Por Bernardo Silva (Com vídeos de Flavi Lisboa Filho) / Da Agência de Notícias da UFSM
Após momentos de aflição vividos no Marrocos, por conta do terremoto que atingiu a região na noite de sexta-feira (08), a emoção e a alegria tomaram conta dos representantes dos Geoparques de Caçapava e Quarta Colônia, na cerimônia de recebimento do selo de territórios mundiais da Unesco, que ocorreu neste sábado (9), por volta das 14 horas (horário de Brasília).
A entrega da certificação ocorreu no Complexe Culturel Mohamed VI des Habous, em Marrakesh, no Marrocos, em um espaço montado para a cerimônia após a interdição do prédio onde o evento aconteceria inicialmente. O início da solenidade contou com um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia.
No momento da certificação, 18 novos territórios foram reconhecidos pela Unesco e Caçapava e da Quarta Colônia foram os primeiros a serem chamados para a cerimônia. O certificado e o selo foram recebidos por Jacielle Sell, diretora do Geoparque Quarta Colônia e coordenadora da Rede Nacional de Geoparques, em nome da Quarta Colônia, e por André Borba, coordenador científico do Geoparque Caçapava, por Caçapava. “Foi um momento muito esperado. É a coroação de um processo de muito trabalho, entrega e dedicação de muitas pessoas”, comenta Jaciele.
A certificação como Geoparques Mundiais da Unesco não foi o único motivo de comemoração para a delegação brasileira. O Geoparque Caçapava recebeu o prêmio “Boas Práticas” da Rede Global de Geoparques pelo incentivo e qualificação da Novelaria Santa Marta e de seu processo produtivo. O ateliê produz novelos de lã com tingimento natural através do uso de plantas adaptadas ao bioma da região. Além de artesanal, a produção não deixa resíduos e o que sobra das tintas é utilizado na produção de aquarelas.
O pró-reitor de Extensão da UFSM, Flavi Lisboa Filho, mostra (no vídeo abaixo) as certificações e os prêmios que os Geoparques Caçapava do Sul e Quarta Colônia trazem na mala da 10ª Conferência Internacional dos Geoparques Globais da Unesco 2023 para o Rio Grande do Sul.
Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, ressalta (abaixo) a alegria com o reconhecimento dos dois novos geoparques brasileiros e elogiou o trabalho realizado pela Universidade Federal de Santa Maria nos territórios.
O primeiro passo para um futuro com desenvolvimento sustentável
O prefeito de Caçapava do Sul, Giovani Amestoy, destaca que o reconhecimento da relevância internacional do patrimônio geológico, histórico e artístico marca uma virada de chave no futuro da região e das próximas gerações. “Fica o nosso agradecimento à Universidade Federal de Santa Maria e à Universidade Federal do Pampa que realizam esse projeto de desenvolvimento regional e, principalmente, à população, empresários, artesãos, os quais são as forças vivas que movem nossa região”, cita.
Luciano Orsi, presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), avalia que esse reconhecimento traz um novo olhar para as cidades da região, como itinerários turísticos e também com a ampliação das possibilidades de crescimento, trazendo novas oportunidades para as cidades nas regiões dos Geoparques.
“O turismo, tanto regional como internacional, traz emprego, renda e aumenta a qualidade de vida para os habitantes com uma matriz econômica totalmente limpa. Por isso, temos orgulho de ter os Geoparques de Caçapava e da Quarta Colônia certificados pela Unesco”.
Além disso, Orsi conta que a Famurs oficializou, na última semana, a criação de uma câmara temática (estruturas técnicas voltadas para estudos, avaliações e recomendações) em apoio aos Geoparques. O objetivo deste núcleo é criar oportunidades de capacitação profissional na área de turismo local aos habitantes dos municípios onde se localizam os geoparques.
O presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Augusto Ribas do Nascimento, analisa que com o reconhecimento dos dois novos Geoparques, o Rio Grande do Sul apresenta potencial para se tornar referência tanto do turismo nacional quanto internacional, já que dos cinco territórios reconhecidos pela Unesco como Geoparques Globais, três estão no estado gaúcho.
“A Organização Mundial do Turismo diz que nos próximos 50 anos a área turística irá crescer muito no Brasil. Vamos aproveitar esse ‘cavalo que está passando encilhado’, montá-lo e conduzi-lo para transformar o Rio Grande do Sul em uma referência nacional de turismo e tornar essa atividade uma das molas propulsoras da nossa economia”, afirma.
O presidente da OCBPM observa que as ações realizadas pela UFSM são cruciais para que esse objetivo seja atingido. “A Universidade Federal de Santa Maria com seu conhecimento e equipe técnica tem sido muito importante para orientar os gestores municipais na teoria e na prática. Não existe desenvolvimento sem a participação da academia”, finaliza.
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