Transporte público coletivo em um novo momento em Santa Maria – por Jorge Pozzobom

Estamos dando início a um novo momento em relação ao serviço de transporte público coletivo em Santa Maria. Desde que a primeira lei municipal para o transporte coletivo foi editada, em 1972, lá se vão 50 anos. Nessas cinco décadas, o serviço foi prestado sem passar por processo licitatório. Portanto, estamos vivenciando mais um capítulo histórico em nossa cidade com a iminência do lançamento da inédita licitação para o transporte público.

E, como tudo será novidade, nosso papel enquanto gestores públicos é justamente o de prever todos os cenários. E é isso que temos feito desde antes do início da pandemia, quando deflagramos o processo e nos debruçamos sobre estudos técnicos na área da mobilidade urbana com foco nesse modal, o ônibus. Essa logística foi prejudicada, e muito, pela pandemia, pois um processo dessa magnitude não se faz sem ouvir a parte mais interessada no serviço: a população. Como prevíamos uma série de reuniões públicas para ouvir os usuários do transporte coletivo, tivemos de adiar essa etapa do processo, ponto essencial que foi retomado nos últimos dias.

A primeira das 12 reuniões públicas para tratar da licitação do serviço de transporte público coletivo em Santa Maria foi realizada no dia 3 de novembro, quinta-feira passada, no CTG Sentinela da Querência, em Camobi. No dia 7 (segunda-feira), ocorreu a segunda reunião, na Escola Batista, no Bairro Salgado Filho. E o calendário de reuniões continua neste dia 8 (terça-feira) e nos próximos dias e semanas, até a data de 23 de novembro, com encontros realizados de Leste a Oeste e de Norte a Sul do nosso município (o calendário completo está disponível nas redes sociais e no site da Prefeitura de Santa Maria).

Esse é um compromisso da nossa gestão municipal: ouvir a população de todas as regiões e apresentar o nosso planejamento. As reuniões públicas culminarão em uma grande audiência pública no dia 24 de novembro, na Praça Saldanha Marinho. Escolhemos a praça justamente por considerarmos o local mais democrático para tratarmos desse assunto. E, aqui, já aproveito para reforçar o convite a toda a população, para que participe das discussões que servirão de base para esse novo momento no nosso transporte público coletivo.

Paralelamente ao processo licitatório, já elencamos inúmeras mudanças e melhorias que serão implementadas no setor a curto, médio e longo prazos. Nosso propósito é contemplar um serviço mais aproximado possível da realidade atual, tanto em estrutura quanto em novas tecnologias. É urgente a modernização do serviço de ônibus se não quisermos perder ainda mais passageiros ao longo do tempo, visto que o setor passa por uma crise sem precedentes devido a uma série de fatores. E a conta é simples: menos passageiros significa passagem mais cara. Não há mágica a ser feita.

Cinco itens foram os mais apontados nas pesquisas realizadas junto aos passageiros de ônibus por meio de uma consultoria contratada pela Prefeitura: conforto dos ônibus; tarifa; rapidez; disponibilidade; e conforto das paradas.

Diante desse quadro posto e de todas as mudanças e melhorias que serão implantadas gradativamente nessa prestação de serviço, destaco aquelas que estamos projetando a curto prazo e que já estão previstas nos trâmites da licitação. Elas compreendem, além de uma gestão compartilhada do serviço, o uso de novas tecnologias, com um sistema que aceitará pagamento das mais diversas e modernas formas, recargas online e sistema de GPS integrado a um aplicativo mais eficiente.

Tudo monitorado em tempo real por um Centro de Controle Operacional, que funcionará junto ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e acompanhará, por exemplo, atrasos ou adiantamento de viagens, disponibilizando um telefone para atendimento exclusivo aos usuários do transporte coletivo.

Para as áreas rurais, em especial aos distritos, cujos passageiros pagam, atualmente, uma tarifa diferenciada, o transporte distrital será incorporado ao sistema urbano, sendo cobrada a mesma tarifa do transporte urbano e com direito à integração tarifária em qualquer ponto da rede. E, para completar, haverá a inclusão de veículos novos no sistema com aumento de 10% para 30% da frota com ar-condicionado.

Sei que temos um longo e árduo caminho pela frente, mas estamos dispostos a trilhá-lo de forma segura e responsável. Porque enfrentar os gargalos do transporte público coletivo – realidade não apenas de Santa Maria, mas, de todo o país – é cuidar das pessoas!

(*) Jorge Pozzobom é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Em novembro de 2020 foi reeleito para um novo mandato. Ele escreve no site às terças-feiras.