Traduzindo em natalês – por Orlando Fonseca
Como traduzir, neste 2022, para a realidade de nosso país – e do mundo todo – a mensagem de uma das mais conhecidas canções natalinas: It’s the most wonderful time of the year? Em português seria algo como: É a época mais maravilhosa do ano. No Brasil, após um período tenebroso na política, depois de uma campanha eleitoral carregada de más energias e de notícias falsas, temos uma transição que se desenvolve a despeito de forças obscuras. No mundo, uma epidemia que não dá mostras de que vai nos deixar sossegados continua enviando variantes novas para nos assustar. No leste europeu, temos uma guerra que não dá sinais de que se resolverá em breve. Mas os rumores daquela guerra se estendem pelo planeta todo, porque há estilhaços de bomba que atingem a relações diplomáticas, a economia global e a problemática social da fome. E não apenas na África, porque se podem ver também esquálidos sobreviventes nas esquinas de Los Angeles, Avenida Paulista ou sob a marquise do prédio dos Correios em Santa Maria. Desse jeito, como o Santa Claus (Papá Noel, Kriss Kringle, Babbo Natale, Papai Noel ou o Bom Velhinho) vai chegar na cidade – como anuncia outra canção tradicional dos festejos natalinos?
E ainda mais: o noticiário está carregado, intempestivamente, de informações e imagens de uma Copa do Mundo Fora de Época. Como deixar que aflore a criança que mora em nossos corações e montar a Árvore, decorá-la com bolas coloridas e luzes piscantes? Como deixar rolar no aparelho de som os CDs antigos, ou selecionar nas redes de streaming uma playlist de músicas de Natal? A agenda dos jogos nos ocupa o tempo, e tem as zebras que andam soltas nos gramados do Qatar (onde o deserto está mais apropriado para camelos), as muitas lesões dos nossos atletas. Além de ficar na dúvida de resgatar da gaveta aquela camiseta verde-amarela, ou se, em vez de enfeites natalinos, se coloca uma bandeira brasileira na janela. É uma conjuntura totalmente desfavorável para deixar-se enlevar pelo imaginário natalino.
No entanto, cumpre a nós a responsabilidade de trazer a felicidade geral e a paz na terra, entre os seres humanos de boa vontade. Não apenas porque é a tradição, mas porque traz uma narrativa que é linda mesmo. E tudo o que diz respeito à sua celebração tem o poder de tornar a mais carrancuda conjuntura, o mais árido deserto, o mais empedernido dos corações, um ambiente mágico para colocar ali um presépio. Que seja com figuras de papel, papelão, cerâmica ou resinas sintéticas, mas que tenha as cores que resgatem o nascimento da personagem principal desta história. Um bebê enviado das alturas, deitado em uma manjedoura, cuidado pelos pais humildes, cercados de animais, pastores e Magos do Oriente. Estes nos ensinam que é só seguir a Estrela Vésper para encontrar a magia.
Dirão alguns, despreocupados com o dilema da minha indagação, que tudo é uma lenda bem contada, que o Papai Noel não existe mesmo, e que o melhor é se deixar levar pelo baixo astral da realidade – ainda que para isso seja necessário uma ajuda alopática. Outros preferem acreditar em mitos, em narrativas fantasiosas e delirantes sobre a conjuntura mesma, de modo que qualquer coisa que tenha brilho e festividade lhes parece ofensa. Por meu lado, mesmo estando atento a tudo, absorvendo as notícias que nos chegam da cidade, do país ou do mundo com todo seu potencial depressivo; mesmo acompanhando as vitórias e tropeços da Seleção Canarinho na Copa, que nos põe em sofrida expectativa de que não se repita aquele fatídico placar de 7×1, pois eu já decorei a minha árvore, já comprei o primeiro panetone e me deliciei com seu sabor de “época mais maravilhosa do ano”. Já fiz a minha lista de presentes e já estou preparando o meu espírito para viver com os queridos os dias de “Boas Festas”. Elas sempre podem ser boas ou simplesmente festas. É preciso deixar-se impregnar pelos bons fluidos da estação, aqueles que brotam de dentro, quando a casa está limpa e arrumada para a chegada de suas personagens maravilhosas, sem recusar o presente de sua alegria simples.
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.
O fatidico 7×1 é mais uma mostra da total incompetencia dos ‘especialistas’. Alemanha ganhou por conta da ‘estrutura’, gasto de dinheiro na base, formação, centros de treinamento, etc. Depois daquela data não ganharam nada de significante e um dos jogadores do time tedesco formou-se na Inglaterra. Logo, ‘zebra’ até a pagina 2, pode ser erro de analise, resultados não foram aleatorios. Time brasileiro esta desequilibrado horizontal e verticalmente. Mas com sorte ainda dá. Alas, jornalista espanhol (video no Youtube) apos a segunda vitoria do Brasil estava brabo. ‘Um dia o Brasil não tera valores individuais, o futuro do esporte é coletivo’. Pois é.
O Velho Noel é o que é, nenhuma polemica. ‘Outros preferem acreditar em mitos, em narrativas fantasiosas e delirantes sobre a conjuntura mesma, de modo que qualquer coisa que tenha brilho e festividade lhes parece ofensa.’ De fato, este pessoal do Mito de Nove Dedos é muito azedo. São uma versão laica da Policia dos Costumes do Irã. Afinal, na Religião Vermelha o ‘paraiso’ tem que ser construído aqui sob os auspicios do ‘deus Estado’.
Estrela Vesper que na verdade é o planeta Venus. Nada a ver com o Natal, os Magos seguiram um cometa. Nenhuma surpresa, os que defendem a ‘ciencia’ e chamam os outros de negacionistas não são conhecidos pela ‘forte capacidade cognitiva’. Não deixa de ser engraçado! Kuakuakuakua!
Forças obscuras depende do ponto de vista. Onde estão são inertes, ao contrario do pessoal do assalto aos cofres publicos às claras. Camisa verde-amarela e bandeira brasileira hipoteticas, obvio. Não existem onde camisas e bandeiras vermelhas abundam. Obvio. O que lembra a China, os manifestantes contra os lockdowns irão terminar a vida capinando o Deserto de Gobi, o que atiça as tripas dos Vermelhos daqui. Se pudessem colocariam os manifestantes daqui a ‘capinar a Amazonia’. O grande dodói é que os simbolos nacionais foram escolhidos como simbolo, ‘nossa bandeira jamais será vermelha’, algo que está no imaginario popular desde 2013. O que causa arrepios no establishment, até a lei do impeachment já estão mutilando. Rola um quinquenio para lá, cai/não cai orçamento secreto para lá, rachado o prejuizo da PEC fura teto, tudo como dantes. Alas, um dos grandes problemas das emendas de relator é o governo não poder segurar o empenho para pressionar os votos no Congresso. Se cair fica evidente que foi só para não deixar o Cavalão governar. Se cair haverá uma ‘compensação’, poder não muda de mãos gratuitamente.
Questão: Mensalão e Petrolão não são tenebrosos, são a manifestação da mais pura ‘normalidade’? Esqualidos, basta ver a capa do jornal do fim de semana, já tiveram o numero reduzido praticamente a metade. California é a expressão mais evidente da epidemia de opioides que vive o pais ianque. California, como o RJ, esta em franca decadencia.