O enfrentamento à seca e a fome no Rio Grande do Sul – por Roberto Fantinel

A seca e a fome são problemas que vem afetando diretamente o Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, a região tem sofrido com estiagens prolongadas, que comprometem a produção agrícola e pecuária, impactando diretamente na segurança alimentar da nossa gente.  No estado, não é mais novidade que a seca tem causado prejuízos significativos para quem produz, especialmente quem cultiva, por exemplo, soja e milho, culturas de longo ciclo.

Enquanto outras regiões do país sofrem com as fortes chuvas, deslizamentos de terra e enxurradas que levaram tudo abaixo, aqui a escassez de água também afeta a pecuária. Além dos impactos econômicos, a seca também traz consequências sociais, como a fome e a desnutrição. A população mais vulnerável, especialmente aquela que vive em áreas rurais e em situação de pobreza, é a mais afetada pela falta de comida.

No Rio Grande do Sul, em 2022, a insegurança alimentar grave atingiu 14,1% dos domicílios, segundo dados do II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN). O estudo também apontou que 11,3% dos domicílios convivem com um grau moderado de insegurança alimentar, e 22,2%, com um grau leve.

No entanto, embora seja comumente associada à pobreza e à exclusão social, a insegurança alimentar é um problema que afeta todas as camadas da nossa sociedade e pode ter profundos impactos na saúde e no bem-estar das pessoas. Por isso, é importante entender que a insegurança alimentar é um problema de todos os gaúchos, e não apenas das pessoas em situação de pobreza. 

Um dos movimentos realizados pela Secretaria de Assistência Social do RS para mitigar o problema, de forma local e objetiva, acontece no próximo mês, em data a ser definida, em parceria com o comitê gestor do Movimento Rio Grande contra a Fome.

No Noroeste do estado serão entregues quatro mil cestas básicas destinadas as famílias do Território Indígena da Guarita, como uma das medidas de urgência, onde foram registrados seis óbitos infantis no território e onde se identifica a presença de má nutrição na população indígena do Guarita em todas as faixas etárias.

Essa é uma medida que integra as atividades da Secretaria de Assistência Social, mas não paramos por aí. O governador Eduardo Leite anunciou uma série de medidas importantes para combater a estiagem no RS, bem como os integrantes da comitiva do governo federal, que anunciaram mais de R$130 milhões em recursos para combater os problemas relacionados à estiagem e à má alimentação. 

Com essas ações organizadas, além de atividades relacionadas à alimentação saudável, poderemos criar um ambiente favorável à qualidade alimentar da população não só menos favorecida economicamente, mas de toda a população gaúcha. Assim, seguimos trabalhando pelo bem-estar dos gaúchos e das gaúchas.

(*) Roberto Fantinel é deputado estadual licenciado pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Foi presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e é o atual secretário estadual de Assistência Social. Ele escreve no site, semanalmente, aos sábados.