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IBGE. Receio da população em informar, ausência e medo de violência: desafios para quem faz o Censo

Relatos de recusas e agressões a recenseadores levaram autarquia à internet

Recenseadores relatam dificuldades para obter informações e encontrar moradores em sua casa (Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Reproduzido do jornal eletrônico SUL21 / Texto assinado por Luís Gomes

Ana Caroline Silveira atua como recenseadora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no bairro Jardim Algarve, na cidade de Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre, desde setembro. Ela conta que tem encontrado resistência dos moradores para responder ao questionário do Censo 2022. Em muitos casos, a recusa ocorre porque eles e elas sequer sabem para que serve o Censo. A recenseadora diz que, diariamente, precisa explicar diversas vezes para que servem os dados fornecidos pelas pessoas e que eles não serão usados indevidamente.

Outro problema encontrado em Alvorada, segundo ela, decorre do fato de ser uma cidade dormitório, o que dificulta que as pessoas estejam em casa durante o dia. Como a cidade tem a fama de ser uma das mais inseguras do Estado, com elevados índices de criminalidade, há o temor de assaltos durante visitas noturnas, especialmente porque os recenseadores trabalham com os aparelhos em mãos.

“Não tem como a gente ficar indo nas casas depois das 20h, porque já está muito escuro na rua. E não tem como ir muito cedo, porque ninguém atende. Aí teve o caso de um domicílio que eu já tinha ido quatro vezes e fui num domingo. A moradora reclamou, disse que domingo não era dia de estar indo ali, sendo que foi o único dia que encontrei ela em casa e ainda foi a irmã dela que recomendou que eu fosse no domingo”, conta.

Ela diz que há casos de residências em que é perceptível que o morador está em casa, mas que não atendem, mesmo após insistência. “Faltou nem que fosse um carro de som passando para informar que ia ter o Censo”, diz.

Há casos, no entanto, mais graves do que a recusa, em que o recenseador é ofendido ou mesmo agredido ou furtado.

Luís Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no RS, informa que o IBGE já registrou oito casos de furtos de equipamentos de trabalhadores, cinco deles em Porto Alegre. Houve ainda um recenseador ameaçado e um Boletim de Ocorrência por perseguição.

Ele pontua que, entre recenseadores e supervisores, que também precisam ir a campo em determinadas situações, são mais de 9 mil pessoas participando do Censo, o que faz com o que o número de ocorrências possa ser considerado pequeno.

“Tá dentro de uma certa normalidade. A gente já imaginava que, em alguns casos, ia ter esse tipo de problema. Mas, felizmente, a gente não teve nenhum problema de agressão física, algo que pudesse ser mais grave, basicamente o furto de equipamento mesmo”, afirma.

Diante das dificuldades relatadas pelos recenseadores, o perfil oficial do IBGE nas redes sociais divulgou na última segunda-feira (5) uma manifestação em que repudia atos de discriminação, calúnia, injúria, preconceito, ofensa ou agressão contra recenseadores, destacando que estas ações configuram crimes contra a preservação dos servidores públicos no exercício de suas funções. A postagem também reitera que as informações prestadas aos recenseadores são sigilosas.

“O IBGE ratifica a importância de se receber bem o recenseador e responder o questionário do Censo 2022 e informa que a pesquisa estará em campo até o dia 31 de outubro de 2022”, diz a postagem.

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