CIDADE. Conselho de Entidades de SM repudia atuação da Polícia Federal contra empresários
Medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes
Por Maiquel Rosauro
O Conselho de Presidentes do Setor Produtivo de Santa Maria divulgou uma nota pública, nesta segunda-feira (29), se posicionando de forma contrária à ação da Polícia Federal contra empresários que, em um grupo no WhatsApp, defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrote o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito deste ano. Os mandados de busca ocorreram na última terça (23) e foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na nota, o colegiado manifesta repúdio quanto à ação e defende que a liberdade é um valor fundamental tanto para o funcionamento de uma democracia quanto para o sucesso econômico de um país. “Apoiamos, portanto, os empresários injustamente agredidos, classe que com orgulho defendemos, que além de sua valorosa contribuição como geradores de receitas e empregos, com coragem e dentro dos limites legais, lutam por um país livre, democrático e que honre as cores de sua bandeira”, diz trecho do comunicado.
Em 17 de agosto, o Metrópoles (AQUI) noticiou que Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii; e André Tissot, do Grupo Sierra; defendem abertamente um golpe de Estado caso Lula vença as eleições de outubro. As conversas ocorreram em um grupo de WhatsApp chamado Empresários & Política.
A reportagem do Metrópoles divulgou diversas mensagens. Incluindo uma de Koury onde ele diz que prefere o retorno da ditadura a um novo governo petista.
“Prefiro golpe à volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou Koury.
Já Tissot defendeu que o golpe contra a democracia já deveria ter ocorrido.
“O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, publicou Tissot.
Em 22 de agosto, atendendo a um pedido da Polícia Federal, no âmbito do inquérito das milícias digitais (que mira uma suposta organização criminosa responsável pela disseminação de fake news e ataques a instituições), Moraes autorizou mandados de busca contra os empresários, bloqueio de contas nas redes sociais e quebras de sigilos bancários e telemático.
O objetivo da Polícia Federal é entender a atuação do grupo de empresários em uma possível tentativa de planejar e apoiar ações no sentido de ruptura do Estado democrático Direito. Em entrevista à Folha de S.Paulo (AQUI), o grupo negou possuir intenções golpistas.
Dados abertos
Nesta segunda (29), Moraes tornou público documentos sobre a operação policial que envolveu os empresários.
“Não há dúvidas de que as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia”, diz o ministro em seu despacho.
Acesse os documentos da operação contra os empresários (AQUI).
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