul. “O descredenciamento poderá gerar a migração de significativa parcela da população para o SUS, que desde 2016 vem perdendo recursos e, mesmo assim, sendo pressionado por conta da pandemia”, advertiu.

O presidente do Parlamento afirmou ainda que não é possível admitir que a responsabilidade pela crise recaia sobre “aqueles que todo o mês pagam religiosamente as mensalidades”. “A saída tem que ser rigorosamente profissional. Hoje, o IPE não conta com quadro funcional para atender a demanda e troca de direção a todo o momento. Não há como dar certo. O instituto precisa ser alvo de uma política de estado e ter uma gestão profissionalizada”, defendeu.

Reclamações e críticas

A audiência foi marcada por fortes críticas ao governo do estado e à gestão do IPE. Usuários se revezaram no microfone para apontar o que consideram irregularidades, injustiças e humilhações e denunciar situações, como dificuldade para conseguir atendimento médico, cobranças “por fora” e inexistência de postos de atendimento presencial. Além disso, o temor de que o instituto seja privatizado perpassou todas as manifestações. “Tudo aponta para a privatização. Estão fazendo com o IPE o mesmo que fizeram com outras empresas públicas, ou seja, primeiro sucatearam e depois venderam”, afirmou a professora Sandra Azevedo.

O presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho da Brigada Militar (ABAMF), Clemente Corrêa, disse que os “usuários estão mendigando para serem atendidos, depois de ter contribuído a vida inteira”. “Estamos vendo uma estratégia para encaminhar para a privatização. É deprimente. Sem falar que  aumentaram o PAME e o PAC em 12%, mas nosso reajuste foi uma migalha”, revelou. 

Outro tema levantado foi a necessidade de realização de uma auditoria no instituto. A ideia contou com a simpatia do presidente da Assembleia, que sugeriu que o Ministério Público provocasse o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para adotar a medida.

A representante do Ministério Público, Giani Saad, detalhou as ações de mediação que vêm sendo realizadas pelo órgão e revelou que o MP “conseguiu num primeiro momento evitar a paralisação dos serviços” e agora trabalha para a reestruturação do instituto e para assegurar os direitos do usuários.

O Fórum Democrático irá produzir um documento com a síntese de todas as manifestações realizadas durante a audiência pública para ser encaminhado à direção do IPE, Casa Civil e deputados.

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Um Comentário

  1. Lugar comum no discurso politico, ‘medo da privatização’. Como se para cada ‘bomba’ no setor publico houvesse alguém no setor privado disposto a assumir. Falta dinheiro, ou seja, ou aumenta a contribuição dos servidores (valor comparado com o setor privado é irrisorio, algo que encontraria resistencia e espanta empresarios) ou grana do Tesouro tem que tapar o furo. Simples assim. Aquela grana que foi para arrumar estradas federais não quebrava o galho, mas entortava bem. Resumo da opera: má gestão.

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